Com todo o prazer, continuo a
digitar as teclas do computador naquela vontade indómita em transpor para o
papel, preferencialmente, o pensamento que redunda na escrita.
Talvez não seja estranho o facto
desta minha conduta já existir com os órgãos da comunicação social há mais de
meio século. Ter espaço próprio nos jornais é uma honra, um privilégio, e, por
isso, a honestidade que sempre deve ser um sinal distintivo.
Este propósito de igualdade na
forma de atuação para com todos não quer dizer que tenham que nos maniatar a
atitudes retrógradas de nos amarrar ao pensamento exclusivo dos detentores de
alguns órgãos da comunicação social, desde que não se vá ferir a linha de rumo
desses mesmos órgãos, como sejam na sua vertente religiosa, política ou
desportiva, por exemplo. Há sempre diferentes modos de pensar, como de agir.
E se neste número d’ “O
Combatente da Estrela” continuo a ter a alegria de poder colaborar, porque
gosto de escrever, porque está no meu âmago, não posso deixar de memorizar, com
saudade, um outro órgão cultural e recreativo, restritamente militar –
FRONTEIROS DA BEIRA – do extinto RI 12 – Regimento de Infantaria Ligeira, na
Guarda, que, em 1971 teve também alguma minha colaboração, então como Furriel
Miliciano. Guardo-a religiosamente.
Volvidos 22 anos, via referências
à minha pessoa sobre uma minha publicação, no jornal “El Adelanto”, de
Salamanca, em dois números do mês de agosto de 1993. Sempre a escrita!...
Mas não são só as crónicas, ou
outra colaboração cultural avulsa, que ocupam parte da minha absorção de tempo,
porquanto surgem as publicações em livro.
E aqui chega a altura de, sobre o
título desta crónica, prestar o devido esclarecimento. É que, como os prezados
camaradas e leitores deste periódico podem verificar, se atentos, deixei, a meu
pedido, efetuado em 2 de janeiro de 2017, de poder colaborar um pouco mais com
este jornal, na qualidade de subdiretor, face a um compromisso já antes
assumido com uma personalidade de alto prestígio nacional para a publicação da
história de uma atividade que há séculos existe em Portugal, tornando-se
incompatível conseguir obter tempo suficiente para a concretização da mesma sem
me desvincular de compromissos posteriormente assumidos.
O Diretor deste Jornal, e a
Direção da Liga, compreendeu perfeitamente a indubitabilidade da razão da minha
decisão. E eu só tenho que lhes agradecer terem confiado nos meus méritos
aquando do convite que me fizeram para a assunção da subdireção.
De ventos e marés se fazem, e,
mormente, se mantêm no grande navio a flutuar, em águas menos agitadas, as
instituições, como esta, a Liga dos Combatentes; e outras que podem ser seus satélites
ou não, que giram como a Lua à volta da Terra; mas tem que estar patente o rumo
na direção certa para que, ao chegar ao fim, se encontrem todos sãos e salvos.
Só na compreensão, e capacidade
de saber encontrar o caminho certo, e não na tropelia do turbilhão de decisões
precipitadas, se podem reunir consensos para harmonizar um contraditório.
E é no confronto de ideias, na
respeitabilidade pelas mesmas, ainda que não concordantes, que se encontra a
pedra angular da casa que ajudámos a construir.
É preciso saber interpretar, quando
alguém lança a agitação e depois duma forma pusilânime foge do local onde
deixou a ventania, o porquê da sua atitude, optando pelo silenciamento.
Há que continuar o caminho certo
removendo as arestas que molestam, mas não deixando de encontrar a resposta
convincente, sempre no genuíno interesse de todos, como sempre souberam obter
os que se localizam ao leme desta grande embarcação que é a Liga dos
Combatentes.
(In "O Combatente da Estrela", n.º 106, de Abril a Junho/2017)