3 de junho de 2010

“NÃO HÁ MACHADO QUE CORTE A RAÍZ AO PENSAMENTO”

Foi num clima de transbordante entusiasmo que no passado dia 27 de Maio se reuniu num jantar, no Centro Cultural e Social da Covilhã, um grupo de 34 antigos jocistas (movimento da Juventude Operária Católica), de várias gerações, organizado por actuais elementos da LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento dos Trabalhadores Cristãos), para “interpretar o sentimento de amizade e reconhecimento”.

Este sentimento teve como único alvo a pessoa de um grande Covilhanense pelo coração – o Padre Fernando Brito dos Santos – que durante mais de três décadas foi assistente diocesano destes movimentos, em tempos difíceis da ditadura, tendo deixado bem vincada a sua personalidade de grande Homem, amigo, defensor dos mais pobres e desprotegidos e da classe trabalhadora.

Reunidos em ambiente de simplicidade, onde todos eram amigos, tal acto deixou marcas indeléveis para memorizar os movimentos operários católicos.

Tendo o Padre Fernando Brito celebrado as bodas de ouro sacerdotais em Agosto de 2009, os antigos e actuais militantes dos referidos movimentos desejaram manifestar-lhe o sincero agradecimento e a grande amizade.

Presentes dois coordenadores nacionais daquele movimento – Maria de Fátima Almeida (Braga) e José Rodrigues (Lisboa) – também marcou presença amiga Serafim Vieira, antigo dirigente livre da JOC, natural do Porto.

Estiveram ainda presentes, o Assistente Nacional do Movimento, Padre Emanuel Valadão e o Assistente Diocesano, Padre Joaquim António.

Foi esta manifestação tão importante quão sentida, a seguir à da despedida e substituição do Padre Fernando Brito, de Assistente deste Movimento, em 24/11/2001, no Seminário do Tortosendo, reunindo então centena e meia de amigos.

Interessantes terem sido passados dois álbuns recordando algumas fotografias de actividades e participações dos antigos jocistas, verificando-se algumas notícias de jornais com a intervenção em assembleias de antigos elementos, de há quase meio século, e ali presentes.

E também as peripécias por que passaram alguns elementos, nas décadas de sessenta e setenta do século passado, reunidos no Centro Cultural, no 1.º de Maio, tratando de assuntos do movimento operário católico, e com a Pide a entrar-lhes pela sala dentro, tendo o Padre Fernando conseguido dar-lhes a volta, passando a conversar num tema totalmente descabido para o assunto que tratavam mas que os presentes logo compreenderam ser a forma de ludibriar os homens da PIDE.

Nas conversas de cada um – e vieram de várias zonas da região, como Unhais da Serra, Tortosendo, Teixoso – foram recordados alguns antigos elementos dos movimentos operários católicos, já falecidos, como a Irene Pereira.

O Padre Fernando agradeceu, na sua simplicidade, deixando o seu desejo de que aquela reunião de amigos ao menos servisse para reforçar a abertura do caminho na continuação do movimento baseado nos valores cristãos.

Depois de efusivamente entoarem cânticos jocistas, todos de despediram com grande entusiasmo pelo que se passou neste memorável encontro de amigos.


In Notícias da Covilhã de 3 de Junho de 2010

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