18 de outubro de 2015

CHEGÁMOS!


Neste ano da graça de dois mil e quinze, mês de outubro, completámos cem números de “O Combatente da Estrela”.

Podemos agora voltar-nos para o que foi o “antes”, o que está sendo o “durante”, e o que poderá ser o “depois”.

São três fases do tempo daquele tempo que tem a nossa vida: para uns mais longa, para outros mais curta.

Seja como for, entre virtudes e defeitos se fez a vida humana. E foi, é e será, nesta forma comportamental de cada um; mais dinâmica ou menos ativa, mais tolerante ou de índole agressiva, na tez de serenidade ou no semblante neurótico, cada qual com a sua alma assim tatuada, entre considerações e repulsas; que assim se construiu ou vai arquitetando o espaço temporal das nossas existências.

E é assim que, na amálgama de conceitos, mas no respeito pelo mundo que nos circunda, nasceu este pequeno jornal, na sua forma, mas grande na sua generosidade de querer fazer chegar, ao maior número possível de leitores, aquele abraço no sentir de quem passou por uma parte dura da História de Portugal.

Mas também, como órgão de cultura, várias facetas da vida citadina, onde nos inserimos e, por isso, e por natureza, também onde poisam as nossas preocupações.

O tempo vai caminhando veloz, mas a parte integrante dos acontecimentos que constituem muitas páginas da História de Portugal; daquela juventude que nós fomos, dos anos sessenta a setenta do século XX, em que surgiu a bravura na defesa da Pátria, a dor dos companheiros que se viram tombar em combate, lá longe, longe das famílias, as marcas indeléveis na carne, ou a doença depressiva que todos trouxeram, numa incompreensão dos senhores da Nação de outrora; jamais se poderá dissipar, e é nas páginas de “O Combatente da Estrela” que muitos testemunhos, notícias, reportagens, entrevistas, ou textos diversos dão o sinal de que a História das Guerras em África terá que continuar a ser lida, meditada, por tudo o que se passou, e, também, por tudo o que não querem assumir como reflexo dessas lutas fratricidas de então.

Durante o espaço que medeia entre o primeiro número de “O Combatente da Estrela” que viu a luz da gráfica em janeiro de 1988 e este mês de outubro de 2015, nos seus cem números, os obreiros do jornal, que durante muito tempo quase se reduziram ao trabalho desdobrado do seu Diretor, o mesmo desde início, muitos acontecimentos surgiram na vida da Liga dos Combatentes, da Cidade e do País.

No seio da Liga, muitos foram os que deixaram o mundo dos vivos, alguns prematuramente. Todos foram respeitados no simbolismo fúnebre e na recordação das suas memórias com inserção da notícia, com foto, neste periódico. Também nas transladações para o espaço próprio nos Cemitérios Municipais, e nas romagens em cada 1.º de Novembro.

Depois, há a preocupação dos que ainda vivem o resto das suas vidas, e, daí, a persistência na construção do tão almejado Centro de Dia e Lar de Terceira Idade, conforme temos dado notícias neste jornal, sempre que oportuno.

As notícias também têm vindo a lume, neste periódico, sobre as consultas psicológicas gratuitas, no apoio que a Liga dá aos seus Associados, e não só, também a todos os antigos Combatentes que à mesma se dirijam.

A solidariedade também se estende aos mais necessitados.

Embora separado da Liga dos Combatentes, como organização particular, mas de antigos Combatentes, que emergiu do que surge na Tabanca de Matosinhos, onde alguns antigos Combatentes da Covilhã ali se juntaram aos seus colegas, no encontro por que é conhecido o local de encontro, todas as quartas-feiras, de ex-Combatentes da Guiné, hoje Guiné-Bissau, para um almoço de confraternização, surgiu a Tertúlia dos Combatentes, cujo evento temos dado conhecimento nas páginas de “O combatente da Estrela”.

Todos os meses se reúnem, num restaurante da cidade, para um almoço, antigos Combatentes, cujo número vai crescendo, sempre ultrapassando a centena de participantes. A anteceder o almoço costuma haver uma caminhada, ou, quando tal não é possível, mormente no inverno rigoroso, reúnem-se os antigos Combatentes num café para conversar sobre determinado tema, ou, então visitas culturais, como foram ao Museu de Arte Sacra, Universidade da Beira Interior, etc.

A espiritualidade também não fica sem lugar e então há anualmente uma peregrinação a Fátima. O lazer e recreação também estão presentes na Liga dos Combatentes, pelo que são várias as viagens programadas para os associados, seus familiares e amigos, de cujo relato damos notícia n ´”O Combatente da Estrela”.

Como não podia deixar de ser, na preocupação com os seus associados, e no âmbito cultural, têm-se organizado algumas Conferências, com debate, alusivas a vários temas, mormente sobre a situação dos antigos Combatentes.

O “depois” passa incondicionalmente pela continuidade da caminhada que os obreiros da Liga dos Combatentes estão a fazer, e, neste contexto, também “O Combatente da Estrela” será o elo de ligação entre as suas estruturas e os seus associados e leitores em geral, ao serviço da Cidade Covilhanense, e seu Concelho, ao qual pertence.
(In "O Combatente da Estrela" - N.º 100 - Edição Especial - outubro 2015)

Sem comentários: