21 de fevereiro de 2017

ODE À COVILHÃ

Fim-de-semana, um pouco de descanso. De segunda a sexta-feira é o rodopiar quotidiano, fazendo com que o dia tenha mais de vinte e quatro horas.
No sábado e domingo, o Sr. Neves ou a D. Luísa deixam-me os jornais no Repolho. A simpatia habitual: “Bom dia, Sr. João, aqui estão os jornais”. É a forma acolhedora das gentes covilhanenses.
Muito se tem falado nas gerações. Conhecedores das dificuldades económicas e de emprego dos nossos ascendentes, foi a geração de 60, da qual sou herdeiro, que lhe coube a esperança de melhores dias, ainda em tempo de ditadura, com os “empregos para toda a vida”; e, depois, com o 25 de Abril, “os direitos adquiridos”, num desenfrear de salários, sempre a subir; no querer tudo, desde casa própria e casa de férias, mais que um automóvel, duas ou três televisões em casa, um telemóvel para cada bolso, a segurança no emprego.
Sempre se pensou que um dia chegaria a altura das nossas reformas, e que seria o descanso, daria para todos, e, como no aproveitar é que está o ganho, vai daí, reformas antecipadas, muitas principescamente, até que a corda ficou demasiado à chuva e começou a minguar.
Surge então a “geração rasca”, que irritou muitos dos seus herdeiros, ofendidos ou envergonhados. Mas as reformas, para os seus horizontes, começaram a ver-se num túnel profundo, quase sem luz no fundo.
Licenciados, muitos, colocações poucas; e empregos sem direcção dos seus cursos, pelo que são os call centers, hipermercados, e outras ocupações que acolhem, precariamente, esta juventude.
Mas, tal como na máquina de fazer pipocas, passaram a saltar, em quantidade acelerada, para os corredores do desemprego, muitos das gerações referidas. Surge agora, muito a propósito, na canção da banda Deolinda, a “geração parva, a geração sem remuneração”, que vai viver pior que a dos seus pais.
E, lá está, a “geração de 60” foi em Portugal uma das primeiras a ser sucedida, em décadas, por outras que viverão pior, até que surja a “geração do deixa andar”.
Também a Covilhã, a caminho do século e meio de cidade, sentiu na pele os efeitos nefastos, desta encruzilhada de indecisões governamentais, para o futuro dos seus filhos, de raiz ou de coração, e a perplexidade, em muitas fases destas gerações, de como solucionar o combate às golfadas de desemprego.
A par dos melhoramentos e obras de vulto que se aconselhavam na cidade e concelho, ou a modernidade assim o exigia, ou ainda fruto da sapiência dos seus autarcas, com rasgos de inteligência, irmanados nos seus colaboradores, sobressaiu o esforço para diminuir o flagelo dos sofredores do desemprego, através da consecução de empresas para a Covilhã.
Se, no primeiro caso, a Covilhã já se pode orgulhar de possuir uma rede viária importante; com a A23, tornando-se no entanto imperiosa a ligação a Coimbra, em situação idêntica, da montanha ao vale da cidade levou uma transformação aprazível a todos os títulos, com a criação de muitas infra-estruturas que proporcionaram meios diversos de acolhimento, recreio e bem-estar da sua população, e também de quem nos quer visitar; no segundo caso, o ter proporcionado a opção covilhanense como a melhor para o estabelecimento de empresas tecnológicas, foi a cereja em cima do bolo, para uma cidade e região, que, tal como o País, necessita de ver aumentados os números dos empregos.
Depois do Call Center, que aceitou vários jovens, surge agora o Novo Data Center da PT, na Covilhã, cujo projecto deverá criar cinco centenas de postos de trabalho.
É pois fruto da influência do trabalho emanado da criação, há uns anos, do Parkurbis, onde a Covilhã se coloca assim na linha da frente das bases tecnológicas, nesta que também podemos chamar “geração tecnológica”.
E, se ainda há tempos, a bandeira das cores municipais se envaidecia com a ponte pedonal da Carpinteira, do arquitecto Carrilho da Graça, referida na revista americana de especialidade turística, Travel & Leisure, como um dos sete destinos mais interessantes do mundo em termos de design, bem se pode orgulhar o líder da municipalidade covilhanense, Carlos Pinto, de ver no âmbito da sua acção municipal, que a Cidade e Concelho tomou outro rosto mais condizente com o valor das suas gentes e de quem aqui trabalha.
Mas também sabemos que a alma do Parkurbis – Parque de Ciência e da Tecnologia da Covilhã, assim como coordenador do trabalho do Novo Data Center da PT na Covilhã  é o Vereador Pedro Farromba, pelo que será fácil encontrar o sucessor de Carlos Pinto para a Câmara da Covilhã.

