19 de novembro de 2024

O LEITOR MAIS ANTIGO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DA COVILHÃ TAMBÉM LÊ “O OLHANENSE”

 

Entrei na Biblioteca Municipal para consultar uma obra, sem deixar de lado a curiosidade de ver a estante onde estão catalogados alguns dos meus primeiros livros que escrevi. Foi então que encontrei um amigo e companheiro de biblioteca dos velhos tempos, atento à leitura do jornal “O Olhanense”.

Sucedeu um avivar de memórias daqueles tempos, ainda na antiga Biblioteca Municipal, situada perto do Jardim Municipal. E não é que, palavra puxa palavra, ele me autoriza a fazer uma entrevista para este quinzenário, aproveitando a oportunidade para destacar uma figura simples, mas dedicada à leitura há mais de sete décadas?

Francisco Pereira de Sousa, natural de Caria, no concelho de Belmonte, mudou-se para a Covilhã com seus pais ainda em 1940, quando era criança (nasceu no dia 2 de setembro de 1937). Radicado na cidade desde então, aqui construiu a sua vida e segue ativo aos 87 anos. Tem três filhos.

Numa altura em que o ensino básico era quase a única opção disponível e o secundário praticamente inexistente na cidade, com dificuldades de acesso ao liceu ou à Escola Industrial, Francisco Sousa começou a trabalhar aos 12 anos no comércio local. Iniciou-se como empregado de balcão, tornando-se posteriormente encarregado de uma loja durante 20 anos. Mais tarde, atuou como vendedor ao longo de 37 anos, passando a trabalhar por conta própria com um armazém de tecidos, malhas e miudezas. 

Vivendo perto da antiga Biblioteca Municipal, encontrou nela o antídoto para a falta de entretenimento no dia a dia. Naquela época, o futebol aos domingos supria parte dessa carência para muitos, enquanto outros recorriam às tabernas ou passavam algum tempo nos Centros de Recreio Popular então existentes.

Quis o destino que sua atual morada se situasse também perto da nova Biblioteca Municipal, na parte moderna da cidade, onde deu continuidade ao seu gosto pela leitura, não só de livros, mas também de jornais. Foi assim que aconteceu com “O Olhanense”.

- “Olhe. Sr. Nunes, ainda me recordo de ver jogar pelo Olhanense, no Santos Pinto, na Covilhã, com o Sporting da Covilhã, de que era sócio, nomes como o Reina, Luciano, Madeira, Cava e o Parra, ou de ouvir falar deles”.

Pois é, os Leões da Serra jogaram na I Divisão com o Sp. Olhanense, nas épocas 1948/1949, 1949/50, 1950/51 e 1961/62, em tempos que já lá vão de boas memórias. E este facto já o reportei algumas vezes neste quinzenário.

Apesar da longevidade do entrevistado, ele mantém uma memória e gosto pela leitura invejáveis, contrastando com muitos que se deixaram envolver numa certa passividade cultural, muito fruto dos novos tempos que roubam um certo tempo ao tempo, como os canais de televisão e as redes sociais.

Deixo o amigo Francisco Sousa, que foi associado de várias coletividades e instituições antigas da Covilhã, algumas das quais ainda se mantém no ativo, como, por exemplo, sócio nº. 3 dos Leões da Floresta; integrou também os órgãos sociais de outras, como o Arsenal de São Francisco. Ele deixou uma interessante memória escrita que versa sobre a cidade naqueles tempos, altura em que o Sporting Clube da Covilhã atingiu o seu auge, com a subida à I Divisão, iniciando-se na época 1948/49, numa luta titânica com o Barreirense; a conquista da Taça “O Século”, recebida no Estádio da Tapadinha, em Alcântara, em 6/6/1948, onde foi disputar os 1/16 avos da final com o Atlético; e, posteriormente, um honroso 5º lugar na I Divisão, em 1955/56 e a final da Taça de Portugal, disputada com o Benfica, no dia 2 de junho de 1957, no Estádio Nacional. 

Hino que se cantava na cidade: “A cidade canta um hino que encanta/é uma animação, dando grandes vivas/, muitas alá-ribas/ao Sporting da Covilhã.

