11 de abril de 2018

COMO TUDO SE PASSA


Poderíamos hoje estar a falar sobre efemérides, pois aconteceu há 50 anos a Primavera de Praga, com a Checoslováquia, então 8.ª potência industrial do mundo, a ser invadida pelas tropas russas, na noite de 20 para 21 de agosto de 1968. Foram entre 400 a 500 mil soldados do Pacto de Varsóvia a atravessarem a fronteira. Mas hoje, excetuando a Crimeia, e a ajuda aos seus apaniguados beligerantes, a Rússia opta por invadir por processos mais sofisticados, através da Internet.
Poderíamos estar a falar sobre o Maio de 68, com as greves estudantis em França, naquela expressão de “É proibido proibir”.
Poderíamos ainda estar a falar do assassinato de Martin Luther King, também há 50 anos, Nobel da Paz em 1964, conhecido como “Gandhi da América”, naquele fatídico dia 4 de abril de 1968, com o assassino a fugir para Portugal e a refugiar-se em Lisboa.
Assim, o ano de 1968 foi repleto de eventos importantes, entre eles invenções que mudaram o mundo, conflitos que quebraram barreiras e música que ficou para a História. Foram descobertas científicas, tecnológicas e avanços sociais e políticos que marcaram aquele ano. Vivia-se um clima internacional pesado devido à Guerra Fria entre a Rússia e os Estados Unidos. Além disso, também a Guerra do Vietname ainda estava a decorrer e a primeira aeronave Boeing 747 era lançada pela primeira vez. Um mundo bastante diferente daquele que conhecemos hoje.
De outros eventos ou memórias, referem-se alguns casos que se tomam de conhecimento no nosso País, nos dias que correm, depois de 44 anos do 25 de Abril.
Num ridículo de ganância, inveja ou de chico-espertismo, –  Que raio! – afinal o que se passa com o Sindicato da PSP? Sindicato?... Não!... São 16 sindicatos, segundo o Diário de Notícias, e 36 mil dias de folga para os 3680 dirigentes e delegados. “São os próprios sindicatos a dizer que ‘é uma vergonha’ o que se passa na polícia. Três sindicatos têm mais dirigentes que sócios”. Eles têm vários nomes. O primeiro a ser criado e o mais representativo é a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), e, depois, há para todos os gostos: Vertical, Independente, Autónomo, Livre, Polícias do Porto, e uma mão cheia deles, que, por culpa governamental, não cria leis para disciplinar esta nova geringonça.
Segundo é referido, o sindicato mais recente – Organização Sindical dos Polícias –, nascido em fevereiro, conta com 459 dirigentes e delegados para 451 associados!... “É uma vergonha!” – Quem o diz é o presidente da ASPP.
Depois, claro, há falta de polícias em determinadas localidades; vemo-los aos pares em certas ruas, para quê, quando na rua de cima ou na de baixo não passa lá nenhum?
Os polícias vão comemorar o seu dia histórico do sindicalismo policial – os “Secos e Molhados” – Recordam-se? Tão só para rir, dos tempos cavaquistas.
Sentimo-nos mais seguros quando vemos polícias na rua, ou na estrada, e não nos gabinetes (esse lugar é para civis). Hoje têm mais urbanidade e cultura que noutros tempos, excetuando um ou outro caso que se refugia no uso da farda, para um excesso de autoridade. Entretanto, são mais humanos e menos polícias.
Outro caso que merece reparo são os distribuidores do correio na Covilhã, conhecidos como carteiros. De quando em vez, e isto reportando-nos aos últimos anos, com forte incidência no que está em curso, é um autêntico caos na distribuição, nesta cidade dos lanifícios e universitária, que deveria ser mais respeitada pelos homens que mais parecem convertidos na ignorância de não conhecerem o nome das ruas da cidade – e tão só nos reportando à Rua Mateus Fernandes – com cartas frequentemente a ser entregues em números de porta errados. Já foram apresentadas várias reclamações por escrito e pessoais, mas o problema persiste.
Parece vir a propósito, pois acabamos de ler no Jornal O Gaiato, de 31 de março de 2018. “Informamos que desde 2016 até ao presente, mais acentuadamente no ano de 2017, temos conhecimento que muita correspondência que nos é dirigida, é extraviada, segundo contacto posterior do Remetente. Apesar de, por várias vezes, o comunicarmos aos serviços competentes dos CTT, o problema persiste. Esta situação tem provocado algum desconforto às pessoas que nos escrevem e que, não obtendo resposta à sua correspondência, ficam alarmadas e preocupadas com o que fazer, principalmente quando enviaram um cheque como donativo”.
Esperemos que tudo se recomponha para bem de todos, mas de todos, porque todos necessitamos da boa prestação dum serviço, seja ele qual for.



(In "Notícias da Covilhã", de 12/04/2018)

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