22 de novembro de 2015

PONTOS NOS “IS”

A informação que se impunha aconteceu agora com o esclarecimento do JF de 19 de novembro de 2015, independentemente da minha amizade existente com o autor do site historiascc e o jornalista do JF.
Pretende-se assim que não haja usurpação dos direitos de autor.
Não pretendo escrever mais obras sobre o SCC, pois bastam as quatro (quase cinco, com as duas edições) que, com centenas



horas de pesquisas e envolvimento de muita gente, muitos já falecidos; e com algum prejuízo de âmbito familiar, profissional (na altura) e até financeiro; deixei à Covilhã a história do maior Clube da Região, ousadia que ninguém ainda havia assumido.
E, que mais não fosse, ofereci ao Clube todos os livros, encadernados, e várias compilações sobre a nobre Coletividade Serrana, de grande volume, encadernadas, num total de 9, em 12.06.2002.
Do Clube do meu coração – o Sporting Clube da Covilhã – nada tenho de ressentimento, independentemente de pontos de vista que em determinadas ocasiões podem divergir. Posso mesmo afirmar que os Dirigentes do SCC reconheceram oficialmente, por várias vezes, todo este trabalho, com condutas que inequivocamente me honraram.
Quanto a novos elementos de estórias para a continuidade da história dos Leões da Serra, que não foram abarcados nos livros já escritos, ou a sua atualização, já que a história não se completa, é de saudar nas iniciativas dos seus mentores, mas que jamais das buscas se omitam as fontes.
Tal não aconteceu no texto de 2 de abril de 2015, do JF, com o destaque de “Grande Tema”, sob o título “A História do Futebol na Covilhã”, e, depois, lamentavelmente, na repetição do erro, na revista do JF alusiva aos “145 anos da Covilhã-Cidade”, nas páginas 50 a 53, sob o título “A Origem do Futebol na Covilhã”, parte integrante do Jornal do Fundão de 15 de outubro de 2015, se bem que um excelente trabalho do jornalista do JF, mas pecando por omissão das reais fontes.
Fica assim reposta a autenticidade da autoria da história escrita do SCC, tendo a certeza que com a minha última obra, em junho de 2007, dei a minha contribuição para lançar o clube, a nível nacional, de todas as divisões, na vanguarda daqueles que têm mais publicações sobre a sua história, só ultrapassado pelos três clubes grandes da I Liga.
Aqui vão mencionados, por ordem cronológica:

SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO SPORTING CLUBE DA COVILHÃ – 1991
Autor: João de Jesus Nunes
Edição: A.P.A.E. Campos Melo
1ª. Edição – 150 exemplares
Composto na Gráfica do Notícias da Covilhã em 1991 – 565 páginas

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SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO SPORTING CLUBE DA COVILHÃ – 1992
Autor: João de Jesus Nunes
Edição: A.P.A.E. Campos Melo da Covilhã
2.ª Edição (renovada) – 300 exemplares
Composto e impresso na Gráfica do Tortosendo em abril de 1992 – 696 páginas
Depósito Legal n.º 55229/92


FIGURAS E FACTOS DO SPORTING CLUBE DA COVILHÃ
Nas Comemorações do seu 70º Aniversário – 1923 – 1993
Autor: João de Jesus Nunes
Edição: Sporting Clube da Covilhã
1.ª Edição – 500 exemplares
Execução gráfica: Gráfica União da Beira, Lda – Fundão, em 1993 – 568 páginas
Depósito Legal n.º 68547/93

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SPORTING CLUBE DA COVILHÃ – PASSADO E PRESENTE
Bodas de Diamante – 1923 – 1998
Autor: João de Jesus Nunes
Edição: Sporting Clube da Covilhã
1.ª Edição: 500 exemplares
Impressão e encadernação: Tipografia do Jornal do Fundão, Lda – Fundão,
em novembro de 1998 – 424 páginas
Depósito Legal n.º 130140/98

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SPORTING CLUBE DA COVILHÃ NA TAÇA DE PORTUGAL
Cinquentenário da sua participação na Final – 2 de junho de 2007
Autor: João de Jesus Nunes
Edição: Sporting Clube da Covilhã
1.ª Edição – 1.000 exemplares
Impressão e acabamentos: Grafisete – Artes Gráficas Lda – Fundão,
em  junho de 2007 – 182 páginas
Depósito Legal n.º 256178/07
ISBN: 978-972-95503-9-3



