A
vitória alcançada pelo candidato socialista Vítor Pereira há muito que se vinha
desenhando no panorama político do concelho da Covilhã.
Não
imputo o seu êxito pelo facto da situação gravosa do governo, com que tem tratado
todos os cidadãos deste país, sem apelo nem agravo, e da coligação que o
suporta, mas tão só pela política local levada a efeito pelo ainda atual
presidente da Câmara da Covilhã que, esquecendo-se da sua primeira derrota
aquando da vitória de Jorge Pombo, “ingenuamente” (termo demasiado forte para
esta figura) foi cair na mesma ratoeira.
E,
pior a emenda que o soneto, depois de indiretamente apoiar o seu delfim Pedro
Farromba lança-se com todas as farpas possíveis contra o seu principal
opositor, o agora grande vencedor e seu substituto na presidência da Câmara,
muitas vezes duma forma sarcástica. Sem olhar a meios para alcançar os fins,
inclusive surgindo pessoalmente na campanha eleitoral de Farromba, denunciou de
um certo desespero, que muitos terão interpretado de gato escondido com o rabo
de fora.
Muito
haveria para uma narrativa, como agora sói dizer-se, mas sintetizo o revés de
Carlos Pinto com base nos “dez desmandamentos aos seus discípulos”: 1 – A sua
sobranceria, pensando que o povo permaneceria indelével com ele; e, afinal, uma
sua boa parte acabou por o crucificar; 2 – Não ter aceitado a democracia
permitindo assim a divisão no seio do seu próprio reino; 3 – A grande ênfase
dada às suas “obras monumentais” em detrimento da resolução de outras
necessidades prementes como o comércio local e o quase abandono do centro
histórico; 4 – A escolha do seu delfim que, embora “cinco estrelas” no âmbito
das tecnologias não foi o suficiente para colmatar lacunas que mais preocupam
os covilhanenses, muitos deles vendo nas modernas tecnologias um grande
afastamento da possibilidade de resolução dos seus défices de emprego, para as
quais não se sentem habilitados; 5 – As guerras civis de que Carlos Pinto foi
obreiro, no seio da autarquia, dividindo os seus discípulos em vez de os unir;
6 – O grande défice que deixa na autarquia (contrastando com o autarca
albicastrense que fez obra e deixou os cofres da sua Câmara cheios de metal); 7
– O grande despesismo de última hora e a sua constância, numa de aflição, de
querer fazer aprovar, in extremis, assuntos que já poderiam ter sido
apresentados noutras ocasiões, pretendendo, assim, deitar areia para os olhos
aos munícipes; 8 – A boa campanha eleitoral dos seus adversários políticos que
souberam explicar aos covilhanenses o embuste em que foram metidos; 9 – As
costas voltadas para a grande fábrica do ensino que é a Universidade da Beira
Interior, e para com o maior empresário do Concelho e um dos maiores
empresários ibéricos; 10 – As crónicas e outros textos, a seu desfavor,
denunciando as suas intenções, que vários colaboradores apresentaram nos órgãos
da comunicação social local, este como 4.º poder.
A
não existência destes desmandos, penso que o Concelho da Covilhã manteria a
mesma linha de orientação do principal partido que tem governado o concelho da
Covilhã. Assim, os pratos da balança penderam a favor do candidato socialista,
que soube muito bem convencer muitos dos incrédulos covilhanenses.
(In "Notícias da Covilhã", de 02.10.2013)
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