Que justo venceu/e assim mereceu/as festas que lhe fizeram/Honra lhe pertence/vence o Barreirense/honrando as barbas do pai.*

Na baliza, Ramalhoso tão bem se soube portar/E José Pedro, Pedro Costa e Roqui/homens de grande valor!/Fialho, Carlos Ferreira, Livramento, e Teixeira**/com Szabo*** o treinador (bis).”

*Sporting Clube de Portugal, do qual o SCC é a 8ª filial, o qual dominava na altura.

**Teixeira da Silva que mais tarde jogou no Belenenses

***Treinador e jogador do SCC.”

Francisco Sousa ainda quis recordar outros versos alusivos, e as janeiras que se cantavam na Covilhã na década de cinquenta do século passado, pela Banda da Covilhã, cuja receita era repartida a favor do Albergue dos Inválidos do Trabalho, hoje Lar de São José; e pela Creche do Menino Jesus, que se chamava na altura Florinhas da Rua. 

O nosso entrevistado aproveita esta oportunidade para desejar o renascimento do Sporting Clube Olhanense, dar os parabéns aos obreiros do Jornal Olhanense, merecendo-lhe a maior consideração por verificar que ultrapassa o âmbito desportivo, tem vários colaboradores com temas diferentes e gosta das gentes algarvias.


João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

(In “O Olhanense”, de 15-11-2024)



6 de novembro de 2024

EM REDOR DE UM MONUMENTO CENTENÁRIO










 Já muito escrevi sobre o Monumento de Nossa Senhora da Conceição, da Covilhã, que foi inaugurado há 120 anos, longevidade completada no dia 10 de outubro deste ano de 2024.

Na minha crónica para o Notícias da Covilhã, em 19-03-2004, quando se aproximava o centenário, fiz referência a vários eventos que aconteceram em redor deste monumento, local aprazível e de silêncio, no recinto que é para muitos uma forma de encontrar um lenitivo, nas preces ou agradecimentos à Senhora da Conceição.

A imagem que se encontra no monumento está apresentada na configuração de Nossa Senhora de Lourdes mas é designada de Nossa Senhora da Conceição, tal como se encontra na paróquia da Covilhã com este nome. 

O engano deve-se ao facto de quando uma comissão de pessoas gradas da Covilhã resolveu mandar fazer a imagem de Nossa Senhora da Conceição, e a ter encomendado em França, aqui a confundiram com outra. Ao ser recebida a imagem encomendada, na Covilhã, verificaram então que a mesma se apresentava com as feições de Nossa Senhora de Lourdes, lapso devido ao facto de, para os franceses, o título de Conceição era para Lourdes, que apareceu a Bernardette Soubiroug, dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”. Daí a confusão, que acabou normalmente por ser aceite.

Todos os acontecimentos solenes relacionados com o monumento agitaram o meio citadino, concelho e região. O ponto inicial era na Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Multidões de pessoas, em trajetos por várias ruas e caminhos, dirigiam-se para o monumento. 

Assim aconteceu por ocasião da inauguração em 10 de outubro de 1904, pelo Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel Vieira de Matos. 

Outros grandes eventos aqui ocorreram, como de 26 a 29 de maio de 1954, com o “Grande Congresso Mariano da Diocese da Guarda”, no centenário de definição dogmática da Imaculada Conceição. Segundo o Notícias da Covilhã, calcularam-se em 50 000 pessoas que assistiram à procissão para o monumento de Nossa Senhora da Conceição e tomaram parte no encerramento do Congresso.  A cidade estava artisticamente engalanada, com milhares de lâmpadas no exterior das casas particulares, nos edifícios públicos e nas igrejas, ao longo do percurso. Das janelas caíam chuvas de flores e os cânticos ecoavam por toda a parte.

Vieram gentes de perto do Douro e das vizinhanças de Castelo Branco, das terras fronteiriças do Sabugal e das mais afastadas nos recantos da Serra da Estrela. Foi uma forma de celebrar por antecipação o cinquentenário da fundação do monumento. 

Recordo-me de ter lá estado com a minha família, no meio de uma imensidão de gente, distribuída por todo o recinto e fora dele, durante longas cerimónias, sentados em mantas de ourelos e almofadas, na encosta dos terrenos, à sombra dos muitos pinheiros então existentes, e com as merendas levadas de casa. Tinha 8 anos e deslumbrava-me ao ver uma avioneta a lançar flores sobre o monumento.