JOÃO DE JESUS NUNES


18 de novembro de 2015

A DINÂMICA E O ENGENHO DE ALEXANDRE GALVÃO AIBÉO

Lembrei-me deste Covilhanense, nascido nos alvores do século XX, em 16 de abril de 1906, tendo deixado o mundo dos vivos aos 57 anos (escrevo exatamente no dia e mês em que faleceu: 01-11-1963) porquanto se aproxima o Natal.
Os traços da sua personalidade e a sua inteligência deram-lhe a oportunidade de deixar obras que ilustram atos importantes na vida da Cidade e do Concelho.
Quando agora se entregam as iluminações das ruas da cidade, e de certos eventos, principalmente na época natalícia, a empresas de fora, naquela altura dos anos 40 a 60 do século passado, era da autoria de Alexandre Aibéo que saíam as maravilhosas e artísticas iluminações, com a mão-de-obra dos funcionários dos então Serviços Municipalizados, onde ele era Diretor-Delegado. Contribuíam assim para o sucesso de solenidades da cidade, tais como as ornamentações com iluminações no edifício da Câmara Municipal, comemorativa do 25.º aniversário do Prof. Oliveira Salazar no Governo, em 1953, com a silhueta do então Presidente do Conselho; iluminação do monumento de Nossa Senhora da Conceição, da Covilhã, e de algumas ruas da cidade, nas festas comemorativas do centenário de Lourdes que se realizaram na Covilhã, de 27 a 29 de junho de 1958, com a presença do Núncio Apostólico, Cardeal D. Fernando Cento; na mesma altura, silhueta de Pio XII, no edifício da Câmara Municipal; iluminação da Feira Popular do Sporting da Covilhã, no Jardim público, em 1961; ainda no mesmo ano, em 20 de maio, decoração e iluminação da sua responsabilidade, do edifício da Câmara Municipal, Pelourinho e algumas ruas da cidade, aquando da visita das relíquias do Condestável, na altura Beato Nuno Álvares Pereira; por último, no mesmo ano da sua morte, ornamentação, com iluminação do edifício da Câmara Municipal e Centro Cívico, aquando das visitas do Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek de Oliveira, em janeiro de 1963; e do Presidente da República Portuguesa, Almirante Américo Thomaz, em junho do mesmo ano.
Os Aibéos foram nomes de destaque na vida citadina, tendo vivido à Ponte do Rato, numa casa destruída com os profundos melhoramentos e alterações que se fizeram – Rossio do Rato. Esta ponte chamava-se “Barreira” porquanto quem quisesse atravessá-la para entrar na Covilhã (há mais de um século) tinha de pagar e mostrar o que transportava.
Dos cinco irmãos, o João, o José e o António tinham uma oficina, na altura denominada “Aibéo & Irmãos” onde fabricavam peças para as fábricas de lanifícios. Foram eles que construíram o primeiro carro de bombeiros da Covilhã e os primeiros esquis de Portugal.
Alexandre Galvão Aibéo depois de ter frequentado o Liceu de Castelo Branco tirou o Curso Comercial na Escola Industrial e Comercial Campos Melo da Covilhã, e o diploma de eletricista, por correspondência.
Aos 21 anos foi indigitado pelo Eng.º Michaelis de Vasconcelos, do Porto, para organizar os Serviços Municipalizados, tornando-se gerente comercial, tendo-se dedicado de alma e coração ao seu trabalho, nunca aceitando propostas de melhores lugares fora da terra que amava acima de tudo – a Covilhã. Passados alguns anos foi nomeado Diretor-Delegado dos SMC (posteriormente com a designação de SMAS, e, atualmente, ADC-Águas da Covilhã) que ocupou até à sua morte.
Muito novo fez parte da Corporação dos Bombeiros Voluntários da Covilhã e integrou outros órgãos dirigentes de instituições e coletividades da Cidade, entre as quais o Clube Nacional de Montanhismo, do qual foi presidente.
Foi o iniciador e impulsionador do Carnaval da Neve. Fez o saneamento e eletrificação das fábricas de lanifícios da cidade e quase todo o concelho. Depois de muito instado pelo então Governador Civil de Castelo Branco, aceitou ser provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã onde mostrou bem as suas capacidades no dirigismo, com bastante rigor. Chegou a organizar o cortejo de oferendas a favor do hospital, com excelentes resultados. Era sempre chamado para fazer parte das comissões de festas da cidade, comemorações, homenagens, visitas e receções, para as quais estava sempre pronto.
Com todo este trabalho em prol da Covilhã, não temos conhecimento, nem a família, que lhe tivesse sido prestado reconhecimento por tudo o que fez.
O último projeto que não chegou a realizar foi o parque de jogos que hoje existe com o seu nome, pertencente ao Grupo Desportivo da Mata – o Parque Alexandre Aibéo.

