16 de maio de 2017

PARA ALÉM DO CENTENÁRIO EXISTE UM GRANDE CLUBE

Habituei-me a gostar do desporto, e do futebol em particular, desde menino e moço, como tantos de nós, pelo que isto não é novidade alguma.
Mas particularizar coletividades ou instituições, por este ou aquele pormenor que passou pelas nossas vidas, já se reveste de outra atitude. Está no nosso âmago.
Naqueles idos anos 60 do século passado vivia intensamente a vida do clube da minha Terra – o Sporting Clube da Covilhã – e também apreciava com uma certa profundidade todos os clubes que com ele vinham jogar.
Não só os mais famosos clubes da então Primeira Divisão (hoje, I Liga), mas também dum tempo nostálgico da CUF do Barreiro, do Lusitano de Évora, do Clube Oriental de Lisboa, do Atlético Clube de Portugal, do Caldas Sport Clube, do Sport Comércio e Salgueiros.
Foi assim que também surgiu o Sporting Clube Olhanense, sabendo que era uma das coletividades que percorria maior distância, vindo de terras algarvias, para chegar às faldas da Serra da Estrela, na sua porta principal que é a Covilhã. Era então uma cidade laneira com muitas fábricas de lanifícios distribuídas ao longo das ribeiras da Carpinteira e da Degoldra; e pela sua região, como o Tortosendo, Unhais da Serra e o Teixoso. Hoje, não deixando esse vínculo, seu ex-libris, é mais uma cidade universitária, com a sua Universidade da Beira Interior recentemente considerada uma das melhores 150 novas universidades do mundo.
Quando terminavam os jogos com o Sporting da Covilhã, nós, miúdos, esperávamos que saíssem os atletas de ambas as equipas. Recordo do Olhanense, por exemplo, o guarda-redes Filhó e o Reina. Depois, a partir de segunda-feira era ver na antiga Biblioteca Municipal, sediada então ao Jardim Público, os jornais, principalmente “O Comércio do Porto” porque vinha recheado de todos os resultados e equipas que haviam jogado, duma forma minuciosa.
Mais tarde, ainda nos anos 60, vou iniciar o serviço militar obrigatório, no antigo CISMI, em Tavira. Logo aí, um dos instrutores do meu pelotão, era o 1.º Cabo Miliciano Santa Rita, que jogava no Farense.  Depois, aos sábados ou domingos, alguns passeios com os colegas, e, de comboio, lembro-me de ter ido até Olhão. Daqui enviei um postal sobre a cidade, que ainda conservo, à então minha namorada. Enfim, foi o futebol, os clubes, os jogadores, a vida gravada de uma certa nostalgia.
Depois, o “bichinho” da escrita leva-me a publicar o meu segundo livro, este sobre a vida do Sporting Clube da Covilhã, em 1992. E parecia não parar, quer por via de entusiasmo pessoal, nas suas figuras e factos, ou por incitamento de amigos. E, assim, sobre a vida do clube serrano vieram a surgir mais três obras, em 1993, 1998 e 2007.
O meu olhar voltou-se para as terras algarvias, com relevo para Olhão, nas pesquisas de antigos atletas que integraram as cores verde-brancas do clube da minha Terra. E isto porque Olhão, e o Algarve, foi um viveiro onde o Sporting da Covilhã (SCC) foi buscar valores para a sua equipa: José Rita, os irmãos Cávem, Helder Toledo, Francisco Palmeiro, Eminêncio, e o grande amigo, já desaparecido, Fernando Cabrita. Depois, outros que haviam vestido a camisola do SCC, também passaram pelo Olhanense (SCO), como o guarda-redes Arnaldo, e o Adventino.
