Os quatro dias deste importante
evento já voaram. Foi uma lufada de vento. Nem tudo foi um perfume suave de
fragância. Para além da participação de 1800 startups, 1200 oradores e perto de 70 mil participantes, número
muito superior ao do transato ano, conforme a comunicação social noticiou, há
que ter bem presente as palavras do presidente da República português: “O
digital devia ser para a liberdade. Para abrir economias, sociedades, promover
o diálogo e a tolerância, mas hoje em dia vemos o contrário em todo o mundo,
vemos xenofobia, vemos intolerância, vemos racismo, vemos guerras comerciais,
vemos fronteiras a fechar”.
Este evento teve ainda a
participação do inventor da Web, Tim Berners-Lee e outros mui ilustres cérebros
do digital, tendo sido bem frisado por Marcelo Rebelo de Sousa que “o digital
não se pode esquecer do resto da sociedade”.
Importante mesmo foram os muitos
avisos, para além dos já referidos, também, entre outros, o de Cristopher
Wylie, programador britânico que denunciou o escândalo de dados do Facebook e
da Cambridge Analytica, referindo, e muito bem, que “estamos a deixar-nos
colonizar pelas empresas de tecnologia”, tratadas como “entidades divinas”. É
que, de facto, para muitas pessoas, a confiança nas empresas de tecnologia sofreu
danos, recordando-nos, por exemplo, os nossos dados pessoais roubados, num
autêntico abuso. Mas isto daria pano para mangas…
O fundo de inovação social que o
Governo apresentou é preciso que vá para a frente a fim de que sejam mesmo
aproveitados o promover projetos nas áreas da educação, empregabilidade,
igualdade do género e envelhecimento ativo, esperando também que a promessa do
grupo Volkswagen para a abertura de um centro de desenvolvimento de software, em Lisboa, possa singrar.
Segundo o jornal Sol, foram percorridos 935 mil
quilómetros, neste evento, em Lisboa, e consumidos 363 mil cafés, e, o jornal Público, que houve direito, noutras
zonas de Lisboa, a copos de poncha e bolas-de-berlim, entre as ofertas. Tantos
preciosismos para quê? Por acaso não falaram nos pastéis de Belém. Se isto
fosse passado na mui nobre Cidade da Covilhã, teríamos que mencionar as
cherovias.
Entre parêntesis, salientar, fora
deste âmbito, os prémios para dois empreendedores da Covilhã, onde, entre
vários, aqui instalados, acabam de vencer duas competições. A eCO2blocks,
spin-off da Universidade da Beira Interior (UBI), venceu a final internacional
da ClimateLauchpad, a mais importante competição mundial de ideias de negócio
com base em tecnologias ambientalmente responsáveis. Foi uma ideia desenvolvida
no Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), na pessoa do
professor João Castro Gomes, e o estudante de doutoramento nesta área, Pedro
Humbert. Neste concurso houve a participação de 135 concorrentes e isto
aconteceu nos dias 1 e 2 de novembro, em Edimburgo, Escócia. Ganharam ainda o
prémio Sistemas de Construção Sustentável. Este projeto empreendedor sugere que
sejam utilizados produtos para a construção, como blocos, mas feitos a partir
de resíduos, evitando assim o cimento e a utilização de água potável na
respetiva produção que endurecem a absorver CO2. É propósito fazer com que este
produto, que é amigo do ambiente, possa chegar ao mercado para revolucionar a
construção.
Conforme já havia sido noticiado,
também o empreendedor Pedro Pereira, sediado no Parkurbis-Parque de Ciência e
Tecnologia da Covilhã, conquistou o prémio nacional TourismExplorers, através
da startup Wicked-Cat. Assim, o
representante da nossa Cidade da Covilhã, veio a vencer o projeto “Artist”, na
grande final realizada no último dia do mês de outubro. Nesta segunda edição
participaram 12 cidades portuguesas, entre as quais, como é óbvio, a Covilhã.
Após a Web Summit, e agora no
nosso meio, a Universidade da Beira Interior (UBI) vai mostrar, durante dois
dias, como chegar ao mercado de trabalho. Com a iniciativa “Olá Emprego! Start
in UBI”, é seu objetivo promover o emprego, a formação e a internacionalização,
com início no dia 13 de novembro, no pavilhão da ANIL. Trata-se de uma parceria
entre a UBI, Câmara Municipal da Covilhã, Instituto de Emprego e Formação
Profissional da Covilhã (IEFP) e a Associação Académica da UBI. Participarão
cerca de 40 entidades ligada aos setores de emprego e formação.
Assim, os visitantes, até final,
podem assistir a diversos painéis, com dedicação pela Relação entre a Escola e
a Empresa, procura de emprego, empregabilidade e empreendedorismo, assim como a
internacionalização.
Trata-se de uma importante
vertente de conhecimentos.
Não vamos esmorecer por quaisquer
tropeças que possam ainda vir a surgir pelo caminho, mas antes elevar o ânimo
neste caminhar para a transformação do nosso país, e da nossa região, para que
cada um não deixe de ter o seu emprego, com satisfação, neste aproximar a
passos largos do final de mais um ano.
(In "fórum Covilhã", de 13-11-2018)
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