Na catadupa de temas que gostaria de apresentar neste espaço, por vezes o mais difícil é saber como começar. Lançando um olhar para as resmas de recortes de jornais, revistas e apontamentos, num amontoado mais ou menos cronológico, faz luz uma ideia, depois de banir outras que ficarão a aguardar oportunidade.
É que também no quotidiano nos surgem panóplias de assuntos que já nos entram por um ouvido e saem pelo outro, tal o descrédito por que vai o trabalho dos nossos políticos.
E, mesmo de alguns em quem pensávamos acreditar, ocupem eles os lugares com mais ou menos degraus na vida da Nação, já não nos dão espaço possível no pensamento para neles confiarmos, como povo pacífico e farto de esperar por uma vida que se projectara na esperança dum 25 de Abril.
A “exemplaridade” de atitudes, desde homens dos Partidos Políticos, Governo ou mesmo pelos “habitantes” da Assembleia da República, e seus periódicos “visitantes” ou “convidados” sob pressão, na defesa deste povo tão bem personificado nos Lusíadas, de Camões, traduz-se naquela frase proverbial de “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”.
Exemplos? Milhentos! Desde os que vão às televisões, com semblante de defensores dos mais necessitados, e, depois, por detrás da sua cortina de falsidade na argumentação, aí estão as reformas luxuosas, que, só de cada um, davam para dezenas de salários mínimos nacionais; dos subsídios e prémios atentatórios da dignidade do pobre povo, que os vê por um canudo, e que tão acarinhado e apregoado é nas épocas de eleições.
Daquelas “migalhas douradas”, na maioria dos casos, muitos dos cidadãos têm uma sombra em salários anuais de um décimo das suas reformas ou vencimentos mensais.
Eles são um formigueiro de apaniguados, desde a direita à esquerda e ao centro. Eles são reformados, na política, com reformas de pasmar, algumas por invalidez, e, depois, surgem novamente em cargos políticos, com novos luxuosos salários, como se o Zé Povo se esquecesse.
Eles são familiares dos Srs. Presidentes da República, dos Srs. Primeiros-Ministros, dos Srs. Secretários de Estado, dos motoristas, dos assessores dos Srs. Ministros, dos Srs. Louçãs, que tiveram a dita de pertencerem a esses ditos cujos e “não têm culpa” que lhes arranjassem um tachinho tão a calhar, nos tempos que correm, que, isso da vozearia dos colegas, amigos ou vizinhos, é tão só aquela inveja habitual, pelo que o conselho para os afortunados é deixar passar a caravana.
Por isso, é preciso que o Zé-povinho volte a pronunciar-se e…”Toma! Que levas com o manguito!”
As utopias e os sonhos continuam por ser realizados.
Ainda sou, aquando da escolaridade, dos tempos dos “Quadros de Honra”, sem saudosismo dos mesmos tempos, mas, com saudade, sim, dos tempos em que os homens gostavam de mulheres, e estas gostavam dos homens.
E, nesta época de festa dos Santos Populares, cá vamos cantando e rindo, como outrora, e esperançados que os futebóis nos tragam alegria, com a nossa Selecção Portuguesa em terras sul-africanas – altura para o Governo das nossas desesperanças folgar um pouco – sem os energúmenos a chateá-lo.
Como é natural que eu esteja equivocado com tudo o que passei à pena, dita agora computador, vou ficar por aqui, e vou apoiar a Selecção. Viva a Selecção de Portugal!
(In Notícias da Covilhã, de 17/06/2010, Notícias de Gouveia, de 18/06/2010 e a sair também no Jornal “O Olhanense”)
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