Faleceu num acidente de automóvel, mas resultante de doença súbita, a caminho do Porto, onde ia adquirir os candeeiros para a inauguração da Barragem do Viriato, nas Penhas da Saúde (Serra da Estrela).

(In "Notícias da Covilhã", de 19-11-2015)

10 de novembro de 2015

QUIMERA APOCALÍTICA

Na altura em que escrevo esta crónica o País aguarda o desenrolar dos acontecimentos que presumivelmente irão resultar nos únicos onze dias de poder na administração do governo então empossado.
Uma considerável parte das gentes portuguesas pretende agora outro cambiante para dar forma diferente ao colorido do retângulo português: de Melgaço ao Funchal; de Seia a Rabo de Boi; ou de Miranda do Douro à Lage das Flores. Quer fugir daqueles tons escuros, pouco cinzentos, representados na tez daqueles que procuraram outro florir em terras da estranja. Foi assim que deu azo à diminuição da população portuguesa, pelo quinto ano consecutivo. Portugal é ainda o 12.º país do mundo com mais emigração, para além de ser a sexta população mais envelhecida do planeta.
E foram o “S. Pedro e o S. Paulo” do anterior famigerado governo que ainda deram uma mãozinha para que não houvesse na Europa outro país com mais emigrantes do que Portugal.
E para também continuarmos na vanguarda das necessidades, aí está Portugal com mais pobres do que em 1974.
Muito provável pouco tempo para um período governativo, sendo o pessoal da tenda constrangido a sair do seu conforto, naquele travo amargo de um Governo a prazo, do qual não rezará a História, já que o sistema político irá mudar o seu funcionamento e, talvez, algumas páginas da História possam registar tão só esta alteração.
Já não há interjeições que possam exprimir algum sentido de respeitabilidade pelo homem de Boliqueime, porque não dá para acreditar o que o representante máximo deste pedaço planetário mais ocidental da Europa está sendo de provocação. Se levarmos Cavaco a sério estamos a ir de encontro a uma crise constitucional prolongada. Ele ainda pensa como no tempo da Guerra Fria. A Maria que trate dele.
As tomadas de posição de Cavaco Silva – o Presidente da República para alguns portugueses –são monstruosas, aquando da indigitação de Passos Coelho como primeiro-ministro, aqui como ato perfeitamente normal; são também paradoxais face ao seu então discurso de tomada de posse, em que seria “o presidente de todos os portugueses”. De quais? Os do seu partido? São ainda de uma incoerência atroz, ele que dizia que “sabe o que faz e nunca se engana”. Efetivamente, afirmar que não se deveria aceitar que o BE e o PCP/PEV tenham uma participação plena nos governos de Portugal revela uma autêntica falta de cultura política e democrática.
É certo e verdade que aqueles partidos de esquerda, durante a campanha eleitoral privilegiaram como bombo da festa os socialistas, mas também haja a memória das decisões irrevogáveis, que se transformaram numa farsa de oportunismo, passando-se uma esponja sob a palavra dada de um mentiroso, que era conhecido pelo Paulinho das feiras. Mas Cavaco incitar os deputados socialistas à desobediência assenta no pressuposto que sonha com uma situação apocalítica.
Portugal pode mudar dentro de dias, e se tal funcionar bem, inaugurará uma nova era.
Mas voltando a Cavaco, aquele que prezava acima de tudo a estabilidade e as soluções de governo com apoio maioritário, agora já parece tomar como opção governos de minoria. Pois é, o importante mesmo é que o seu partido esteja presente. Total incoerência.
O homem que deveria dar o exemplo e foi um dos causadores “do estado a que isto chegou” faz gerar um alarmismo despropositado sobre a formação de um novo Governo de esquerda, apresentando essa decisão como aquela que nos pode conduzir ao fim dos tempos. E a agressividade com que a direita enfrenta qualquer desafio à sua dominação, leva a ferir a democracia. Esperemos que o caricato não surja nos ministros então empossados, ainda que por onze dias, telefonando para os seus familiares, como surgiu em 1987 com o famigerado Dias Loureiro, dizendo: “Pai, já sou ministro!”.
O discurso de Cavaco, lido no dia 22 de outubro, foi a afirmação de um verdadeiro golpe de Estado, tornando-se assim o pirómano, aquele que já era conhecido por atear fogos de instabilidade no país. Figuras importantes da vida política do País, e não só, consideraram “excessivas” as palavras de Cavaco na comunicação que fez ao país; outros que “foi o pior discurso de um Presidente da República desde 1974”; que não se “lembram, depois do PREC, de uma crise tão profunda e tão angustiante como esta que hoje vivemos”.
Pois é, o Sr. Silva, como uma vez um madeirense do seu partido lhe chamou, em demanda com ele, abriu precedentes com o gerar deste conflito mostrando como a comunicação do presidente, que deveria ser de todos os portugueses, está no limite do abuso e da usurpação de poderes.
Reconhecendo-se embora que o provável futuro governo de esquerda que se prepara para subir ao poder no dia 10 de novembro, é de poucas oportunidades e de muitos perigos, há que ter fé e esperança na mudança, já que o Presidente da República que muitos desejam vê-lo partir, não pode impor as suas convicções à soberania popular. Há que acreditar que o apocalipse vislumbrado por Cavaco não passou de uma indisposição como já lhe acontecera em público. Também é certo que, na falta de medicação atempada, tal indisposição só lhe passará quando outro o substituir. Que o tempo passe depressa!


