15 de janeiro de 2020

RETROSPETIVA SÉCULO XX – ANOS 20 SÉCULO XXI


Bem-vindos. Já lá vão vinte anos do século XXI. Pela parte que me diz respeito, já me encontro na linha da frente daqueles que, felizmente, foram somando anos à vida neste mundo. Mas como no tempo da Volta a Portugal em Bicicleta, começo-me a aproximar do carro vassoura. No entanto, tento ainda pedalar, até que Deus queira.
Muito se tem falado sobre estas duas décadas que nos antecederam pelo que não vou ser repetitivo do que já escrevi para outros periódicos.
De certo modo é parecido o tempo de ontem com o de hoje. Paradoxalmente, ele é mesmo muito diferente. Mas as duas situações são causa de curiosidade renovada.
“Como será Portugal daqui a 20 anos? Um país independente ou uma colónia de dados?” Em parangonas é o título da edição do aniversário dos 155 anos do Diário de Notícias, de 28 de dezembro, número especial sobre o passado, o presente e o futuro, como no mesmo é referido. É sobre o futuro que aí vem muito próximo o potencial disruptivo da inteligência artificial e da bioengenharia, que se vai desenrolar ao longo destas próximas décadas.
Mas também é preciso ter presente a atenção que deve existir sobre boatos, falsidades, notícias que atropelam o rigor, mentiras tantas vezes repetidas que se tornam verdades em que muita gente acredita, conceito este, antigo, mas que agora ganhou nome moderno, e que dá pelo de fake news.
Ao entrar neste novo ano, favorecido por um certo lenitivo após compromissos que havia assumido e dos quais o sucesso aconteceu, acreditando que não só por ação pessoal mas também por ajuda divina, espero neste ano ter um grande evento, para os tempos que correm.
E, na continuidade das crónicas, terei todo o prazer em transpor muito do que me vai na alma, ao gosto dos leitores, conforme me tenho apercebido, sem descurar o presente, para as páginas dos periódicos que para tanto me dão essa oportunidade de ocupar algum espaço.  
Se muitos gostam da “fábrica da nostalgia” já outros, por vezes estranhamente desmemoriados, optam por fazer esquecer o passado. Gosto de falar num enovelar do passado com o presente, dirigido ao futuro.
E é nesta diversidade que se dá oportunidade a todos de se interessarem pelos periódicos, num país onde a leitura deixa muito a desejar, muito contribuindo o facilitismo das redes sociais que afasta cada vez mais os apaixonados pelo papel.
Na primeira metade do século XX corria o ano de 1946 e liderava o nosso País o general António Óscar de Fragoso Carmona, que, face à sua doença, havia sido substituído, interinamente, por António de Oliveira Salazar, na ditadura do Estado Novo, para depois regressar, vindo a falecer no exercício das suas funções.
Em França, nessa mesma época, a liderança foi de Charles de Gaulle/Félix Gouin/George Bidault/Léon Blum. Na Itália mandava Alcide de Gaspieri. No Reino Unido, Clement Attlee. Nos EUA liderava Harry S. Truman, que sucedera a Frankin Roosevelt. E o Papa, que é contestado pelos judeus, era Pio XII. Se em Espanha havia a liderança de Francisco Franco, já a Alemanha, após ter sido vencida da II Grande Guerra, era administrada pelas Forças Aliadas.
Nasci e contribuí para, nesse ano, atingir o número de 107 128 homens e uma população de 8 178 360 almas.
Neste mesmo ano, Winston Churchill (dirigente do Partido Conservador e Primeiro Ministro da Grã-Bretanha durante a II Guerra Mundial), num discurso em 5 de março, criticou violentamente a União Soviética, referindo-se à “cortina de ferro” que dividira a Europa em “povos livres” (a ocidente) e “povos dominados” (a leste). Tornava-se, desta forma, público o divórcio entre antigos aliados e o início da Guerra Fria. No dia 1 de maio desse ano, o Reino Unido preparava um plano para separar a Palestina em dois Estados independentes, um judeu e outro árabe, para, em 16 de outubro, terminar o julgamento por crimes de guerra celebrado em Nuremberga, Alemanha.
O Belenenses ganhou nesse ano, pela primeira e única vez, o Campeonato Nacional da Primeira Divisão e o Sporting vencia a Taça de Portugal.
Esperamos que nos próximos vinte anos não seja necessária a inteligência artificial mas a consciência humana para resolver, ou mesmo atenuar, as consequências nocivas do problema climático global.

(In "Jornal fórum Covilhã", de 15-01-2020)

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