21 de janeiro de 2009

Os Campos de Futebol do Sporting da Covilhã

Várias vozes se têm feito sentir, devido a algum desconforto, durante os jogos, no actual Complexo Desportivo, quando a chuva, atravessada pelo vento, e o frio intenso, enregelam o corpo, ainda que habituados ao agreste Inverno serrano.
A cobertura do tecto das bancadas é pouco protectora, com falta de prolongamento, de forma a cobrir todos quantos, sentados nos seus lugares, se possam ver bem acomodados, e, assim, poderem sentir as alegrias ou as contrariedades emanadas do clube covilhanense.
Também a distância que se desfruta das bancadas para o relvado é demasiada, daí que muitos apaniguados pelo Leão da Serra tenham já deixado sair algumas lamentações nostálgicas de que, no Santos Pinto, a visão global do espectáculo, o calor humano imprimido para dentro do campo, e, até, em abono de verdade, um maior conforto em situações climatéricas de contrariedade, eram uma mais-valia que nos dava o velho Estádio Santos Pinto.




E, na linguagem de alguns, tão de escorreita como de insinuadora, até se diz que ali certos árbitros não “brincavam” com o Sporting da Covilhã, como alguns têm feito no actual Complexo Desportivo.
O primeiro Campo do Sporting da Covilhã foi na Várzea, onde se realizaram jogos importantes, para a época, mormente com o seu principal rival de então – o “Montes Hermínios”. Em 1926, passou para o Campo da Palmatória, onde continuou a jogar com o seu rival, e não só, incluindo o primeiro clube além fronteiras – a Unión Deportiva Salamanca; depois, também no Campo do Bairro Municipal enquanto não se construía o Estádio Santos Pinto. Ainda por concluir, em 1932, começaram-se a fazer os jogos do SCC.
Quando a tenacidade do grupo “capacetes de aço”, liderado pelo industrial José dos Santos Pinto, e coadjuvado pelo “braço de ferro” José Brazul, deu lugar à conclusão das obras do Campo ao Cimo do Hospital, como inicialmente se designava, foi ver o surgimento dum Estádio onde o SCC iria proporcionar grandes alegrias, pelos tempos fora, com o paradeiro na I Divisão Nacional, e o espectáculo delirante de jogadores de grande craveira que até hoje não mais voltaram, como outrora, salvo algumas excepções.
Até há cerca de meia dúzia de anos que o Santos Pinto foi o paradigma das venturas, e algumas desditas do clube serrano.
Foi ali que também o guarda-redes José Rita meteu um golo directo na baliza adversária, no Campeonato da I Divisão – época de 59/60. Gostaríamos que se tivesse repetido o mesmo no último jogo que o SCC efectuou com o Vizela, mas ao contrário, o que não tira qualquer valor a Igor Araújo. Dois golos históricos, com as tais venturas e desventuras do nosso Sporting da Covilhã.

(In Notícias da Covilhã de 21/01/2009)

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