(In "fórum Covilhã", de 10.11.2015)

1 de novembro de 2015

FOI UM ÊXITO O CONVÍVIO DO EXTINTO “C.R.P. ESTRELA DESPORTIVA DE SÃO PEDRO”, NA COVILHÃ

Conforme tínhamos vindo a anunciar, realizou-se no dia 24 de outubro, no GIR do Rodrigo, o almoço-convívio anual de memórias do extinto “Centro de Recreio Popular Estrela Desportiva de São Pedro”.
Desta vez tinha como inovação a apresentação do livro “Breve Resenha do Centro de Recreio Popular Estrela Desportiva de São Pedro”, escrito pelo antigo associado João de Jesus Nunes, o qual foi oferecido a todos os presentes e convidados deste evento.
A apresentação esteve a cargo do Dr. António Manuel Parente Antunes, que a todos encantou pela forma clarividente da mesma. O autor, um dos membros da Comissão do evento, disse nas suas palavras, e já anteriormente o vinha afirmando, que se pretendia este ano sair da rotina e transmitir a outras coletividades, neste caso do mesmo âmbito, inseridas no INATEL (anteriormente designada FNAT) que os seus dirigentes mantenham a ousadia, nestes tempos difíceis, como também outrora o foram, de manterem as suas coletividades ativas e não as deixando acabar como aconteceu com o antigo CRP Estrela de São Pedro, e também com o CRP Águias de Santa Maria. É que a Covilhã é detentora do maior número de agentes culturais de todo o distrito. Tanto mais numa altura em que se acentua como uma CIDADE CULTURAL.
Estiveram presentes os presidentes de algumas das coletividades convidadas, do Inatel: Centro Popular de Trabalhadores dos Pinhos Mansos (Tortosendo), CRP do Rodrigo, Leões da Floresta, Oriental de São Martinho, e Arsenal de São Francisco.
Da edilidade covilhanense esteve, por uns breves momentos, o Vereador Carlos Martins, que se deslocou propositadamente de mais de cem quilómetros onde se encontrava, e voltou ao local donde viera.
Falou por último a Gestora da Loja do Inatel na Covilhã, Dr.ª Margarida Pereira.
O encerramento deste evento foi com chave de ouro, através da jovem fadista covilhanense, médica em Lisboa, Daniela Runa. Subiram ainda ao palco, para que a voz do fado não lhes doesse, José Manuel Matias e João Figueiredo.
Após o partir do bolo comemorativo, alguns dos presentes ainda pediram mais livros para desta vez adquirir para seus familiares e amigos, que não estiveram presentes.
Excelente organização para a tranquilidade de uns bons momentos de descontração.

João de Jesus Nunes