12 de março de 2009

DEPOIS DE SEIS DÉCADAS, VIAGEM AO BRASIL, PARA RECORDAR



Ir ao Brasil já não é difícil como outrora, em que muitos portugueses se direccionaram para tentar uma vida melhor, numa futurologia que não se vislumbrava no Portugal de Salazar. Depois, o rumo emigratório voltou-se para a Europa (França, Alemanha, Suíça).
Mas o Brasil também foi o refúgio de revoltosos, políticos, empresários: Henrique Galvão, Marcelo Caetano, António Champalimaud, como exemplos.
Mas outros portugueses, nomeadamente covilhanenses, tomaram como opção o Brasil para viverem, com uma língua comum.
Foi assim com o Dr. Carlos Barradas, covilhanense que, de tenra idade, acompanhou os seus pais para viver no Brasil; onde estudou do ensino primário ao secundário; para depois acabar por regressar definitivamente a Portugal, e à Covilhã, no já longo ano de 1947.
Mas, volvidos 61 anos, este Covilhanense viaja novamente ao Brasil, desta vez com o propósito de visitar os lugares de ensino por onde passou.
Vai daí, não é que ainda foi encontrar a sua antiga professora – Anita de Quadros – do Colégio de Santo Inácio, no Rio de Janeiro, com a provecta idade de 92 anos!
Impulsionado com uma vontade indómita para memorizar os lugares onde andou a estudar, foi com grande surpresa que veio a ser objecto das melhores atenções, quer pelos responsáveis do Liceu Municipal de Orlândia, em S. Paulo; Ginásio Nossa Senhora da Aparecida, e Colégio Estadual de Ribeirão Preto; quer no Colégio de Santo Inácio, no Rio de Janeiro; e viu o seu nome inserido no livro comemorativo do centenário daquela instituição, entre trinta mil antigos alunos. Lá constava o nome de Carlos Hélio Barata Tavares Barradas.
Na Prefeitura Municipal de Orlândia haveria de ser fotografado e objecto das maiores atenções, acabando por surgir nas notícias da imprensa local e no boletim dos antigos alunos do Colégio de Santo Inácio.
Este covilhanense haveria de mais tarde se licenciar em gestão de empresas, em Lisboa, já depois do seu primeiro regresso do Brasil.
Aqui fica o registo de que efectivamente vale a pena memorizar a nossa passagem pelas instituições de ensino, onde, jovens, aprendemos os passos culturais, e não só, para a vida.

(In Diário XXI em 12/03/2009)

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