Passando pelos jornais, como cronista, levou-me ao contacto com o quinzenário “O Olhanense”, o qual passei a assinar, fruto duma amizade espontânea, e no sentido de colaboração comigo, do saudoso e já falecido carola, Augusto Ramos Teixeira, com quem conversei várias vezes telefonicamente, mas que o destino não me deixou conhecê-lo pessoalmente. Assim como o antigo diretor, Herculano Valente.
Entre crises desportivas, e outras vertentes da vida, mas risonhas, se foram avivando lembranças de clubes, de seus jornais, com tudo o que os mesmos inserem, memórias vivas, outras já desaparecidas, ganhando-se também um rol de amizades.
Assim aconteceu com o Sporting Olhanense, e o seu Jornal de excelência, que dá prazer ler, quando se vê aquela quantidade de colaboradores que lhe dão um cunho cultural importante, muito para além do desporto em exclusivo, o que é sintomático de uma cultura citadina interessante, e, como eu também gosto, na memorização de coisas, factos e figuras do passado, nas teclas do computador do amigo, que também não conheço pessoalmente, Mário Proença, a alma do Jornal.
Tive a felicidade, sim, de conhecer pessoalmente, num jogo entre o SCC e SCO, na Covilhã, Júlio Favinha, então diretor do vosso clube, depois de me dar a conhecer.
Mais tarde, num jantar comemorativo dos Leões da Serra, na Covilhã, tive também o prazer de conhecer o amigo Presidente do Olhanense e Diretor deste Jornal, José Isidoro Sousa, e sua Esposa, que se encontravam na minha mesa.
A amizade é uma festa, como eu costumo dizer, independentemente de crises e situações menos boas por que os clubes passam.
Vem, pois, a propósito, nestas comemorações que se realizaram dos 105 anos do SCO, de formular os meus votos de longa vida para o grande Clube que é o Sporting Clube Olhanense, recheado de muitos pergaminhos na sua vida desportiva, ao serviço não só da Cidade que o viu nascer, mas também deste Portugal de quase nove séculos.
Entre tristes e ledas madrugadas se vai caminhando na vida das coletividades, como a atual crise por que está a passar o SCO, mas não há que baixar os braços, e é de remar contra a maré, e prosseguir o caminho no sentido de o mais rapidamente possível, voltar ao lugar que merece no panorama do futebol português. O Clube da minha Terra também já passou, por várias vezes, por situações análogas. Não baixar os braços, como é timbre dos homens do mar, é ganhar ânimo para que depois da tempestade venha a bonança. Ela virá, com certeza.
O Clube, o Jornal (que o meu SCC deixou de ter), os Livros. São estes que também trazem as estórias para a história das Coletividades. Na minha biblioteca tenho, de Raminhos Bispo, “O Sporting Clube Olhanense – 90 Anos de História”, em dois volumes, que já me deliciou com as descrições de alguns jogos entre os nossos dois Clubes, então na antiga Primeira Divisão. Também nos meus faço algumas referências aos nossos Clubes. São memórias que ficam.
E como a história não pára, ela continua. Vai surgir um quinto livro sobre a História do Sporting Clube da Covilhã, já no prelo, da autoria dum amigo destas causas, Miguel Saraiva, animado pela sua coordenação e principal obreiro do site Histórias do SCC. Tenho o prazer de, por seu convite, prefaciar e fazer a apresentação desta importante e muito interessante obra.
Renovo os meus votos das maiores felicidades para o Sporting Clube Olhanense, num abraço a todos os seus obreiros, e na esperança de, como sói dizer-se, darem a volta ao texto e, na próxima época, terem a alegria de poderem regressar ao convívio da II Liga, donde agora não deviam partir.