JOÃO DE JESUS NUNES
joao.jesus.nunes@mail.telepac.pt

(In quinzenário "O Olhanense", de 01/03/2011; e semanário "Notícias da Covilhã", de 03/03/2011)

A republicação deste texto, integral e não parcial, deve-se ao facto do cidadão Carlos Pinto, ex-Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, o ter inserido, parcialmente, na parte que lhe interessou, no seu facebook pessoal, com uma foto minha, grande, originando que as pessoas, não reparando na data, em números reduzidos, deduzam que é recente. Isto verifica-se pelos comentários que têm vindo a surgir. Por outro lado, induzem em erro de percepção sobre um meu eventual apoio à sua candidatura em construção. Ainda é cedo para poder, conscientemente, e não pela consciência dos outros, assumir uma posição de apoio a qualquer dos candidatos que venham a surgir, na sua globalidade.
Estranho é o facto de o cidadão Carlos Pinto me ter bloqueado no acesso ao seu facebook pessoal, quando, afinal, ele publicou aquele meu texto.
Daqui se infere, como é óbvio, aquele dito antigo: "Aqui há gato!..."

João de Jesus Nunes

14 de fevereiro de 2017

A MENTIRA

Todos mentimos. Não significa que seja algo bom, ético e que vá conduzir à felicidade. Certo é que vemos pessoas sofrendo com mentiras, em várias vertentes das suas vidas. Seria interessante entender porque as pessoas mentem, ainda que seja uma das formas de superar as traições, omissões, falsidades e mentiras.
Qual a causa de haver tanta mentira no mundo? O Professor Felipe de Souza diz que “a pessoa que mente pensa que é melhor, mais vantajoso dizer uma inverdade do que dizer a verdade. A verdade é sentida como algo que provocará uma resposta pior e desfavorável. Esta é a causa das mentiras”. Porém algumas pessoas desenvolvem uma grande capacidade de mentir. Quem mais mente não acredita nas suas mentiras. Mas outras gentes há, que, mentindo, acreditam que as suas mentiras são verdades. Neste último caso, o Professor Felipe de Souza diz que “há um indício de doença mental, pois acreditar fielmente em suas próprias mentiras pode significar um distúrbio psicológico grave”. Há algum tempo surgiu a expressão “disfunção cognitiva temporária”, na Assembleia da República, pelo Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Mourinho Félix, aquando da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2017, referindo-se à proposta do PSD relativamente à Caixa Geral de Depósitos. Gerou-se enorme polémica.
O que é verdade é que o uso da linguagem excessivamente forte é comum nos parlamentos. Vejam-se os casos surgidos nalguns países asiáticos e até na Itália em que chegaram a vias de facto. Os excessos parlamentares têm tradição em Portugal. Almeida Garrett foi um dos mais brilhantes utilizadores. E Brito Camacho, respondendo a um deputado que vociferou: “eu tenho só um partido”, saiu-lhe esta: “Então tome lá cuidado não lhe partam o outro!”. Já depois do 25 de Abril, a deputada centrista Natália Correia fez um pequeno poema a um deputado que defendia que só devia fazer sexo quando se queria fazer um filho, poema que terminava dizendo que ele era capado. E quando algumas mulheres, apoiantes da Unita, foram à Jamba e disseram que aquilo era uma cidade muito organizada e que até tinha um polícia sinaleiro, Natália Correia não perdoou, dizendo: “O que as senhoras mais admiraram foi certamente o cassetete do polícia!”.
Num artigo que publiquei em 24 de outubro de 1997, a propósito dum autarca da altura ter mentido a uma instituição desta Cidade, referi que no jornal Vida Económica, de 3 de outubro daquele ano, sob o título “200 petas/dia”, dizia o seguinte: “(…) de acordo com um estudo publicado pelo The Sunday Telegraph, do Reino Unido, as pessoas mentem de oito em oito minutos, no mínimo, na maior parte trata-se de pequenas mentiras, embora sejam mentiras”.
Ora bem, não só as mentiras de Trump, que, no seu egocentrismo boçal e alucinado, certamente não lhe permitem ver a diferença entre verdades e inverdades, são fator para que esta palavra seja uma das mais repetidas de sempre, como também, por cá, a sobrevivência da mui badalada “geringonça”, faz referir Vicente Jorge Silva, no Público, ser “um termo que, só por si, pacificamente adotado por quase toda a gente, resume a pequenez da “política à portuguesa”.
