5 de fevereiro de 2016

A BONITA IDADE DE 70 ANOS

Habituei-me, ainda menino e moço, a ler o Jornal do Fundão desde os tempos da antiga Biblioteca Municipal da Covilhã, ao jardim. Posso considerar que este semanário foi meu companheiro na sua génese, mais velho que eu exatamente dois meses. Portanto, sempre que o JF celebra o seu aniversário é uma forma de lembrar também o meu.
Recordo vários momentos, e várias personalidades, que encheram as páginas deste semanário, sempre na enérgica defesa dos interesses da região beirã, no impulso dinâmico e persistente de António Paulouro. O Jornal do Fundão foi e é ainda uma voz que é recebida pelos emigrantes deste pedaço de terra portuguesa. Não esqueço aquando das guerras nas ex-Colónias, os militares portugueses, quantas vezes em notícia e uma foto no JF. Acompanhei a suspensão do Jornal do Fundão pela maldição censória do regime ditatorial de Salazar. Ainda me recordo de à porta da Câmara Municipal, onde então eu era funcionário, o porteiro, com o último número do Jornal do Fundão mo mostrar e dizer: “Foi esta notícia que fez encerrar o Jornal do Fundão”.
Algumas vezes tive o prazer de poder ver alguns textos meus inseridos no espaço deste semanário, bem como algumas referências a eventos onde participei. Ainda tenho em meu poder uma carta do JF datada de 2 de janeiro de 1989 devolvendo-me o valor das ações que então adquirira numa ajuda solicitada pelo Jornal do Fundão e que fora subscrita por muitos amigos durante algumas semanas, oferecendo solidariedade numa hora difícil da sobrevivência do jornal. Nas estantes da minha biblioteca lá estão os livros das Jornadas da Beira Interior, promovidas pelo Jornal do Fundão.
É nesta vertente de leitor que eu desejo a continuidade da força e iniciativas deste Semanário, em prol da Beira Interior. Parabéns!
João de Jesus Nunes

Covilhã

(In "Jornal do Fundão", de 04.02.2016)

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