De 27 a 29 de junho de 1958, celebraram-se as “Festas Comemorativas do Centenário de Lourdes”. As solenidades culminaram com a romagem das freguesias do Concelho da Covilhã e de toda a região ao monumento, promovidas pela Diocese da Guarda, onde tomaram parte cerca de 20 000 pessoas, conforme regista o Notícias da Covilhã. Teve a presença do Núncio Apostólico, Cardeal D. Fernando Cento. Todos os párocos, e até escolas primárias, prepararam este evento. Distribuíram-se muitas bandeirinhas com as cores do Vaticano, aguardando a vinda do Núncio Apostólico, que foi recebido apoteoticamente no limite do distrito pelo Governador Civil e pelo Presidente da Câmara da Covilhã, Dr. José Ranito Baltazar.

À noite, a cidade apareceu com um aspeto verdadeiramente deslumbrante: as torres das igrejas, os edifícios públicos e particulares, praças, ruas e jardins surgiam iluminadas através de muitos milhares de lâmpadas e focos de luz. Espetáculo maravilhoso e raro que chamou à via pública considerável multidão. Trabalho executado sob a égide e saber de Alexandre Galvão Aibéo.

No edifício novo da Câmara Municipal da Covilhã, que iria ser inaugurado em 11 de outubro do mesmo ano, encontrava-se uma expressiva silhueta de Pio XII, aureolado pelo artístico dispositivo de luz. 

Numa sessão solene na Escola Industrial e Comercial Campos Melo da Covilhã, com a presença do Cardeal D. Fernando Cento, além da intervenção do seu Diretor, Engº. Ernesto Melo e Castro, e de outras pessoas, brilhava, num recital neste evento, com várias poesias, a antiga aluna Maria Ivone Manteigueiro (mais tarde, também Vairinho, pelo casamento), de 22 anos. *

No ano de 1961, numa impressionante romagem ao monumento, fazia-se a entrega e colocação no mesmo, duma réplica da espada de D. Nuno Álvares Pereira (hoje São Nuno Álvares Pereira), algum tempo depois da apoteótica receção das Relíquias do Santo Condestável, em 20 de maio desse ano, recebidas no largo de São João de Malta, pelo Bispo da Guarda, D. Policarpo da Costa Vaz, e demais entidades oficiais, e instituições, onde se encontrava um pelotão de militares que estavam, na altura, sediados na Torre (Serra da Estrela ) – Pelotão da Esquadra nº. 3 do Grupo de Deteção, Alerta e Conduta de Intercepção n.º 1, que  fizeram guarda de honra.  O andor, com as relíquias, que chegaram já noite avançada, fora então transportado por deputados e outras entidades oficiais, e foi objeto de uma grande saudação nos Paços do Concelho pelo Presidente da Câmara. 

Outros eventos ocorreram no Monumento de Nossa Senhora da Conceição, como a Bênção das Pastas dos finalistas da Universidade da Beira Interior (UBI). Ultimamente, face ao elevado número de finalistas, o evento tem sido transferido para o Complexo Desportivo da Covilhã.

Deixo deste local, fonte inspiradora de crónicas e de poesia para muitas gentes, a beleza de parte da que trago para os prezados Leitores, da grande poetisa covilhanense, escritora e mulher multifacetada que se radicaria em Lisboa, que já nos deixou, e que foi uma minha grande amiga, Maria Ivone Manteigueiro Vairinho:

“Covilhã, maio de 1958

Covilhã à Noite

É noite, noite de maio, calma e perfumada. Aqui do Monumento de Nossa Senhora da Conceição (local dos mais, senão o mais aprazível da cidade) contemplo a Covilhã de “fora para dentro” e, paradoxalmente, de “dentro para fora”. A imagem de Nossa Senhora ergue-se viva e suave na escuridão, olhando a cidade. Sigo o seu olhar… Espetáculo velho e sempre novo. De cada vez que a contemplo acho-lhe encantos novos, novos cambiantes, novas formas – nunca cansa. É um presépio enorme – pelo colorido e pela forma – que tenho ante os olhos. Pois se até tem o fundo habitual de qualquer presépio – serra levemente ondulada, talhada a pincel, onde um morro mais pronunciado põe um encanto especial. (…)” **

*Teve também um papel importante num recital realizado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no Dia da Cidade de 1998, recitando a poesia “Lua Branca em Céu Azul”.

