21 de agosto de 2024

OS JOGOS OLÍMPICOS E OS ROMANCES DAS FAMÍLIAS REAIS EUROPEIAS



 

Neste período da canícula, onde a Silly Season também se faz sentir, não posso deixar de expressar a minha admiração pelo diretor deste quinzenário que, não obstante o seu estado de saúde fragilizado por uma melindrosa intervenção cirúrgica, se esforça por não deixar que o Jornal O Olhanense se prolongue numa pausa para os prezados leitores. Contrasta assim com a generalidade dos periódicos regionais que pausam para férias.

Para o Amigo Mário Proença, vão assim os votos de rápido restabelecimento.

Na altura em que escrevo esta crónica ainda não terminaram os Jogos Olímpicos de Verão, que se estão a realizar em Paris, mas o seu fim aproxima-se.

Os Jogos Olímpicos são desporto, mas também são palco de muitos romances, incluindo algumas paixões reais. Os reis pioneiros desta modalidade foram Carlos Gustavo e Sílvia da Suécia, que se conheceram há mais de 50 anos nos Jogos Olímpicos de Munique.

Seguiram-se outros membros da realeza: a princesa Ana, do Reino Unido, e Mark Philips; a infanta Cristina de Espanha e Iñaki Urdangarin; Frederik e Mary da Dinamarca ou Alberto e Charlene do Mónaco.

Carlos XVI Gustavo da Suécia é atualmente o rei há mais tempo no trono na Europa e foi o primeiro a conhecer a sua consorte nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. A rainha Silvia Sommerlath, ex-assistente de bordo alemã, mas com ascendência brasileira, é a única rainha europeia que fala português.

Foi também nos mesmos Jogos Olímpicos que encontraram a união a princesa Ana, filha de Isabel II e de Filipe,  Duque de Edimburgo, do Reino Unido,  e o capitão do Exército, Mark Philips, por força das competições equestres, dando seguimento a uma paixão da família pelos cavalos. Ana viria a tornar-se a primeira atleta olímpica real. Entretanto, o casal viria a separar-se em 1989 e a divorciar-se em 1992.

Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, viriam a conhecer-se a infanta Cristina, filha do meio do rei Juan Carlos e Sofia, de Espanha, e Iñaki Urdangarin, jogador de andebol, cuja equipa ganhou a medalha de bronze. Casaram-se na catedral de Barcelona em 4 de outubro de 1997. No entanto, em janeiro deste ano, o casal divorciou-se.

Nos Jogos Olímpicos de Sydney, no ano 2000, foi a vez de se conhecerem Mary, australiana, e Frederik, dinamarquês, na marina de Sydney, horas depois da cerimónia de abertura dos Jogos. Ele era o príncipe da Dinamarca. Desde o dia 14 de maio de 2004, na Catedral de Copenhaga, Mary e Frederico X já são reis da Dinamarca.

Chegado o ano de 2006, e então nos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim, é a vez de Alberto e Charlene do Mónaco se conhecerem.

Charlene Wittstock nasceu na Rodésia, atual Zimbabwe, mas cresceu na África do Sul e desde cedo se notabilizou na natação. Em 2000, estreou-se nos Jogos Olímpicos de Sydney como parte da equipa feminina de natação sul-africana e terminou em quinto lugar. Foi precisamente nesse ano que conheceu Alberto do Mónaco, no evento Mare Nostrum, organizado pelo principado, no qual Charlene arrecadou a medalha de ouro nos 200 metros. A experiência olímpica terá sido um dos pontos em comum entre os dois. Alberto era filho de Rainier III e de Grace Kelly. A ligação do casal com os Jogos Olímpicos não termina aí. É nos Jogos Olímpicos de Inverno em Turim, no ano 2006, que escolhem fazer a primeira aparição pública como casal

Fonte: Público, Exclusivo Monarquia, Inês Duarte de Freitas.

