Habituei-me, ainda menino e
moço, a ler o Jornal do Fundão desde os tempos da antiga Biblioteca Municipal
da Covilhã, ao jardim. Posso considerar que este semanário foi meu companheiro
na sua génese, mais velho que eu exatamente dois meses. Portanto, sempre que o
JF celebra o seu aniversário é uma forma de lembrar também o meu.
Recordo vários momentos, e
várias personalidades, que encheram as páginas deste semanário, sempre na
enérgica defesa dos interesses da região beirã, no impulso dinâmico e
persistente de António Paulouro. O Jornal do Fundão foi e é ainda uma voz que é
recebida pelos emigrantes deste pedaço de terra portuguesa. Não esqueço aquando
das guerras nas ex-Colónias, os militares portugueses, quantas vezes em notícia
e uma foto no JF. Acompanhei a suspensão do Jornal do Fundão pela maldição
censória do regime ditatorial de Salazar. Ainda me recordo de à porta da Câmara
Municipal, onde então eu era funcionário, o porteiro, com o último número do Jornal
do Fundão mo mostrar e dizer: “Foi esta notícia que fez encerrar o Jornal do
Fundão”.
Algumas vezes tive o prazer de
poder ver alguns textos meus inseridos no espaço deste semanário, bem como
algumas referências a eventos onde participei. Ainda tenho em meu poder uma
carta do JF datada de 2 de janeiro de 1989 devolvendo-me o valor das ações que
então adquirira numa ajuda solicitada pelo Jornal do Fundão e que fora
subscrita por muitos amigos durante algumas semanas, oferecendo solidariedade
numa hora difícil da sobrevivência do jornal. Nas estantes da minha biblioteca
lá estão os livros das Jornadas da Beira Interior, promovidas pelo Jornal do
Fundão.
É nesta vertente de leitor que
eu desejo a continuidade da força e iniciativas deste Semanário, em prol da
Beira Interior. Parabéns!
João de Jesus Nunes
Covilhã
(In "Jornal do Fundão", de 04.02.2016)
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