Sou um republicano convicto. Vejo na monarquia como que
um conto de fadas. Reis e rainhas, príncipes e princesas fazem histórias muito
bonitas para contar à miudagem, principalmente quando precisam de dormir.
Mas, pelo mundo fora, e na nossa Europa, ainda se delira
com as rainhas e as princesas… mesmo que se gastem rios de dinheiro nas
extravagâncias de um evento, como o cerimonial de um casamento. Para isto não
há troika que resista.
Irritava-me ter que gramar, na monarquia, a descendência
de uma família real. Exemplificando: Na linha de sucessão, ao Rei D. Mateus I
vai suceder-lhe o alucinado filho varão, príncipe Tomás, Conde de Bogalhos de
Baixo.
Vejam lá se isto sucedia com o Sultão da Madeira… Alberto
João I, Rei e Senhor dos Jardins de Melgaço, Boidobra da Beira Baixa, Fundada
dos Pinhais de Vila de Rei, Arronches do Alto Alentejo, Troia e dos mares do
Machico e Ribeira Grande…
Bom, mas Portugal já teve grandes monarcas, na maioria
com filhos de outras vergonhas que não incomodaram este país de marinheiros.
Nem a nossa Rainha Santa Isabel de Aragão se furtou às escapadelas do marido,
D. Dinis, de sua graça, de quem pariu somente dois filhos.
Isto que, de Marias, a nossa primeira rainha, de seu
nome, teve uma fobia e enlouqueceu a governar pelas mãos dos outros. Foge, que
vêm aí o Napoleão! E, a caminho do Brasil, a sua nora e rainha consorte do
reino unido de Portugal, Brasil e Algarves, na precipitação até deixou o marido
e nosso D. João VI, levar a casaca cheia de nódoas.
Parecendo estar num dia aziago e ver toda a monarquia
pela negativa, afinal, tenho dó daquela rainha Sofia, de Espanha, sempre triste
com as saídas furtivas de D. Juan Carlos, em serviço pelos safáris…
E que Deus tenha em paz a linda princesa Diana, já que o
enfadado Carlos, príncipe de Gales, preferiu os traços da Camilla.
O que é certo e verdade é que, neste reino das mulheres,
uma se salienta pela sua longevidade – a segunda mais velha a manter-se na
monarquia britânica – a Rainha Isabel II, de Inglaterra, ao completar 60 anos
no trono britânico – o jubileu de diamante da rainha.
Isabel II (ou Elizabeth II) nasceu em 21 de abril de 1926
e tem agora precisamente 86 anos. Reina após a morte de seu pai, o rei Jorge
VI, desde 6 de fevereiro de 1952, sendo atualmente a Chefe de Estado que está
no poder há mais tempo em quatro continentes, e, portanto, a segunda no
planeta, já que o detentor do “troféu” da longevidade no poder é o rei da
Tailândia (Rama IX).
É atualmente a mais velha rainha britânica de sempre. A
sua trisavó, Vitória, consegiu bater o recorde mais longo dum reinado, pelo
que, para o bater, a rainha Isabel II terá que se manter no poder até 9 de
setembro de 2015.
Esta mulher é ainda chefe de Estado dum conjunto de 125
milhões de pessoas, vivendo em 16 países que vão desde o Reino Unido da
Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, passando pela Austrália, Canadá, Jamaica, Nova
Zelândia até às Ilhas Salomão.
A rainha Isabel II – uma das mulheres mais ricas do mundo
– exige sempre vestuário que a saliente e só em 26 de novembro de 1992, o então
primeiro-ministro John Major anunciou no Parlamento que a Rainha estava
disposta para, a partir do ano seguinte, pagar impostos sobre os seus
rendimentos… Entendam bem este espírito de voluntariado, caritativo e de
abnegação…
A Rainha Isabel II foi coroada em 2 de junho de 1953 mas
subiu ao trono em fevereiro de 1952. Na data da coroação, antes do cortejo em
Westminster, disse às virgens que lhe seguravam o manto: “Prontas, meninas?”.
Ela estava coberta de pesados adereços. O cet ro
é de 1661 e como a monarquia sempre gostou dele, em 1907 juntou o diamante
Cullinan II, o segundo maior do mundo, com 530 quilates. As pulseiras, em ouro,
foram-lhe oferecidas pelos oito países de que se tornou Chefe de Estado com a
coroação. O vestido foi desenhado por Norman Hartnell e bordado com as flores
de todos os países da Commonwealth. A coroa imperial de Estado tem 2.868
diamantes e é uma cópia da que foi feita para a Rainha Vitória. O colar e
brincos foram feitos para a Rainha Vitória em 1858 com diamantes antigos. O
Lahore tem 22 quilates. O manto, de veludo e pele de arminho, tinha 5,5 metros e era levado por seis jovens virgens
da nobreza britânica.
Quando a rainha falecer, para que lhe serve tanta
riqueza?
Recordo-me
da sua vinda a Portugal, no mês de fevereiro do ano de 1957, quando a televisão
surgiu em Portugal, a preto e branco, tendo sido esta visita a primeira grande
reportagem da radiotelevisão portuguesa.
Era
então uma jovem rainha, de 31 anos, acompanhada pelo marido, príncipe Filipe, e
pelos seus dois filhos, príncipes Carlos, de nove anos; e Ana, de sete anos.
Mais tarde viriam a nascer os príncipes André e Eduardo.
Eu, que
não tinha ainda televisão, e, na minha adolescência, frequentava a antiga Biblioteca Municipal , ao jardim, para onde ia
estudar, aí me recordo de ver na revista Flama, e nos jornais, as notícias e
imagens da visita da Rainha Isabel II a Portugal, com a sua família, ao lado do
Presidente da República General Craveiro Lopes e do Presidente do Conselho,
Oliveira Salazar.
(In Notícias da
Covilhã de 13.06.2012 e Kaminhos e Jornal Olhanense)
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