Recentemente realizou-se, na Universidade do Minho, um colóquio sob o tema “Mentira e Hipocrisia na Política e Vida Moral”, ideia defendida pela norte-americana Ruth W. Grant; no qual estiveram presentes cerca de 40 especialistas de 15 países; tendo sublinhado que há uma grande mudança na mentira, e a diferença é quantitativa mas também qualitativa, refletindo sobretudo acerca das questões da moral política. Hoje recorre-se mais à mentira. O controlo dos factos feitos pelo site PolitiFact ao discurso de Trump, nas presidenciais americanas, apontaram para 76% de falsidades; e a mentira, quando exposta, sobrevive ao confronto com os factos, resistindo bem ao embate. Ruth W. Grant recordou que, até aqui, as mentiras em política tinham sobretudo que ver com aquilo por quem as proferia se assumia ou não responsável. Quando apanhado em falso, o político passava por um momento de embaraço público, sentindo a obrigação de se retratar. Agora, quando confrontado com os factos, o político continua a mentir, não obstante ser uma mentira à prova de factos. No debate sobre “verdade à prova de factos”, lá veio o alegado arsenal de armas de destruição maciça que serviu para justificar a guerra no Iraque. E é neste tempo “trompetista” que surge a “pós-verdade”, tendo a Oxford Dictionaries a elegido palavra do ano 2016, justamente por causa de Trump e do “Brexit”. Foi definida como o conceito que designa as circunstâncias em que os factos objetivos são menos preponderantes na formação da opinião pública do que as paixões e convicções.
Temos então aí o campeão da mentira – Donald Trump – e a este assunto se foram referindo os jornais do mundo: o New York Times recapitulou os substantivos usados pelo jornal e pela média americana para caraterizar as inexatidões ditas ou twetadas por Trump: inverdades, falsificações, equívocos, erros. O jornal mais influente do mundo, o NYT, escreveu que Trump repete uma mentira sobre as eleições e que é um rematado mentiroso. Ele mente frequentemente e sem problemas. Mente sobre as coisas sérias e sobre as triviais. Entronizada na Casa Branca, a pós-verdade incorpora os preconceitos, pregando e ampliando indefinidamente, nas redes sociais, a mentira que parece ser verdade.
Vêm aí as eleições autárquicas e, também aí, a mentira tem oportunidade de surgir nas suas encapotadas vestes para, mais tarde, não ter hipótese de se ocultar. É que, conforme o ditado, uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir. Ou seja, é apenas a verdade mascarada, agora que entrámos no mês do Carnaval. E ainda, se a consciência tranquila se ri das mentiras da fama, o que é certo e verdade é que mesmo a mentira mais complicada é mais simples que a verdade, tendo também em conta que um silêncio pode por vezes ser a mais cruel das mentiras.
A mentira é pois um componente que faz parte da vida de alguns políticos e, com as raras exceções de sempre, tal conceito já se incorporou na definição que o povo faz dos seus representantes, mas que ele mesmo se encarrega de lhes dar um mandato. Recordam-se que Richard Nixon teve de renunciar à presidência americana porque mentiu sobre Watergate? Tentou obstruir o trabalho de investigação e negou sua responsabilidade na invasão do edifício Watergate, em Washington. Pois é, já Platão, o filósofo da Grécia Antiga, comparou a aplicação do uso autorizado da mentira, em política, ao uso que o médico faz da sonegação da verdade e do veneno com finalidade curativa.
O povo diz que atrás de mentira, mentira vem; e já Aristóteles afirmava que a vantagem que têm os mentirosos é a de não serem acreditados quando dizem a verdade.
Aguardemos então a próxima campanha eleitoral para as autárquicas no nosso País. Estejamos atentos às mentiras que ao longo dos tempos nos foram insufladas. Mas também na reflexão das mentiras para um promissor futuro. O melhor candidato será, obviamente, o que menos mentir, ou, então, o que melhor mentir.