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

(In “O Olhanense”, de 15-08-2024)

6 de agosto de 2024

SALÁRIOS, PRODUTIVIDADE E A SESTA

 


Neste tempo de muito calor, ou não fora altura dele, ainda que, por vezes, com alterações climáticas que nos vão confundindo, não dá para a disposição de lermos artigos longos.

Vou então registando o que aqui e ali, atento a tudo o que é informação, provinda de várias fontes, me dão o prazer de apreciar o seu contexto.

E é do âmago do meu amigo José António de Sousa, que acumulou mais de quatro décadas de gestão de topo e de liderança na área seguradora, em várias multinacionais, que desde 2003 tive o prazer de o conhecer profissionalmente (desde logo nos tornando grande amigos) que me desperta a inspiração por via do que escreve.

Como consultor independente de empresas e colunista da Executiva, dá um prazer a sua escrita tão acutilante quão enternecedora.

“Nós por cá gostamos sempre de falar de salários, do baixo que são (e são mesmo), sem falar seriamente, com frontalidade, transparência e honestidade, da componente que é determinante para a sua formação), a produtividade.”

Insere um ranking dos salários e produtividade dos países estudados por revista da especialidade.

“Este ranking é claríssimo. O Luxemburgo está no topo porque é o campeão da produtividade na Europa (a produtividade é mais do dobro na nossa…). E até a Espanha tem maiores salários médios que os nossos, devido à sua maior produtividade (apesar de trabalharem menos e de gozarem mais a vida!). O que é ainda mais preocupante é que o custo de vida médio para as famílias naquilo que é essencial (compra de supermercado por exemplo) é inferior em Espanha. Já para não falar da gasolina, do gás (que os espanhóis importam maciçamente da Rússia…), da eletricidade, dos eletrodomésticos de marca (que muitos amigos importam de Barcelona e têm montagem de marca cá!), e um infindável etc. Ganhar mais, trabalhar menos horas (ai de quem quer acabar com o hábito da siesta) e ter a vida mais barata é o que acontece aqui ao lado. Os principais motivos são a produtividade, e o facto de haver maior concorrência entre prestadores de serviços e vendedores de produtos.”

E porque se falou na siesta em Espanha (sesta em Portugal, pensando numa tradução, siesta significa cochilo ou soneca), quero lembrar o seu significado. A siesta é uma prática tradicional em Espanha e de alguns países que falam espanhol, caraterizada por um breve período de descanso ou sono após o almoço.

A origem da siesta remonta ao antigo Império Romano. A palavra siesta vem do latim “sexta”, referindo-se à sexta hora do dia após o nascer do sol, o que na Espanha costuma corresponder ao período entre as 13 e as 15 horas a depender da época do ano.

Durante esse período, era comum fazer uma pausa no trabalho para descansar e se refrescar, especialmente devido ao calor intenso ao meio-dia.

Em Espanha, a siesta começou a ser praticada após a Guerra Civil, época em que as pessoas normalmente tinham mais de um trabalho – um de manhã e outro à tarde. Portanto, era comum fazer uma pausa durante a metade do dia para comer e descansar um pouco antes de ir para o trabalho de tarde. Geralmente aquele cochilinho rápido depois de almoçar, quando geralmente nos sentimos mais cheios e sonolentos!

Não existe um tempo exato para dormir a siesta. Sua duração pode variar entre 15 e 30 minutos. Contudo, algumas pessoas preferem estender esse período até 60 minutos.

Estudos apontam que uma soneca mais rápida pode apresentar muitos benefícios. Além de uma grande melhoria da produtividade e do humor, ajuda a reduzir o stress, melhorar a memória e promover uma melhor saúde cardiovascular.

Por influência da colonização, noutros países que falam espanhol, também existe essa prática. Entretanto, os países em que mais se costuma tirar uma soneca após o almoço são o Japão, Itália, Finlândia, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido.

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

(In “O Olhanense”, de 01-08-2024)