(In "O Olhanense", de 15-05-2017)


10 de maio de 2017

O NÓ GÓRDIO E A CAIXA DE PANDORA

Depois de olharmos para o outro lado do planeta, lá para as bandas de três oceanos, o assombro estonteou o mundo porque uma parte desta Terra não conseguiu cortar o nó górdio, e vimos a indesejável eleição de Donald Trump. Já mais próximos das águas geladas da pesca do bacalhau, um dos males saídos da Caixa de Pandora, para a (des)União Europeia, foi o Brexit.
Conseguimos, entretanto, safar-nos dum dos outros males libertados do grande jarro dado por Zeus a Pandora, aquela mulher que tinha um único defeito, a curiosidade. Ela foi criada por Hefeso e Atena, a pedido de Zeus, com o fim de agradar aos homens, segundo o mito grego. Mas, de todos os males libertados, entre os quais a Frente Nacional de Marine Le Pen, ficou de facto, lá dentro, a esperança. E foi neste otimismo que os franceses, elegendo Macron, também conseguiram cortar o tal nó górdio, aliviando um pouco a Europa.
Voltemo-nos agora para este nosso Portugal à beira-mar plantado, um País de heróis, de sábios e de santos, aventureiros e descobridores de novos mundos, como aprendemos na Primária dos nossos tempos já duma certa longevidade. Se bem que da sua caixa de Pandora também saíram alguns maldosos, egoístas e chico-espertos.
Chega assim, mais uma vez, um tempo de eleições, e aquelas que mais estão próximas das pessoas – as autárquicas.
Cada dia que passa mais se aproxima o 1 de outubro, e, vai daí, tudo se prepara para os embates, os despiques, as desforras, os esclarecimentos, a tentativa de convencer, na euforia mais dos apaniguados; na esperança de podermos confiar neste ou naquele que possa mudar o rumo do que não gostámos, e fazer aquilo que mais carece.
Pela nossa região também já começam a desfraldar sinais ajuizadores, muitos deles saídos do prematuro, num palpite de agitação de muitas bandeiras, latente no espírito de almas que sonham transformar a dormição de um concelho, no deleite das suas energias arrebatadoras de uma ação sem tréguas, a favor do acordar.
O concelho da Covilhã conhece já cinco candidatos, e, para a sua população, podemos dizer, como se exprimia a minha avó: “Bonda!”
Não tenhamos ilusões, face ao contexto em que as candidaturas se movimentam, com muita dispersão de votos, retirando-os uns aos outros, não vai haver qualquer maioria absoluta, nem na esperança nada contida do candidato julgado profeta. Recordemos a dívida que deixou e que embaraçou a gestão camarária atual. Depois, o seu modo comportamental no período do seu interregno, maldizente de pessoas e instituições de quem agora espera o voto. Dos seis objetivos que apontou muito haveria que dizer que não cabe neste espaço.
O candidato que se encontra na atual liderança municipal tem que se dotar de total transparência no acolhimento que teve com a mão cheia de colaboradores, mormente no que diz respeito aos seus salários. E, depois, a informação do motivo por que não se realizaram promessas havidas.
Como vão os sociais-democratas fazer frente ao candidato independente? Conseguirão reunir o exército que se destroçara com a anterior eleição do candidato do MAC, então submisso ao atual candidato independente? E como reconciliar a sua quota-parte de responsabilidade com o anterior Presidente, então desta força partidária, e atual independente, nas ações que permitiram chegar a um caos de dívida?
Pensamos que os comunistas terão que se empenhar muito fortemente para poderem conseguir um vereador.
Resta o candidato que já não é surpresa, covilhanense, do seio de uma família ilustre de antigos industriais, movido pelo impulso de transformar a Covilhã de novo no mapa de Portugal, como ele refere, duma forma cuidadosa, ele que fora anteriormente também um dos homens do Governo de Portugal.
Há assim uma gama de figuras que querem governar o Concelho da Covilhã. Para que possamos ajuizar melhor quem vai defender os genuínos interesses deste Concelho, temos que acreditar no que nos vão transmitir, depois de conhecermos as suas equipas, mas para isso há que refletir conscientemente sobre o que fizeram, o que deixaram de fazer, as omissões, as inverdades, as capacidades individuais dos que vão formar as equipas, e exigir transparência, mas que assumam mesmo tais atitudes e não só nas palavras de circunstância e arrebatadoras na altura das campanhas eleitorais, plenas de sorrisos e abraços. E, acima de tudo, não esquecer o que durante estes quatro anos fizeram os de dentro e os de fora.
Por último, que os candidatos confirmem nas suas campanhas se, perdendo, assumem o lugar na vereação, pois ainda nos recordamos quando Carlos Pinto perdeu as eleições a favor de Jorge Pombo, quando nem ele nem a sua equipa aceitaram a sua qualidade de vereadores, tendo que aparecer uma segunda equipa. Recordam-se?

