A Covilhã, desde longos anos, mostrou ser solidária e com uma forte dedicação aos mais necessitados, já do tempo da monarquia, e, depois, no regime republicano vigente.
A Sociedade de S. Vicente de Paulo, no seu objectivo de “testemunhar a fé em obras, através de uma acção pessoal veiculada pela visita, em espírito de Justiça e Caridade” foi fundada em Paris, no ano de 1833, por um grupo de sete jovens universitários, entre os quais Frederico Ozanan, sendo patrono S. Vicente de Paulo.
Esta sociedade, de enorme mérito solidário, encontra-se disseminada pelo globo, em cerca de 150 países, e, em Portugal, desde 1859.
Na Covilhã, já quatro destas Conferências atingiram o centenário. A primeira foi a de Santa Maria, fundada em 12/11/1899; seguiu-se a da Conceição, fundada em 19/03/1903; depois a de S. Pedro, fundada em 29/06/1905; e, por último, a de S. Martinho, que no corrente ano está a celebrar o seu centenário, fundada em 22/05/1911.
Existem mais conferências vicentinas na Covilhã, e noutras freguesias do Concelho, e não só, que agrupam um designado Conselho de Zona, do Arciprestado da Covilhã.
Já é sobejamente conhecida a acção humanitária destas Conferências, com um meritório trabalho dos seus obreiros – os confrades – que, somando muitas horas de voluntariado, aí desenvolvem a sua acção na assistência à doença, problemas familiares e sociais, carências económicas, solidão dos idosos, desamparo das crianças, álcool e droga, marginalidade e desajustamento social, apoio a busca de colocações no trabalho, pagamento de rendas, água, luz, gás, material escolar, medicamentos, géneros alimentícios, peças de roupa, e material diverso, num vasto leque da sua presença de solidariedade humana.
A Conferência de S. Vicente de Paulo da Paróquia de S. Martinho da Covilhã, no âmbito das comemorações do seu centenário, reuniu vários elementos de outras Conferências do Conselho de Zona onde se insere, no passado domingo, dia 16 de Outubro, numa Eucaristia de acção de graças, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, celebrada pelo assistente espiritual, Padre Agostinho Rafael, que, na sua homilia, referenciou a actividade das conferências, mormente nos dias difíceis que se atravessam, lembrando também quantos já partiram e que deram o seu melhor em prol dos necessitados.
Seguiu-se um almoço de confraternização.
Neste evento esteve presente o Presidente do Conselho Nacional, que há muitos anos se encontra radicado na Covilhã, e o Presidente do Conselho de Zona,
Memorizaram-se tempos e figuras antigas, no âmbito da longa actividade vicentina.
Neste formular de votos de parabéns à Conferência centenária, certamente que também irá o sentir de muitas famílias que aguardam pela sua acção benéfica na ajuda humanitária e que, mais não seja, uma palavra amiga de alento para os dias ainda mais difíceis que se aproximam.(In Notícias da Covilhã, de 19.10.2011)
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