Maria Ivone Manteigueiro Vairinho nasceu na Covilhã em 27-02-1936 e faleceu em Lisboa em 07-09-2012, encontrando-se as suas cinzas no Cemitério da Covilhã, onde já estão alguns dos seus familiares. Foi homenageada pela Câmara Municipal da Covilhã, no Dia da Cidade, a título póstumo, em 20-10-2014, com a Medalha de Mérito Municipal, categoria Prata.


**O remanescente do texto poético pode ser lido na sua obra “Livro da Dor e da Esperança”, em cuja apresentação tive o prazer de estar presente, no Salão Nobre da CMC, no dia 17-12-1999, tendo sido autografado com as sublimes palavras: “Para o querido amigo João Nunes, com um abraço grande. Maria Ivone Vairinho. 17.12.99”.

João de Jesus Nunes                                                                                            jjnunes6200@gmail.com

(In “Jornal Fórum Covilhã”, de 06/11/2024)


CIDADE DA COVILHÃ E O DIA DA CIDADE





 O passado da Covilhã remonta aos tempos da romanização da Península Ibérica, quando foi castro proto-histórico, abrigo de pastores lusitanos e fortaleza romana conhecida por Cava Juliana ou Silia Hermínia. Quem mandou erguer as muralhas do primitivo castelo                                                                                      foi D. Sancho I que em 1186 concedeu foral de vila à Covilhã. E, mais tarde, foi D. Dinis que mandou construir as muralhas do admirável bairro medieval das Portas do Sol.
Era já na Idade Média uma das principais “vilas do reino”, situação em seguida confirmada pelo facto de grandes figuras naturais da cidade ou dos arredores se terem tornado determinantes em todos os grandes Descobrimentos dos séculos XV e XVI: o avanço no Oceano Atlântico, o caminho marítimo para a Índia, as descobertas da América e do Brasil, a primeira viagem de circum-navegação da Terra. Em plena expansão populacional quando surge o Renascimento, o sector económico tinha particular relevo na agricultura, pastorícia, fruticultura e floresta. O comércio e a indústria estavam em franco progresso. Gil Vicente cita “os muitos panos finos”. O Infante D. Henrique, conhecendo bem esta realidade, passou a ser “senhor” da Covilhã. A gesta dos Descobrimentos exigia verbas avultadas. As gentes da vila e seu concelho colaboraram não apenas através dos impostos, mas também com o potencial humano. 
A expansão para além-mar iniciou-se com a conquista de Ceuta em 1415. Personalidades da Covilhã como Frei Diogo Alves da Cunha, que se encontra sepultado na Igreja da Conceição, participaram no acontecimento. A presença de covilhanenses em todo o processo prolonga-se com Pêro da Covilhã (primeiro português a pisar terras de Moçambique e que enviou notícias a D. João II sobre o modo de atingir os locais onde se produziam as especiarias, preparando o Caminho Marítimo para a Índia), João Ramalho, Fernão Penteado e outros.
Entre os missionários encontramos o Beato Francisco Álvares, morto a caminho do Brasil; frei Pedro da Covilhã, capelão na expedição de Vasco da Gama para a Índia, o primeiro mártir da Índia; o padre Francisco Cabral, missionário no Japão; padre Gaspar Pais que de Goa partiu para a Abissínia; e muitos outros que levaram, juntamente com a fé, o nome da Covilhã para todas as partes do mundo. Os irmãos Rui e Francisco Faleiro, cosmógrafos, tornaram-se notáveis pelo conhecimento da ciência náutica. Renascentista é Frei Heitor Pinto, um dos primeiros portugueses a defender, publicamente, a identidade portuguesa. A sua obra literária está expressa na obra “Imagem da Vida Cristã”. Um verdadeiro clássico. 
A importância da Covilhã, neste período, explica-se não apenas pelo título de “notável” que lhe concedeu o rei D. Sebastião como também pelas obras aqui realizadas e na região pelos reis castelhanos. A Praça do Município foi até há poucos anos de estilo filipino. Nas ruas circundantes encontram-se vários vestígios desse estilo. No concelho também. Exemplos de estilo manuelino também se encontram na cidade. É o caso de uma janela manuelina da judiaria da Rua das Flores. É o momento de citar o arquiteto Mateus Fernandes, covilhanense, autor do projeto da porta de entrada para as Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha.        
