19 de outubro de 2011

MAIS UMA CONFERÊNCIA DA SOCIEDADE DE S. VICENTE DE PAULO DA COVILHÃ NO SEU CENTENÁRIO



A Covilhã, desde longos anos, mostrou ser solidária e com uma forte dedicação aos mais necessitados, já do tempo da monarquia, e, depois, no regime republicano vigente.

A Sociedade de S. Vicente de Paulo, no seu objectivo de “testemunhar a fé em obras, através de uma acção pessoal veiculada pela visita, em espírito de Justiça e Caridade” foi fundada em Paris, no ano de 1833, por um grupo de sete jovens universitários, entre os quais Frederico Ozanan, sendo patrono S. Vicente de Paulo.

Esta sociedade, de enorme mérito solidário, encontra-se disseminada pelo globo, em cerca de 150 países, e, em Portugal, desde 1859.

Na Covilhã, já quatro destas Conferências atingiram o centenário. A primeira foi a de Santa Maria, fundada em 12/11/1899; seguiu-se a da Conceição, fundada em 19/03/1903; depois a de S. Pedro, fundada em 29/06/1905; e, por último, a de S. Martinho, que no corrente ano está a celebrar o seu centenário, fundada em 22/05/1911.

Existem mais conferências vicentinas na Covilhã, e noutras freguesias do Concelho, e não só, que agrupam um designado Conselho de Zona, do Arciprestado da Covilhã.

Já é sobejamente conhecida a acção humanitária destas Conferências, com um meritório trabalho dos seus obreiros – os confrades – que, somando muitas horas de voluntariado, aí desenvolvem a sua acção na assistência à doença, problemas familiares e sociais, carências económicas, solidão dos idosos, desamparo das crianças, álcool e droga, marginalidade e desajustamento social, apoio a busca de colocações no trabalho, pagamento de rendas, água, luz, gás, material escolar, medicamentos, géneros alimentícios, peças de roupa, e material diverso, num vasto leque da sua presença de solidariedade humana.

A Conferência de S. Vicente de Paulo da Paróquia de S. Martinho da Covilhã, no âmbito das comemorações do seu centenário, reuniu vários elementos de outras Conferências do Conselho de Zona onde se insere, no passado domingo, dia 16 de Outubro, numa Eucaristia de acção de graças, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, celebrada pelo assistente espiritual, Padre Agostinho Rafael, que, na sua homilia, referenciou a actividade das conferências, mormente nos dias difíceis que se atravessam, lembrando também quantos já partiram e que deram o seu melhor em prol dos necessitados.

Seguiu-se um almoço de confraternização.

Neste evento esteve presente o Presidente do Conselho Nacional, que há muitos anos se encontra radicado na Covilhã, e o Presidente do Conselho de Zona,

Memorizaram-se tempos e figuras antigas, no âmbito da longa actividade vicentina.
Neste formular de votos de parabéns à Conferência centenária, certamente que também irá o sentir de muitas famílias que aguardam pela sua acção benéfica na ajuda humanitária e que, mais não seja, uma palavra amiga de alento para os dias ainda mais difíceis que se aproximam.






(In Notícias da Covilhã, de 19.10.2011)

6 de outubro de 2011

SPORTING DA COVILHÃ E AS MARAVILHAS NOS NOVE DECÉNIOS

Está em voga seleccionar determinados prodígios da natureza, do património, das belezas, da gastronomia, num lançar de imaginação, como foi também o programa “Os Grandes Portugueses”, finalizado em 2007 pela RTP.

As “7 Maravilhas do Mundo” foram substituídas no dia 7 de Julho de 2007, pelas novas, tendo a cerimónia sido realizada em Portugal. Ao mesmo tempo, foram também eleitas as “7 Maravilhas de Portugal”, e, já em 10/06/2009, surgiram as “7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo”, para, em 12/09/2010, virem a surgir as “7 Maravilhas da Natureza em Portugal”. Foi já este ano que em 10/09/2011 surgiram as “7 Maravilhas da Gastronomia”.

Na Covilhã foram eleitas as “7 Maravilhas Naturais do Concelho da Covilhã”.