Ter amor à Covilhã e trabalhar em prol da mesma, gloriar-se com as vitórias, mas também assumir as derrotas, aceitando a democracia, é o que esperamos de todos os candidatos.

(In "Notícias da Covilhã", de 11-05-2017)

9 de maio de 2017

FÁTIMA: APARIÇÕES OU VISÕES?

Na minha infância, que já dista sete décadas, viveu-se com o medo da Rússia, império do mal; do comunismo e suas ideias subversivas; e, nas igrejas, com as missas em latim, rezava-se pela sua conversão. Em tempo de Guerra Fria, e ainda antes do Concílio Vaticano II, falar-se de Fátima, ou da Cova da Iria, era implicitamente falar-se das aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos, numa ótica de conversão dos homens do mal. Como ainda hoje. Eles, pastorinhos, são os irmãos Jacinta e Francisco Marto, e a sua prima Lúcia. Sempre, ou quase, sob o signo do temor, como a visão do inferno apresentada aos referidos pastorinhos, inserida na primeira parte do segredo; depois, na segunda parte do mesmo, o anúncio do castigo e dos meios para evitá-lo. Foram então estas duas partes do segredo reveladas por Lúcia em 31 de agosto de 1941, a pedido do Bispo de Leiria. Restava a terceira parte, escrita por Lúcia em 3 de janeiro de 1944, ficando o mesmo em envelope selado e guardado pelo Bispo de Leiria.
Em tempos de grande iliteracia, e dum regime ditatorial no nosso País, de brandos costumes, mas infiltrado da polícia política de má memória, restava ao comum dos cidadãos a pergunta mil vezes surgida: “O que estará escrito na terceira parte do segredo de Fátima?”.
Se dizer mal do regime instaurado em Portugal era outra direção ao medo, como da prisão ou outras represálias, mais não restava ao pobre povo português do que, não desejando acatar a pobreza que grassava muitas vezes dissimulada, refugiar-se na emigração para solos da França, Alemanha ou Suíça, já que no Brasil o cruzeiro pouco valia.
Os que ficavam, na tasca era uma das formas de conviver, ou nas coletividades nascentes sob a égide da então FNAT; já que outros domingueiros optava por ir à bola.
A Amália era a nossa diva do fado. Quando o 1º de Maio emergia, com o Dia do Trabalhador negado, o futebol jogado já na era televisiva a preto e branco, surgida neste Portugal de 1957, dava azo a uma transmissão a seu jeito para fazer esquecer as agruras da vida, no oportunismo daquele dia… na expressão “Três F”, aqueles três pilares da ditadura salazarista: “Futebol, Fado e Fátima”.
Mas Fátima que foi um lugar é agora uma cidade, sede de freguesia e que o Papa João Paulo II elevou à categoria de sede de diocese com a cidade de Leiria, passando a designar-se Diocese de Leiria-Fátima, desde 13 de maio de 1984. Faz assim colocar Portugal no mapa do mundo. Contudo, Fátima não diz tudo sobre Portugal, nem é o retrato da religião católica no nosso País.
Se bem que todos os anos são diferentes, este ano de 2017 é um ano especial porque se celebram 100 anos que Nossa Senhora foi vista em Fátima.  Segundo a “Voz do Trabalho”, o Assistente Nacional da LOC/MTC refere que “Ela escolheu Portugal e três crianças para falar de Paz num tempo de guerras: homens contra homens, nações contra nações, homens contra Deus”. E ainda: “Muitas vezes achamos que as questões políticas e as soluções sociais que a sociedade civil vai formulando são as únicas capazes na construção da paz. A primeira grande afirmação de Fátima, de ontem e de hoje, continua a ser que sem Deus não há verdadeira construção da paz, seja no coração de cada um, seja nas famílias, seja nas relações de trabalho, seja entre povos e nações”.