 (In "Fórum Covilhã", de 14/02/2017)

8 de fevereiro de 2017

AS CONFERÊNCIAS DE SÃO VICENTE DE PAULO NA DIOCESE DA GUARDA

A Sociedade de S. Vicente de Paulo já estava estruturada e organizada antes da sua entrada, instalação e expansão em Portugal, que ocorreu no ano de 1859 (reinado de D. Pedro V). Teve os seus antecedentes em S. Vicente de Paulo que nasceu na aldeia de Pouy, nas Landes, a sudoeste de França, em abril de 1581 e veio a falecer na Casa de S. Lázaro, em Paris, em 27 de setembro de 1660. Vicente de Paulo lançara, dois séculos antes, a semente da Sociedade que viria a ter o seu nome, porque a iniciara no seu espírito de amor aos pobres. A Sociedade acabaria por ser fundada em Paris, no ano de 1833. Nenhuma obra de caridade foi estranha a Vicente de Paulo e esse princípio foi trazido para a Regra da Sociedade de S. Vicente de Paulo. Veio a ser aclamado Patrono de todas as obras de caridade. Desde o século XVII que a semente da vocação e missão vicentina mesmo para leigos ficou latente e só mais tarde, já em 1833, em Paris, ela realmente brotou, sendo António Frederico Ozanam o seu grande fundador. Naquele seu impulso, para com seus companheiros, lançou o grito: “Façamos o que fazia Nosso Senhor Jesus Cristo quando pregava o Evangelho: Vamos aos pobres”. Assim, Ozanam, com o seu companheiro Augusto Le Taillandier, dirigiu-se a casa de uma família pobre que conheciam e vivia nos arredores de Paris. Levaram-lhe, simbolizando o seu afeto e interesse, alguma lenha para aquecer. Iniciava-se assim a prática da visita domiciliária, o processo que se tornou típico da ação destes leigos que passaram a denominar-se “vicentinos”, membros de uma Conferência, inicialmente chamada da Caridade, e, meses depois, “Conferência de S. Vicente de Paulo”.
Preparava-se então a entrada da Sociedade de S. Vicente de Paulo em Portugal, depois de já se ter instalado em vários países. Foi já no declinar do ano 1859, a 27 de setembro, que o Padre Emídio Eugénio Miel, Superior da Igreja de S. Luís, em Lisboa, a viria a fundar, passando a designar-se “Conferência de Lisboa”. Multiplicar-se-ia pelo País fora, sendo o Porto o seu núcleo mais denso.
Chegava à Guarda, com o maior núcleo de assistência aos necessitados e a forte implantação nesta Diocese, com a Covilhã a sobressair, desde o seu início, nestas tarefas solidárias e caritativas. E era no seu seio que vinha a ser fundada, em 12 de novembro de 1899, a Conferência de Santa Maria Maior (Nossa Senhora de Lourdes), na Covilhã.
Como não havia qualquer Conselho na Diocese da Guarda, ficou sob a tutela do Conselho Central do Porto. A Conferência dedicou-se à visita domiciliária.
Não era a Conferência de Santa Maria Maior, na Covilhã, a única Conferência na Diocese da Guarda. Existia nesta cidade, desde 01 de dezembro 1891, mas só agregada a Paris em 1909, a Conferência de São Luís Gonzaga, que lutava com grande dificuldade apesar da esmola superior a 400$00 com que o Prelado a contemplava. Tinha esta Conferência vários sacerdotes como seus membros, entre os quais o anterior Bispo D. Tomaz Gomes de Almeida. De qualquer modo, o Bispo D. Manuel Vieira de Matos, também considerando indispensável a ação da Sociedade de S. Vicente de Paulo, ajudou a levantar a Conferência da Guarda que entrara em grande declínio. Nesta ação vicentina também se terá destacado o Bispo Covilhanense, D. Manuel Damasceno Costa, que depois foi Bispo de Angra, onde viria a falecer. No domingo, 5 de Fevereiro passado, foi homenageado pelo Município Covilhanense, com missa solene na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, presidida pelo Bispo da Diocese, D. Manuel Felício; e uma exposição no Museu de Arte Sacra, na comemoração dos 150 anos do seu nascimento.
