2 de outubro de 2013

OS PRATOS DA BALANÇA AUTÁRQUICA


A vitória alcançada pelo candidato socialista Vítor Pereira há muito que se vinha desenhando no panorama político do concelho da Covilhã.

Não imputo o seu êxito pelo facto da situação gravosa do governo, com que tem tratado todos os cidadãos deste país, sem apelo nem agravo, e da coligação que o suporta, mas tão só pela política local levada a efeito pelo ainda atual presidente da Câmara da Covilhã que, esquecendo-se da sua primeira derrota aquando da vitória de Jorge Pombo, “ingenuamente” (termo demasiado forte para esta figura) foi cair na mesma ratoeira.

E, pior a emenda que o soneto, depois de indiretamente apoiar o seu delfim Pedro Farromba lança-se com todas as farpas possíveis contra o seu principal opositor, o agora grande vencedor e seu substituto na presidência da Câmara, muitas vezes duma forma sarcástica. Sem olhar a meios para alcançar os fins, inclusive surgindo pessoalmente na campanha eleitoral de Farromba, denunciou de um certo desespero, que muitos terão interpretado de gato escondido com o rabo de fora.

Muito haveria para uma narrativa, como agora sói dizer-se, mas sintetizo o revés de Carlos Pinto com base nos “dez desmandamentos aos seus discípulos”: 1 – A sua sobranceria, pensando que o povo permaneceria indelével com ele; e, afinal, uma sua boa parte acabou por o crucificar; 2 – Não ter aceitado a democracia permitindo assim a divisão no seio do seu próprio reino; 3 – A grande ênfase dada às suas “obras monumentais” em detrimento da resolução de outras necessidades prementes como o comércio local e o quase abandono do centro histórico; 4 – A escolha do seu delfim que, embora “cinco estrelas” no âmbito das tecnologias não foi o suficiente para colmatar lacunas que mais preocupam os covilhanenses, muitos deles vendo nas modernas tecnologias um grande afastamento da possibilidade de resolução dos seus défices de emprego, para as quais não se sentem habilitados; 5 – As guerras civis de que Carlos Pinto foi obreiro, no seio da autarquia, dividindo os seus discípulos em vez de os unir; 6 – O grande défice que deixa na autarquia (contrastando com o autarca albicastrense que fez obra e deixou os cofres da sua Câmara cheios de metal); 7 – O grande despesismo de última hora e a sua constância, numa de aflição, de querer fazer aprovar, in extremis, assuntos que já poderiam ter sido apresentados noutras ocasiões, pretendendo, assim, deitar areia para os olhos aos munícipes; 8 – A boa campanha eleitoral dos seus adversários políticos que souberam explicar aos covilhanenses o embuste em que foram metidos; 9 – As costas voltadas para a grande fábrica do ensino que é a Universidade da Beira Interior, e para com o maior empresário do Concelho e um dos maiores empresários ibéricos; 10 – As crónicas e outros textos, a seu desfavor, denunciando as suas intenções, que vários colaboradores apresentaram nos órgãos da comunicação social local, este como 4.º poder.

A não existência destes desmandos, penso que o Concelho da Covilhã manteria a mesma linha de orientação do principal partido que tem governado o concelho da Covilhã. Assim, os pratos da balança penderam a favor do candidato socialista, que soube muito bem convencer muitos dos incrédulos covilhanenses.

 
(In "Notícias da Covilhã", de 02.10.2013)

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