13 de novembro de 2018

A WEB SUMMIT DO NOSSO CONTENTAMENTO


Os quatro dias deste importante evento já voaram. Foi uma lufada de vento. Nem tudo foi um perfume suave de fragância. Para além da participação de 1800 startups, 1200 oradores e perto de 70 mil participantes, número muito superior ao do transato ano, conforme a comunicação social noticiou, há que ter bem presente as palavras do presidente da República português: “O digital devia ser para a liberdade. Para abrir economias, sociedades, promover o diálogo e a tolerância, mas hoje em dia vemos o contrário em todo o mundo, vemos xenofobia, vemos intolerância, vemos racismo, vemos guerras comerciais, vemos fronteiras a fechar”.
Este evento teve ainda a participação do inventor da Web, Tim Berners-Lee e outros mui ilustres cérebros do digital, tendo sido bem frisado por Marcelo Rebelo de Sousa que “o digital não se pode esquecer do resto da sociedade”.
Importante mesmo foram os muitos avisos, para além dos já referidos, também, entre outros, o de Cristopher Wylie, programador britânico que denunciou o escândalo de dados do Facebook e da Cambridge Analytica, referindo, e muito bem, que “estamos a deixar-nos colonizar pelas empresas de tecnologia”, tratadas como “entidades divinas”. É que, de facto, para muitas pessoas, a confiança nas empresas de tecnologia sofreu danos, recordando-nos, por exemplo, os nossos dados pessoais roubados, num autêntico abuso. Mas isto daria pano para mangas…
O fundo de inovação social que o Governo apresentou é preciso que vá para a frente a fim de que sejam mesmo aproveitados o promover projetos nas áreas da educação, empregabilidade, igualdade do género e envelhecimento ativo, esperando também que a promessa do grupo Volkswagen para a abertura de um centro de desenvolvimento de software, em Lisboa, possa singrar.
Segundo o jornal Sol, foram percorridos 935 mil quilómetros, neste evento, em Lisboa, e consumidos 363 mil cafés, e, o jornal Público, que houve direito, noutras zonas de Lisboa, a copos de poncha e bolas-de-berlim, entre as ofertas. Tantos preciosismos para quê? Por acaso não falaram nos pastéis de Belém. Se isto fosse passado na mui nobre Cidade da Covilhã, teríamos que mencionar as cherovias.
Entre parêntesis, salientar, fora deste âmbito, os prémios para dois empreendedores da Covilhã, onde, entre vários, aqui instalados, acabam de vencer duas competições. A eCO2blocks, spin-off da Universidade da Beira Interior (UBI), venceu a final internacional da ClimateLauchpad, a mais importante competição mundial de ideias de negócio com base em tecnologias ambientalmente responsáveis. Foi uma ideia desenvolvida no Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA), na pessoa do professor João Castro Gomes, e o estudante de doutoramento nesta área, Pedro Humbert. Neste concurso houve a participação de 135 concorrentes e isto aconteceu nos dias 1 e 2 de novembro, em Edimburgo, Escócia. Ganharam ainda o prémio Sistemas de Construção Sustentável. Este projeto empreendedor sugere que sejam utilizados produtos para a construção, como blocos, mas feitos a partir de resíduos, evitando assim o cimento e a utilização de água potável na respetiva produção que endurecem a absorver CO2. É propósito fazer com que este produto, que é amigo do ambiente, possa chegar ao mercado para revolucionar a construção.
Conforme já havia sido noticiado, também o empreendedor Pedro Pereira, sediado no Parkurbis-Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, conquistou o prémio nacional TourismExplorers, através da startup Wicked-Cat. Assim, o representante da nossa Cidade da Covilhã, veio a vencer o projeto “Artist”, na grande final realizada no último dia do mês de outubro. Nesta segunda edição participaram 12 cidades portuguesas, entre as quais, como é óbvio, a Covilhã.
Após a Web Summit, e agora no nosso meio, a Universidade da Beira Interior (UBI) vai mostrar, durante dois dias, como chegar ao mercado de trabalho. Com a iniciativa “Olá Emprego! Start in UBI”, é seu objetivo promover o emprego, a formação e a internacionalização, com início no dia 13 de novembro, no pavilhão da ANIL. Trata-se de uma parceria entre a UBI, Câmara Municipal da Covilhã, Instituto de Emprego e Formação Profissional da Covilhã (IEFP) e a Associação Académica da UBI. Participarão cerca de 40 entidades ligada aos setores de emprego e formação.
Assim, os visitantes, até final, podem assistir a diversos painéis, com dedicação pela Relação entre a Escola e a Empresa, procura de emprego, empregabilidade e empreendedorismo, assim como a internacionalização.
Trata-se de uma importante vertente de conhecimentos.
Não vamos esmorecer por quaisquer tropeças que possam ainda vir a surgir pelo caminho, mas antes elevar o ânimo neste caminhar para a transformação do nosso país, e da nossa região, para que cada um não deixe de ter o seu emprego, com satisfação, neste aproximar a passos largos do final de mais um ano.


(In "fórum Covilhã", de 13-11-2018)

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