Esta terrível guerra surgida entre duas nações – Rússia e Ucrânia – a
mando de um carniceiro russo – Vladimir Putin, desejoso de voltar aos tempos da
União Soviética, ou, mais que isso, formar um único grande império que pudesse
competir com o Mundo, baseando-se nas suas armas nucleares, tem levado, em
poucos dias, ao extremo da desgraça em muitas famílias ucranianas,
principalmente, com a grande maioria das gentes deste Planeta a insurgir-se
contra esta tentativa de usurpação do poder ucraniano.
Lamentavelmente, mesmo assistindo ao que nos entra pelos olhos adentro
por via das televisões e outros meios de comunicação social e, no âmbito das
novas tecnologias, as redes sociais, ainda há um partido português, dito
democrático, que se coloca ao lado da ditadura de Putin.
Vem este texto a propósito, não só pelo que já é sobejamente conhecido de
todos do que se está a passar entre as duas nações beligerantes, e as suas
repercussões pelo mundo fora, numa das desgraças que jamais pensaríamos viessem
a existir, depois da II Guerra Mundial, e da queda do Muro de Berlim, mas
também pelo post que encontrei no Facebook do conhecido jornalista da
RTP, Mário Augusto, a propósito duma sua visita que efetuou, há nove anos, a
Chernobyl.
Foi em 26 de abril de 1986 que o quarto reator da central de Chernobyl
explodiu, libertando sete toneladas de combustível nuclear e radiações cem
vezes superiores às das bombas de Hiroxima e Nagasaki, durante a II Guerra
Mundial. Nem sabemos como continuam ali a viver quando Kiev fica a uns 70
quilómetros.
E é Mário Augusto que assim se refere no seu post: “O planeta
redondinho e azul, às voltas no silêncio sepulcral do universo, lá segue a rota
do sol como se nada fosse, mas cá em baixo a vida e o mundo trocam-nos as
voltas sem aviso nem compasso de espera. Há nove anos estive na Ucrânia, em
Kiev, em Ivankiv, em Prypriat em Chernobyl. Vim de lá aterrado pelos olhares
das crianças que vi… e não havia guerra, só pobreza e falta de esperança e
sorrisos. A minha família tinha acabado de integrar um projeto solidário
dinamizado pelo então presidente da Liberty Seguros (homem de coração grande)
José António de Sousa que pagava o transporte e a logística para que dezenas de
crianças da região de Chernobyl tivessem umas férias de sol, um VERÃO AZUL com
famílias de acolhimento. Com a aposentação de José António de Sousa, as linhas
mestras da companhia foram outras e o projeto de uma década acabou sem mais,
para tristeza dessas famílias de acolhimento que tudo faziam para dar a alegria
e esperança a essas crianças, que chamavam como filhos durante pouco mais de um
mês de Verão Azul, iam aos médicos, compravam roupas e guloseimas, divertiam-se.
Ficaram laços para a vida, laços eternos. Essas crianças e jovens não sabem,
mas deram-nos mais do que lhes demos nós de carinho e verão. São esses meninos
de Ivankiv que por estes dias nos ligam num pranto assustado que nos arrepiam
de dor e aflição pelo que estão a viver. Há famílias que quando conseguem ligar
(nada fácil por falta de energia e rede nos esconderijos, nas caves enterradas
nas casas sem nada) ouvem-se tiros e explosões pelo telemóvel, o crepitar dos
escombros que ardem. (…)”.
Foi assim que de imediato entrei em contacto com Mário Augusto e lhe
enviei o meu livro “O Documento Antigo – Uma outra forma de ver os Seguros”,
prefaciado pelo Dr. José António de Sousa, indicando-lhe que nas páginas 393 a
397 poderia ler essa meritória ação da Seguradora, então sob a égide deste
administrador, sob o título “Até ao último verão – Verão Azul é o projeto que
traz crianças de Chernobyl a Portugal”, e, na página 395 lá era feita
referência ao jornalista Mário Augusto.
Por coincidência, na sexta-feira, 4 de março, lá estivemos no Sabugal,
num encontre de amigos, onde não faltou a presença do Dr. José António de
Sousa. Próximo, em Seia, dia 6 de maio.
Paradoxalmente ao bem que era feito às crianças de Chernobyl, o satânico
Putin, sem coração nem alma, incendeia com bombas uma central nuclear e força a
ocupação para seu controlo da maior central nuclear da Ucrânia.
Só nos resta esperar que este diabo à solta, e seus apaniguados, como Sergei
Lavrov, tenham momentos perturbadores nas suas consciências, se é que neles
elas existem, que os façam sentir o enorme mal que estão a ocasionar à
Humanidade, onde se inclui o seu próprio povo.
João de Jesus Nunes
jjnunes6200@gmaqil.com
(In "Notícias da Covilhã", de 10-03-2022)
Sem comentários:
Enviar um comentário