Neste tempo de muito calor, ou
não fora altura dele, ainda que, por vezes, com alterações climáticas que nos
vão confundindo, não dá para a disposição de lermos artigos longos.
Vou então registando o que aqui e
ali, atento a tudo o que é informação, provinda de várias fontes, me dão o
prazer de apreciar o seu contexto.
E é do âmago do meu amigo José
António de Sousa, que acumulou mais de quatro décadas de gestão de topo e de
liderança na área seguradora, em várias multinacionais, que desde 2003 tive o
prazer de o conhecer profissionalmente (desde logo nos tornando grande amigos) que
me desperta a inspiração por via do que escreve.
Como consultor independente de
empresas e colunista da Executiva, dá um prazer a sua escrita tão acutilante
quão enternecedora.
“Nós por cá gostamos sempre de
falar de salários, do baixo que são (e são mesmo), sem falar seriamente, com
frontalidade, transparência e honestidade, da componente que é determinante
para a sua formação), a produtividade.”
Insere um ranking dos salários e
produtividade dos países estudados por revista da especialidade.
“Este ranking é claríssimo. O
Luxemburgo está no topo porque é o campeão da produtividade na Europa (a produtividade
é mais do dobro na nossa…). E até a Espanha tem maiores salários médios que os
nossos, devido à sua maior produtividade (apesar de trabalharem menos e de
gozarem mais a vida!). O que é ainda mais preocupante é que o custo de vida
médio para as famílias naquilo que é essencial (compra de supermercado por
exemplo) é inferior em Espanha. Já para não falar da gasolina, do gás (que os
espanhóis importam maciçamente da Rússia…), da eletricidade, dos
eletrodomésticos de marca (que muitos amigos importam de Barcelona e têm
montagem de marca cá!), e um infindável etc. Ganhar mais, trabalhar menos horas
(ai de quem quer acabar com o hábito da siesta) e ter a vida mais barata é o
que acontece aqui ao lado. Os principais motivos são a produtividade, e o facto
de haver maior concorrência entre prestadores de serviços e vendedores de
produtos.”
E porque se falou na siesta em Espanha (sesta em Portugal,
pensando numa tradução, siesta
significa cochilo ou soneca), quero lembrar o seu significado. A siesta é
uma prática tradicional em Espanha e de alguns países que falam espanhol,
caraterizada por um breve período de descanso ou sono após o almoço.
A origem da siesta remonta
ao antigo Império Romano. A palavra siesta vem do latim “sexta”,
referindo-se à sexta hora do dia após o nascer do sol, o que na Espanha costuma
corresponder ao período entre as 13 e as 15 horas a depender da época do ano.
Durante esse período, era comum
fazer uma pausa no trabalho para descansar e se refrescar, especialmente devido
ao calor intenso ao meio-dia.
Em Espanha, a siesta começou
a ser praticada após a Guerra Civil, época em que as pessoas normalmente tinham
mais de um trabalho – um de manhã e outro à tarde. Portanto, era comum fazer
uma pausa durante a metade do dia para comer e descansar um pouco antes de ir
para o trabalho de tarde. Geralmente aquele cochilinho rápido depois de
almoçar, quando geralmente nos sentimos mais cheios e sonolentos!
Não existe um tempo exato para
dormir a siesta. Sua duração pode variar entre 15 e 30 minutos. Contudo,
algumas pessoas preferem estender esse período até 60 minutos.
Estudos apontam que uma soneca
mais rápida pode apresentar muitos benefícios. Além de uma grande melhoria da
produtividade e do humor, ajuda a reduzir o stress, melhorar a memória e
promover uma melhor saúde cardiovascular.
Por influência da colonização,
noutros países que falam espanhol, também existe essa prática. Entretanto, os
países em que mais se costuma tirar uma soneca após o almoço são o Japão,
Itália, Finlândia, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido.
João de Jesus Nunes
(In “O Olhanense”, de 01-08-2024)
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