É, de facto, o desporto-rei que galvaniza o entusiasmo de gentes absorvidas nas preocupações do dia-a-dia; produz um certo bálsamo para algumas “dores de cabeça” laborais ou de outra índole; gera uma avidez pelos encontros entre grupos vizinhos; ou entre um norte-sul.
Numa situação mais lata, pelas cores incutidas no sangue pelos seus progenitores, ou no sentimento absorvido por várias situações que se traduzem numa paixão.
O entusiasmo que movimenta o amor pelo nome de uma Terra, de uma zona, avoluma-se por vezes até ao cúmulo de guerras entre terras vizinhas, numa rivalidade exacerbada.
Movimentam-se “milhões”, e os “feet” (singular, “foot”), donde deriva o próprio futebol, integram os membros inferiores do corpo, de ouro, e mesmo de diamante para um crescente de craques
Estamos na pré-época, altura das sensações pelos nomes sonantes dos homens que à partida prometem os grandes sucessos, de que a redondinha vai entrar muitas vezes nas balizas do adversário,
E, atrás destas esperanças, movimentam-se resmas do metal a reluzir para números astronómicos, com “cláusulas de rescisão” cada vez maiores, numa loucura sem precedentes.
De facto, o mundo do futebol leva atrás de si as possibilidades de também se conhecer melhor uma região, de dinamizar o seu comércio e turismo, mas não se pode conceber que no mundo da bola haja uma discrepância tão grande, um fosso enorme entre esta loucura dos números, que já atinge treinadores e seus ajudantes, e o pão ou o arroz que falta a milhões de seres humanos que nem força têm nos seus pés.
Para quando um tecto máximo salarial para os craques da bola? Em vez do salário equivalente ao do custo de um Boeing ou de um submarino, como alguns auferem, porque não só o equivalente a uma viatura de gama alta, que já é mais que suficiente?
Passemos à nossa Região, também fortemente afectada pelas graves crises que grassam pelo nosso País, e toda a Europa e Mundo.
Apesar de tudo, também existe um entusiasmo pelos clubes das Terras, não só os mais representativos. Ganharam-se títulos e, alguns, feitas as contas e as análises, não se quiseram meter em loucuras e não se inscrevem nas provas que, entretanto, com toda a justiça venceram.
Na Covilhã, o Sporting Clube da Covilhã (SCC) e a Associação Desportiva da Estação (ADE) movimentaram entusiasmos, frenesim, apreensões e, nalguns casos, alívios in-extremis, o que é bem sintomático duma cidade que, apesar de tudo, está em movimento.
Se atentarmos à forma como a ADE proporcionou um entusiasmo pelo seu futebol jovem que, em três dias, proporcionou a presença de mais de 400 jovens e mais de 3.000 visitantes, é obra assinalável para os anais da sua história, com a promessa de responsáveis nacionais de que vai ser um dos grandes na formação.
Também o SCC teve o seu futebol jovem com um torneio de futsal onde estiveram presentes 18 equipas, cujo entusiasmo não se dissipou.
Temos assim a Covilhã com dois dos seus mais honrosos representantes, sendo o SCC um dos históricos portugueses.
As páginas da sua verdadeira história, sempre na necessidade de uma actualização, estão expressas em quatro obras diferentes, publicadas pelo mesmo autor, o que significa que é o clube português que se situa, a para do Belenenses, em 4.º lugar no País, com obras escritas, registando as várias estórias da sua história.
Lamentavelmente, tem havido, de quando em vez, uma tentadora forma de apresentar alguns textos plagiados, como recentemente o autor verificou na Internet, e que o prevaricador se viu forçado a eliminar do seu blogue, para evitar males maiores.
Depois, o mesmo autor, curva-se sobre a memória do grande “Homem-enciclopédia”, falecido em Dezembro passado, que muito contribuiu para enriquecer as páginas das referidas obras do SCC , com a sua colaboração com dado inéditos – o antigo jornalista e escritor desportivo Henrique Rodrigues Parreirão, que residia na Costa da Caparica, tendo deixado a sua importantíssima biblioteca ao jornal donde era oriundo – Record.
(In Notícias da Covilhã, de 21.07.2011)
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