Segundo o Padre Gonçalo Portocarrero de Almada, “Na Cova da Iria os pastorinhos tiveram visões e não aparições, mas o valor não é menor porque, como notou Bento XVI, visões têm uma força de presença tal que equivalem à manifestação externa sensível”.
Efetivamente, só no dia 13 de maio se celebra o centenário da primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima e já existem muitas alegadas “desmitificações” do fenómeno ocorrido na Cova da Iria, o fenómeno de Fátima. Alguns o reduzem, ou pretendem reduzir, a uma mera narrativa que é reinterpretada ao bel-prazer de cada um. Mesmo para alguns, tudo não terá passado de um embuste político-religioso, para que foram aliciadas criancinhas iletradas. Para outros, terá tido uma “mãozinha clerical e intenção marcadamente antirrepublicana. Também os que, embora afirmando-se fiéis, olham com desdém para este tipo de fenómenos que reprovam em nome da sua impoluta racionalidade, mais livre-pensadora do que verdadeiramente católica”.
O que é certo e verdade é que a própria Igreja portuguesa, de início, não reagiu positivamente às aparições. Só a 13 de maio de 1922 se iniciou a investigação canónica relativamente aos acontecimentos de Fátima, que concluiu somente em 13 de outubro de 1930, aprovando o culto das aparições, que, contudo, não constituem matéria de fé.
Ainda sobre o tema aparições ou visões, o Padre Anselmo Borges, em entrevista ao jornal Expresso, de 16-04-2017, declarou que “É preciso também distinguir aparições de visões. É evidente que Nossa Senhora não apareceu em Fátima. A distinção entre aparições e visões não é nenhuma novidade pois, como recordou Bento XVI, “a antropologia teológica distingue, neste âmbito, três formas de perceção ou “visão”: a visão dos sentidos, ou seja, a perceção externa corpórea; a perceção interior; e a visão espiritual”.
Também D. Carlos Azevedo, em entrevista ao Público, de 21 de abril, diz que é o momento de se falar com a “linguagem exata” sobre o que se passou há 100 anos na Cova da Iria: “foram visões místicas, não aparições”. “Penso que o Papa Francisco, ao vir a Portugal, vai iluminar a atualidade da mensagem de Fátima. O fenómeno da Cova da Iria acontece na I Guerra Mundial e aponta já para a II Guerra – “se não mudarem os critérios de vida, vem uma guerra pior”. Agora o Papa tem falado numa terceira guerra “em episódios””
 O que é certo e verdade é que podemos ser crentes ou não, acreditar nas aparições ou não, ter uma fé mais esclarecida ou não, mas não podemos ignorar o fenómeno e a relevância de Fátima.
Francisco e Jacinta Marto, pastores analfabetos, vão ser santos da Igreja Católica. O Papa Francisco aprovou o milagre necessário para a canonização dos dois irmãos, que faleceram, ainda crianças, vítimas da gripe espanhola. A prima Lúcia, a mais velha dos videntes, faleceu aos 97 anos.

Na Peregrinação Nacional a Fátima, das Conferências Vicentinas Portuguesas, na Assembleia realizada no Auditório Paulo VI, no passado dia 22 de abril, a madeirense, Dr. Graça Alves, referiu-se assim, na sua excelente palestra: “Quem é esta Mulher que, há 100 anos, como agora, nos pede que baixemos as armas e que nos deixemos guiar pela dimensão do infinito que existe dentro de nós? A quem pertence, afinal, esta voz que aplacou os medos dos pastorinhos: “Sou do Céu” e que nos toma nos braços e nos pega ao colo e nos diz aquilo que disse a Lúcia naquele dia de junho de 1917. Se a Senhora voltasse hoje, talvez dissesse exatamente  a mesma coisa que disse no dia 13 de julho de há 100 anos atrás: “Se fizerem o que eu disser, salvar-se-ão, e muitas almas terão paz”.

(In "fórum Covilhã", de 09-05-2017)