Pela primeira vez, a principal colectividade desportiva desta região beirã, vai apresentar-se a eleições, com dois candidatos. Realça-se assim a maior importância dedicada ao histórico Sporting Clube da Covilhã (SCC).
Que seja um acto dignificante para a nossa Cidade, já que de tudo o que se passar é o nome da Covilhã que ganha ou perde.
As atitudes indignas de alguns intervenientes, na última Assembleia-Geral do SCC, vieram a passar de “bestial a besta” o Presidente da Assembleia-Geral.
O SCC foi o meu Clube de sempre, desde os tempos em que, gaiato, não tinha dinheiro para ir ao futebol e aguardava pelos vinte minutos finais de abertura dos portões para entrar no “Santos Pinto”. Cá fora sofria com o resultado, e, depois, aguardava que os jogadores forasteiros saíssem. Era o tempo da antiga Primeira Divisão.
Como covilhanense, e sócio do Clube, não devo alhear-me dos seus problemas. Tenho pena que este desentendimento, que não é crise, tenha acontecido, já que sou amigo e tenho consideração pelas duas partes envolvidas – Presidentes da Assembleia-Geral e da Direcção do SCC.
Tenho a minha visão própria do Clube em geral e das suas pessoas. Não somos todos iguais. Vivemos em democracia e em democracia se devem resolver as questões.
Um dos actos que sei estar presente na mente dos Homens da contenda é a manutenção e desenvolvimento da formação das camadas jovens do SCC, pelo que há esperança.
O SCC merece voos mais altos direccionados para a I Liga, com pedras basilares que sejam activos do próprio Clube para poderem vir a ser mais-valias no futuro. Não podemos andar com situações latentes entre a manutenção e a descida de divisão do SCC. Será nesta visão que vou escolher o candidato.
É, no entanto, de lamentar que um Homem que deu muito ao Clube, em termos financeiros, nos tempos que correm – e poderá continuar a dar – tenha sido “apedrejado”, num esquecimento de que estes Homens não surgem com facilidade. E ele, do clube, nada necessita.
Quando eu procurava arranjar fundos para satisfazer a despesa tipográfica com o meu quarto livro sobre o SCC, foi António Lopes que, espontaneamente, se dispôs assumir o pagamento das suas despesas. Pagou as verbas em falta e o produto da venda reverte a favor do SCC.
António Lopes será sempre sócio benemérito, por mais escorraçado que seja, apesar de ter devolvido ao SCC todas as distinções que lhe foram concedidas.
Outros clubes, como soe dizer-se, andariam com o Homem nas “palminhas das mãos”.
E, como também é hábito dizer-se que “Santos da porta não fazem milagres”, cumpre-me, entristecido com a última Assembleia-Geral, apresentar parte do currículo de António Lopes:
- Conhecido sindicalista na Covilhã, aquando da grave crise por que passaram as Minas da Panasqueira, com grande actuação, alguns dias, junto á Câmara Municipal da Covilhã, durante a greve daquele sector mineiro; passou depois a empresário de sucesso, e é reconhecido pelo governo brasileiro – Estado do Rio de Janeiro –, com a atribuição da Honorífica Medalha Tiradentes – a mais alta condecoração do Estado brasileiro –, em 2001, registando mesmo a expressão de “humilde em sua grandeza e grande em sua humildade”, “importante cidadão do mundo”; título de “Cidadão do Estado do Rio de Janeiro”, em 2001; título de “Cidadão Campista de “Campos dos Goytacazes” – Brasil; sócio Benemérito da “Associação de garantia ao Atleta Profissional/RJ (Rio de Janeiro); reconhecido pelo Governo da Madeira, de Alberto João Jardim; Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital. Podem ainda ver o seu nome numa rua – Rua António Santos Lopes – Vila Franca da Beira.
Enfim, para além de muita acção benemérita noutros clubes e associações, nomeadamente de Unhais da Serra (e actualmente na Associação de Futebol de Castelo Branco), a sua benemerência estendeu-se também a algumas Associações de Bombeiros Voluntários.
E, com tudo isto, é este Homem desprezado e insultado?
Não consigo comentar tais condutas.
Aqui fica a minha contribuição para o esclarecimento das mentes desinformadas.
(In “Tribuna Desportiva”, de 12/10/2010 e “Notícias da Covilhã”, de 14/10/2010)
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