24 de abril de 2007

DOS ENCONTROS DE AMIZADE AOS PAGODES

1 – A EFEMÉRIDE. Todos os anos há uma ou mais datas a assinalar, e, neste ano da graça de dois mil e sete, em que aos costumes já se vai dizendo nada, também é um ano de memórias.
Quase todos gostamos de comemorar, reunindo o grupo, numa envolvente de amizades, as festas de aniversário, os velhos tempos decorridos, décadas atrás, na vivência do tempo escolar, do ensino, da vida militar.
Acabo de participar num convívio de antigos colegas da mesma empresa. Foi adquirida por outra multinacional, há quatro anos. Na maioria, colegas já retirados do serviço, ladeando com outros ainda no activo, ou já noutras situações do mesmo âmbito profissional, ou, ainda, integrados noutras empresas congéneres. Ficou, no entanto, nos mentores do encontro, a vontade nostálgica de reunir todos quantos viveram juntos longos períodos da vida profissional. Se, ocasiões, houve tristes, muitas mais foram de ledas passagens numa vida de trabalho. Coruche foi a terra seleccionada para a excelência dum convívio à maneira do Manuel Jorge, de Leiria, onde, antigos directores, quadros e demais colegas da mesma empresa, a palavra amizade encontrou sintonia perfeita, que o diga o covilhanense Paulo Roseta, e Sousa Soares, antigo bastonário e actual Presidente da Assembleia-Geral da Ordem dos Engenheiros, com laços na família do Conde da Covilhã e amigo da nossa UBI.
Se exceptuarmos os vinte anos do falecimento de um dos génios da música portuguesa – Zeca Afonso – este é o ano dos cinquentenários, tanto a nível europeu, nacional, e mesmo regional.
Cinquenta anos, celebrou a União Europeia com a assinatura do Tratado do Roma que marcou o início da Comunidade Europeia, em 1957.
Neste mesmo ano, Isabel II de Inglaterra visitou oficialmente Portugal, com o General Craveiro Lopes como Presidente da República, numa exaltação para os portugueses.
A RTP, há meio século, iniciou as emissões a preto e branco, num único canal, servindo regimes e governos.
E, enquanto nos vamos aproximando do ocaso, mais um cinquentenário – os 50 anos da participação do Sporting Clube da Covilhã na Final da Taça de Portugal.
2 – PAGODE 1. Os portugueses têm artimanhas surrealistas. Veja-se o caso do homem que combinou com outro de Mangualde, assaltar um banco, na América, pela via de um telemóvel, sentando-se, quieto, à espera que o assalto se concretizasse suavemente, numa ingenuidade que mais amedrontou o assaltante que o assaltado.
PAGODE 2. O “covilhanense” José Sócrates, numa embrulhada curricular: ou é “engenheiro” ou licenciado em engenharia; e o descrédito emerge nas universidades privadas em torno da autenticidade do seu ensino. Não chegava já Armando Vara, licenciado na antevéspera da sua nomeação para a CGD!
PAGODE 3. A admissão de grande quantidade de assessores do actual governo, ultrapassando os anteriores é notória. “São às dezenas. Às centenas. Aos bandos. Assessores, conselheiros, consultores, especialistas, tarefeiros e avençados. São novos, têm licenciaturas, mestrados e MBA, talvez até doutoramentos. Sabem tudo de imagem e apresentação”, António Barreto, in “Público”, de 8-4-2007. Palavras para quê?
PAGODE 4. Na radiografia de várias promessas ainda por cumprir, “a economia vai devagar, o desemprego acelera, os impostos subiram, há mais funcionários, o impasse existe na justiça”, etc.., in DN de 11 de Março.
PAGODE 5. (Rei dos pagodes). Chega-nos ao conhecimento, não só agora, mas já há uns tempos atrás, as centenas de reformas de ouro, dos vários ministérios, dos vários ministros, dos vários vereadores, dos luxuosos subsídios de reintegração, com menos de 60 anos, e até com a idade dum cinquentenário. Muitos são sobejamente conhecidos e até defendem acerrimamente a igualdade de oportunidades para todos.
PAGODES CITADINOS. Os jovens estudantes da Campos Melo da Covilhã são expulsos de Espanha, com bebedeiras, envolvendo-se em brincadeiras malévolas, danificando espaços, em actos de vandalismo, desconhecedores de que a liberdade tem regras. Também fui finalista, e fiz digressão por Espanha, na década de 60, mas havia o respeitinho incutido pelo director desta mesma Escola, Ernesto Melo e Castro, e de outros professores, como Fernanda Bandeira e Rodolfo Passaporte. São só achas para a fogueira de uma educação que deve emergir principalmente nas ausências dos familiares.
O PAGODE persiste no nosso Sporting da Covilhã, fazendo uma figura paupérrima neste campeonato, não conseguindo, contudo, defraudar os pergaminhos de que se revestiu a história do clube. Honrar a camisola não é um dever, mas tão só uma obrigação.
O PAGODE continua com os furtos a estabelecimentos desta cidade, com uma PSP por vezes inoperante, com os seus elementos distribuídos pelas suas secretarias e outros locais que não os dos “profissionais” dos furtos e roubos.
Ficamos por aqui, de tanto pagode.

(In Notícias da Covilhã de 24/04/2007)