Neste ano da graça de dois mil e quinze, mês de outubro,
completámos cem números de “O Combatente
da Estrela”.
Podemos agora voltar-nos para o que foi o “antes”, o que está sendo o “durante”, e o que poderá ser o “depois”.
São três fases do tempo daquele tempo que tem a nossa vida:
para uns mais longa, para outros mais curta.
Seja como for, entre virtudes e defeitos se fez a vida
humana. E foi, é e será, nesta forma comportamental de cada um; mais dinâmica
ou menos ativa, mais tolerante ou de índole agressiva, na tez de serenidade ou
no semblante neurótico, cada qual com a sua alma assim tatuada, entre
considerações e repulsas; que assim se construiu ou vai arquitetando o espaço temporal
das nossas existências.
E é assim que, na amálgama de conceitos, mas no respeito
pelo mundo que nos circunda, nasceu este pequeno jornal, na sua forma, mas
grande na sua generosidade de querer fazer chegar, ao maior número possível de
leitores, aquele abraço no sentir de quem passou por uma parte dura da História
de Portugal.
Mas também, como órgão de cultura, várias facetas da vida
citadina, onde nos inserimos e, por isso, e por natureza, também onde poisam as
nossas preocupações.
O tempo vai caminhando veloz, mas a parte integrante dos
acontecimentos que constituem muitas páginas da História de Portugal; daquela
juventude que nós fomos, dos anos sessenta a setenta do século XX, em que
surgiu a bravura na defesa da Pátria, a dor dos companheiros que se viram
tombar em combate, lá longe, longe das famílias, as marcas indeléveis na carne,
ou a doença depressiva que todos trouxeram, numa incompreensão dos senhores da
Nação de outrora; jamais se poderá dissipar, e é nas páginas de “O Combatente da Estrela” que muitos
testemunhos, notícias, reportagens, entrevistas, ou textos diversos dão o sinal
de que a História das Guerras em África terá que continuar a ser lida,
meditada, por tudo o que se passou, e, também, por tudo o que não querem assumir
como reflexo dessas lutas fratricidas de então.
Durante o espaço que medeia entre o primeiro número de “O Combatente da Estrela” que viu a luz
da gráfica em janeiro de 1988 e este mês de outubro de 2015, nos seus cem
números, os obreiros do jornal, que durante muito tempo quase se reduziram ao
trabalho desdobrado do seu Diretor, o mesmo desde início, muitos acontecimentos
surgiram na vida da Liga dos Combatentes, da Cidade e do País.
No seio da Liga, muitos foram os que deixaram o mundo dos
vivos, alguns prematuramente. Todos foram respeitados no simbolismo fúnebre e
na recordação das suas memórias com inserção da notícia, com foto, neste
periódico. Também nas transladações para o espaço próprio nos Cemitérios
Municipais, e nas romagens em cada 1.º de Novembro.
Depois, há a preocupação dos que ainda vivem o resto das
suas vidas, e, daí, a persistência na construção do tão almejado Centro de Dia
e Lar de Terceira Idade, conforme temos dado notícias neste jornal, sempre que
oportuno.
As notícias também têm vindo a lume, neste periódico, sobre
as consultas psicológicas gratuitas, no apoio que a Liga dá aos seus
Associados, e não só, também a todos os antigos Combatentes que à mesma se
dirijam.
A solidariedade também se estende aos mais necessitados.
Embora separado da Liga dos Combatentes, como organização
particular, mas de antigos Combatentes, que emergiu do que surge na Tabanca de
Matosinhos, onde alguns antigos Combatentes da Covilhã ali se juntaram aos seus
colegas, no encontro por que é conhecido o local de encontro, todas as
quartas-feiras, de ex-Combatentes da Guiné, hoje Guiné-Bissau, para um almoço
de confraternização, surgiu a Tertúlia dos Combatentes, cujo evento temos dado
conhecimento nas páginas de “O combatente
da Estrela”.
Todos os meses se reúnem, num restaurante da cidade, para um
almoço, antigos Combatentes, cujo número vai crescendo, sempre ultrapassando a
centena de participantes. A anteceder o almoço costuma haver uma caminhada, ou,
quando tal não é possível, mormente no inverno rigoroso, reúnem-se os antigos
Combatentes num café para conversar sobre determinado tema, ou, então visitas
culturais, como foram ao Museu de Arte Sacra, Universidade da Beira Interior,
etc.
A espiritualidade também não fica sem lugar e então há
anualmente uma peregrinação a Fátima. O lazer e recreação também estão
presentes na Liga dos Combatentes, pelo que são várias as viagens programadas
para os associados, seus familiares e amigos, de cujo relato damos notícia n ´”O Combatente da Estrela”.
Como não podia deixar de ser, na preocupação com os seus
associados, e no âmbito cultural, têm-se organizado algumas Conferências, com
debate, alusivas a vários temas, mormente sobre a situação dos antigos
Combatentes.
O “depois” passa incondicionalmente pela continuidade da
caminhada que os obreiros da Liga dos Combatentes estão a fazer, e, neste
contexto, também “O Combatente da
Estrela” será o elo de ligação entre as suas estruturas e os seus
associados e leitores em geral, ao serviço da Cidade Covilhanense, e seu Concelho,
ao qual pertence.
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