 A Conferência de Santa Maria Maior, na Covilhã, apoiava o Albergue dos Pobres (hoje Lar de São José), fundado em 1900. Dois anos após a sua abertura, em 10 de junho de 1902, conseguiu esta Conferência a vinda das Irmãzinhas dos Pobres para cuidar do Albergue. Há muitos anos que partiram. A Conferência decidiu ainda ceder ao Albergue as quotas dos seus 168 subscritores, reconhecendo e valorizando a boa obra desta Instituição.
Em 19 de março de 1903 é fundada na Covilhã a Conferência de Nossa Senhora da Conceição.
Em 29 de junho de 1905, aproveitado a festa de São Pedro, foi fundada na Covilhã a sua terceira Conferência Masculina sob a invocação de S. Pedro. Em 1905, na Covilhã, nasceu em algumas Senhoras o desejo de constituírem um Conferência Feminina – a Conferência de Santa Maria Maior.
Em 03/12/1910 foi fundado na Covilhã o Conselho Particular (hoje designado Conselho de Zona) que ia contudo encontrando dificuldades na coordenação das Conferências a que ele estavam ligadas. É que tinham poucos membros ativos para tão grande ação. Foi organizado em 25/02/1924. O Conselho Particular da Covilhã dependia do Conselho Central Masculino do Porto, tendo sido nessa altura que o Conselho da Covilhã, por sugestão do Prelado, reuniu as Conferências da Covilhã numa só. Passou assim a serem consideradas apenas duas Conferências na Diocese da Guarda: a Conferência da Covilhã, resultante da fusão das existentes; e a Conferência da Guarda.
Em 19 de fevereiro de 1911 surgiu ainda na Covilhã a Conferência de São Martinho. Entretanto, para a mesma Diocese, surgia em 20 de novembro de 1913 a Conferência Feminina de Nossa Senhora da Serra, em Castelo Novo, no Fundão, que só foi agregada em 1947.
Na Covilhã, as Conferências que em 1921 se tinham fundido numa só, a partir de 1923 voltaram a passar a funcionar separadamente.
Em 1925, as Conferências Vicentinas na Diocese da Guarda foram aumentadas com a fundação da Conferência de Pinhel; Conferência de Alpedrinha, em 26/11/1925; e a Conferência das Donas, em 15/01/1925. Na Covilhã, surgia ainda, em 30 de agosto de 1925, o Grupo Nun’Álvares, formado por escuteiros.
No ano de 1944, na Diocese da Guarda, a Covilhã continuava a ser a zona da diocese com mais vocações vicentinas.
Também na Covilhã, as Conferências continuavam a ter apreciável dinâmica que, por exemplo, se concretizou na criação da Cozinha Económica que funcionava através de uma caderneta de senhas distribuídas aos pobres, assim adquirindo direito a refeições, bem como auxílio moral. Esta instituição hoje já não existe. Era uma obra de vulto se atentarmos que só no ano findo de 1945 servia a pobres 72.980 refeições, no valor de 105.498$10. 
Em 20/01/1935 ainda surgiria na Covilhã uma Conferência de Jovens – Conferência de S. Tomás de Aquino; uma em Unhais da Serra, em 11/10/1932, e, no Ferro, em janeiro de 1935; e em 16 de janeiro e 3 de fevereiro de 1938, mais duas Conferências, em Aldeia de S. Francisco de Assis.   
Todas estas já não existem, como também deixaram de existir mais estas, fundadas na Covilhã, em 1//1/1946 – a de S. Tarcísio; e no Bairro de S. Vicente de Paulo, que se ia construindo, no dia 02/12/1949. No Tortosendo, em 1947, ainda em vigor, surgiria a Conferência de Nossa Senhora da Oliveira.
Sem dúvida que era, e ainda é, a Covilhã, o núcleo mais dinâmico da Sociedade de S. Vicente de Paulo da Diocese da Guarda.

Atualmente, a Covilhã continua a sua ação em prol da solidariedade social e caritativa, nas Conferências de São Vicente de Paulo, assistindo mais de três centenas de famílias, englobadas no seu Conselho de Zona, das quais fazem parte as seguintes Conferências, numa ação de grande dinamismo: Conceição, Santa Maria, S. Pedro, S. Martinho, S. José (Penedos Altos), Canhoso, Tortosendo, Fundão e Alpedrinha, embora esta última só distribua alimentos.

(In "Notícias da Covilhã", de 09/02/2017)