Com tanta maravilha, agora já numa situação nostálgica, viro-me para a vertente desportiva com a envolvente do Sporting Clube da Covilhã (SCC), ao voltar a ver, no mesmo escalão desportivo, alguns clubes de outrora, que emparceiraram com o clube serrano nos tempos áureos da então designada Primeira Divisão Nacional (hoje, Primeira Liga – detesto os nomes publicitários), como o Atlético Clube de Portugal, este resultante da fusão entre o União Futebol Clube de Lisboa e o Carcavelinhos Futebol Clube.

Mas, nas décadas de 40, 50 e 60 do século passado, o SCC defrontou no escalão máximo do futebol português clubes que, exceptuando o Olhanense, Atlético, Leixões e Estoril, se encontram em escalões secundários, alguns mesmo tendo suspendido o futebol sénior: Barreirense, Cuf, Salgueiros, Elvas, Lusitano de VRSA, Oriental, Lusitano de Évora, Torreense e Caldas.

O SCC indubitavelmente continuará a ser o clube mais representativo desta região beirã. Para falar da sua história completa seriam necessárias mais pesquisas, já que muito se dissipou na espuma dos tempos, e, das fontes de figuras vivas, quase todas já desapareceram. Do que foi recolhido, algo teve que ser rectificado na altura, por distorção de informações, quantas vezes resultante do entusiasmo exacerbado no bairrismo.

Assim, dentre os factos registados deste clube histórico, poderemos considerar algumas das que poderão ser as principais “MARAVILHAS DO SCC NOS 9 DECÉNIOS”.

De 1923 a 1932 – Conquista da 1.ª Taça, em 06.01.1924, vencendo o Montes Hermínios por 2-1; depois, a conquista da Taça Carlos Veiga, em 24.01.1926, num importante jogo com o Montes Hermínios, a quem ganhou por 2-0.

1933 a 1942: Construção do Campo ao Cimo do Hospital, designado Estádio Municipal José dos Santos Pinto, iniciado em 1934. A dinâmica da sua construção partiu de António Canaveira e do grupo “capacetes de aço”, coordenados por José dos Santos Pinto. Foi o palco dos grandes feitos do SCC. Participação do SCC na final com o Carcavelinhos, para acesso à I Divisão Nacional, que viria a perder, em Santarém, no dia 30 de Abril de 1939.

1943 a 1952: - Conquista das Taças II Divisão Nacional e “O Século” e subida à I Divisão Nacional (1947/48). As Feiras Populares do Sporting (1949, 1950, 1951 e 1952). Digressão à Alemanha, França e Luxemburgo (1952).

1953 a 1962: - O 5.º lugar alcançado em 1955/56 e a Final da Taça de Portugal, no dia 02.06.1957, com o Benfica. A grande Campanha de Donativos (1955), com Ernesto Cruz à frente. Conquista da Taça da II Divisão Nacional (1957/58).

1963 a 1972: - Grande empenhamento na subida de divisão, e, depois, pela primeira vez na III Divisão, a força da resistência para ultrapassar a crise. Grandes disputas com o Alba e o Naval.

1973 a 1982: - Bodas de Ouro do SCC (1973). Uma equipa “de luxo”, na III Divisão Nacional, sobe à II Divisão (1974/1975). Jornadas de Amizade “Covilhã-Santarém” (1976 e 1977).

1983 a 1992: Arrelvamento do Estádio José dos Santos Pinto. As últimas duas subidas à I Divisão nacional (1984/85 e 1986/87). Conquista da Taça de Campeão da II Divisão (1986/87). Visita do Casal Simony (1990). Homenagem às Velhas Glórias do SCC, pela APAE.(1991). I Torneio Quadrangular Covilhã – Serra da Estrela, com a presença da Union Deportiva de Salamanca (1993).

1993 a 2002: - Bodas de Diamante. Subidas à Liga de Honra (1995/96, 1998/99 e 2001/2002) Entrega dos Silos-Auto ao SCC. Medalha de Mérito Desportivo para o SCC (1999).

2003 a 2012: - Subida à Liga de Honra (2004/2005 e 2007/2008). Comemoração dos 50 anos da Final da Taça de Portugal. (2007). Complexo Desportivo. Nova Sede do SCC. Homenagem a antigos atletas, treinadores e dirigentes do SCC, pelo blogue “Historias do SCC”.

 (In Notícias da Covilhã de 06.10.2011)