Neste regresso de férias, com o Verão assim-assim, absurdo de chuva e frio, a meio gás, tal como o nosso País a continuar a ser o Calimero da Europa, deparamo-nos com uma abundância de acontecimentos.
Na necessidade de sairmos do ambiente de trabalho, para carregar baterias, e no gosto de viajar, foi fantástico conhecer a Terra Santa, em tranquilidade. Não são os filmes ou as fotografias, por mais que estejam dotadas de excelência na sua concepção que poderão substituir as visitas in loco.
Cada uma com o pormenor característico da história divina, chamou-nos à atenção, na Igreja do Encontro de Nossa Senhora com Santa Isabel, um quadro pintado da Virgem, o qual terá sido muito criticado, quando surgiu, devido ao facto da pintura ter as formas do corpo mais pronunciadas.
Excesso de zelo ou fanatismo religioso? Recordamo-nos que na Igreja de S. Tiago, da Covilhã, quando há cerca de 50 anos os jesuítas adquiriram as actuais imagens de Nossa Senhora e de S. José, que se encontram nos altares laterais, algumas pessoas também criticaram estas imagens por se apresentarem com decotes no vestuário, não condizentes com a religiosidade de então.
No mundo digital de hoje, em segundos se chega duma ponta à outra da Terra. O tempo veloz, no planeta louco de progresso, na modernidade, globalizado, não se compadece com quem não pôde, não soube ou não quis as vias on-line, e vai somando efemérides. Este ano, foram as comemorações dos noventa anos do fenómeno das aparições de Fátima, onde diariamente surgem as promessas, transacção entre o mundo dos crentes e a esfera do sagrado. Dos três pastorinhos, dois já foram beatificados; chegará a vez da prima Lúcia, que viveu enclausurada em Coimbra, por opção.
Há dez anos deram-se dois acontecimentos com duas personalidades que se chegaram a conhecer pessoalmente, nos seus espíritos filantrópicos, com Madre Teresa de Calcutá a dedicar-se de alma e coração aos moribundos e abandonados, reconhecida como santa ainda em vida. No entanto, veio a lume que durante 50 anos não sentiria a presença divina, o que deixou alguma perplexidade nos meios católicos, ficando o rebanho subitamente assustado.
Diana de Gales, a “Princesa do Povo” viria a desaparecer também há 10 anos e a sua vida de sonho frustrado, que a levou a dedicar-se à causa dos sofredores e marginalizados, num código de conduta que não conseguiu travar os “paparazzi”, dez anos depois da sua morte ainda tem um estatuto de estrela. Os media estão cheios de homenagens e retrospectivas e, um pouco por todo o mundo, o público parece consumir tudo isso avidamente. Há um culto de Diana. Será um novo tipo de santa? É evidente que havia uma perturbadora incongruência entre o empenho de Diana pelos pobres e doentes e o estilo de vida extravagante que levava.
Santo não será o saudoso Papa João Paulo II, duma grande simplicidade, que nem se preocupou com a cor dos seus sapatos?
Há uns tempos atrás alguns cépticos das realidades de outrora, pretendiam entronizar “Santo” António de Oliveira Salazar, ele que já nem aos peixinhos conseguia pregar; e hoje quase que se divinizava o casal britânico McCann em redor da sua filha Madeleine, esta inocente, sim, digna das nossas preocupações.
Mais recentemente uma outra “divindade”, Dalai Lama veio transmitir a paz, e sua santidade, como lhe chamam, diz que o Ocidente desvaloriza Direitos Humanos.
E, em termos de religiões, no mesmo dia, judeus entraram no Ano Novo judaico e muçulmanos iniciaram o Ramadão, com toneladas de tâmaras vindas dos países árabes para Portugal; e maçãs com mel, para os judeus.
(In Notícias da Covilhã e Kaminhos de 27/09/2007)
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