É do conhecimento público o comunicado da Direcção do Clube leonino, de 9/12/2009, através do qual se fazem algumas considerações sobre a atitude comportamental, não só do proprietário do imóvel da ex-Sede daquela instituição desportiva, como também, e mormente do seu ex-inquilino, ali estabelecido no serviço de restauração.
É assaz estranha a forma como a maior Colectividade, não só do Concelho como de toda a Região desta Beira, tem sido tratada por algumas gentes responsáveis, em vários sectores da sociedade, sem o encontro de um ponto de união de boas vontades, para que o Sporting Clube da Covilhã possa manter o seu emblema a reluzir no meio citadino, e não só, como já foi referido.
Os êxitos destes nossos principais representantes do desporto, a nível nacional, redundam também no reflexo de benefícios para as gentes da Região, quer no âmbito comercial quer no turístico, sobejamente conhecidos de longa data, ainda que por vezes mal aproveitados.
As vicissitudes por que o Clube passa também poderão repercutir-se em menos proveitos para a Região.
O que me trás a este assunto mirabolante, independentemente de eventuais desavenças negociais, ou interesses mesquinhos, é a abissal diferença de números apresentados, denotando-se uma aversão ao Clube serrano por gentes desta Terra, ou aqui radicadas.
Desde a década de cinquenta do século passado que o edifício da Rua do Ginásio, de bonita traça e bem implantado na Cidade, mas com forte degradação, foi Sede do SCC, onde se conheceram muitos êxitos, surgiram grandes alegrias para a Cidade e Região; houve discursos inflamados e eloquentes por gente grada da Covilhã, permitindo-me salientar o Dr. Carlos Coelho, Dr. Ranito Baltazar, Dr. José Calheiros, Conde da Covilhã, os industriais Ernesto Cruz e os Mesquitas Nunes, entre muitos outros. Também algumas vezes os corações dos associados e dirigentes surgiram tristes e apreensivos, mas, no fundo, as paredes daquele imóvel, se falassem, podiam testemunhar as vozes hilariantes e por vezes vociferantes de muitos amigos do SCC, sobre a vida da Colectividade e dos seus obreiros, ao mesmo tempo que ostentavam quadros de Velhas Glórias serranas que o tempo perdurou, muitas delas já fora do mundo dos vivos.
Elementos da família do proprietário do imóvel também integraram com grande dignidade os órgãos dirigentes do Clube de antanho.
Não se compreende, aos olhos de muitos covilhanenses – mas já habituados ao que se passa neste País de muita devassidão – que surja o pedido de venda do imóvel, ao SCC, pelo valor de 625 mil euros; e, posteriormente, vem a ser adquirido pelo arrendatário do restaurante por menos de metade do preço.
Onde está a moralidade do acto? Ou aqui há gato…
Pois bem, negócio feito, compreensível ou incompreensivelmente assumido, chega agora a vez do ex-inquilino e dono do restaurante vir a exigir uma indemnização ao SCC, em tribunal, superior a 200 mil euros!!!
Alguém percebe isto? O Clube emitiu no seu comunicado que se abstém de comentar estas atitudes.
Com franqueza, isto é mesmo razoável, ou é para deitar o Clube abaixo? Esta agremiação desportiva histórica da Cidade, de longa data, já lá teve outros restaurantes, como o do Zé Brazul, donde surgiu a figura popular do empregado “Feijão”.
Vamos dar as mãos, numa brandura de intenções e não brinquem com coisas sérias, tá?
(In Notícias da Covilhã e Jornal do Fundão, de 7/1/2010, e no site do Sporting Clube da Covilhã)
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