As duas ribeiras que descem da Serra da Estrela, Carpinteira e Degoldra, atravessam o núcleo urbano e estiveram na génese do desenvolvimento industrial. Elas forneciam a energia hidráulica que permitiam o laborar das fábricas. Junto a essas duas ribeiras deve hoje ser visto um interessante núcleo de arqueologia industrial, composto por dezenas de edifícios em ruínas. Nos dois locais são visíveis dezenas de antigas unidades, de entre as quais se referem a fábrica-escola fundada pelo Conde de Ericeira com 1681 junto à Carpinteira e a Real Fábrica de Panos criada pelo Marquês de Pombal em 1763 junto à ribeira da Degoldra. Esta é agora a sede da Universidade da Beira Interior na qual se deve visitar o Museu de Lanifícios, já considerado o melhor núcleo museológico desta indústria na Europa. A Covilhã foi, finalmente, elevada à categoria de cidade a 20 de outubro de 1870 pelo rei D. Luís I, por ser “uma da villas mais importantes do reino pela sua população e riqueza”.                         
Volvidos 154 anos, no dia 20 de outubro de 2024, foi, mais uma vez, o ensejo para se celebrar o Dia da Cidade, com as solenidades que os momentos impõem. Foi um programa que se iniciou no início deste mês de outubro e que se estendeu até ao dia 26 do mesmo mês, com homenagens, inaugurações, visitas a obras de investimentos, bem como outras iniciativas. 
Propriamente no Dia da Cidade, domingo, 20 de outubro, foram distinguidas 12 personalidades e três instituições.
Com a medalha de ouro de mérito municipal foram agraciadas a APPACDM da Covilhã (representada pelo Presidente, António Marques), a Casa da Covilhã em Lisboa que celebra este ano o centenário da sua fundação (representada pelo Presidente da Direção, Manuel Vaz), e a Escola Pêro da Covilhã (representada pelo Diretor da Escola, Dr. Jorge Crucho). 
Com a medalha de prata de mérito municipal foram agraciados o Engº. António Correia de Sá, administrador executivo das Minas da Panasqueira; o médico e professor universitário Carlos Casteleiro, que esteve na génese da criação do serviço de gastroenterologia na ULS da Cova da Beira; o professor e presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, Joaquim Matias; o Dr. Jorge Torrão, que foi quadro técnico superior do Inatel e Coordenador Desportivo para o Distrito de Castelo Branco; o Dr. José Curto Pereirinha (a título póstumo) que exerceu funções em várias empresas da indústria têxtil da Covilhã e foi administrador das Águas da Covilhã; José Fernandes de Lemos (a título póstumo) que foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Lanifícios, um dos obreiros da greve dos mil escudos e um resistente antifascista; o Dr. José Luís de Brito Rocha, licenciado em Farmácia e especialista em análises clínicas, presidente da direção do Lar de S. José, empresário, com um vasto currículo, incluindo no associativismo, com uma marca no Sporting Clube da Covilhã que o levou à Primeira Divisão Nacional; Luís Patrão (a título póstumo), licenciado em Direito, que foi Presidente do Turismo de Portugal, chefe de gabinete de dois primeiros-ministros e secretário de Estado; Manuel Carrola (a título póstumo), que foi dirigente e e presidente da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal do Sindicato Têxtil da Beira Baixa e membro da União de Sindicatos de Castelo Branco; o Dr. Miguel Castelo Branco, médico, professor universitário e político, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde e foi Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira; Rui Lourenço, empresário hoteleiro que criou a Residencial Santa Eufémia e a empresa de Construções Lourenço, Lda, construindo centenas de casas na Covilhã e Algarve, bem como o edifício do Centro Comercial do Sporting ou o Hotel Dona Maria; o Major-General Rui Tendeiro, natural da Covilhã, piloto-aviador e comandante Operacional da Madeira, tendo sido oficial de operações com ligação à Nato.
Muito, mas muito mais foi referido sobre as três instituições agraciadas e as ações desenvolvidas e currículos das 12 personalidades mencionadas, mas o espaço deste quinzenário é limitado, como de qualquer regular publicação. Fica o essencial e já muito se deve à deferência do diretor deste quinzenário para com o autor deste longo texto.

João de Jesus Nunes
jjnunes6200@gmail.com
(In “O Olhanense”, de 01-11-2024)