3 de novembro de 2021

A EXEMPLO DE DRAGHI

 

Estamo-nos aproximando da porta de entrada daquele período do ano próprio da gripe sazonal. Dos costumes, a precaução. Corpo mais agasalhado. Evitar contágios. Os mais idosos, alguns, aceitam vacinar-se. Não querem o estado mórbido desta gripe. Houve os anos precedentes à atual pandemia. Muitos foram os que rejeitaram vacinar-se. Nas suas mentes, o perigo iminente de uma situação muito grave não se faria sentir. Chazinho quente com a medicação apropriada resolviam o problema. Podiam solucionar, ou talvez não, no imediato. Mas veio a Covid-19. A caminho de dois anos com o nome pomposo de Coronavírus SARS-COV-2. O resultado é sobejamente conhecido do cosmopolitismo. A dita cuja não abranda. Parecia que sim. Vai-nos enganando. Com outros cambiantes na sua rota devastadora. Os descrentes da gripe sazonal convertem-se. Querem agora a ditosa picadela. Não vá o diabo tecê-las. É melhor prevenir que remediar. Os provérbios continuam na sua sapiência ancestral.

Confinamentos obrigatórios por toda essa Europa e Mundo fora. Cercas e cordões sanitários. Também por cá, na Lusa Pátria tal se passou. Entretanto, se ia aliviando por alguns tempos, logo surgiam aqui e acolá, alguns surtos. Muitos surtos pandémicos.

Procurava-se não haver desânimo. O deserto era intenso e imenso. Começava a haver a nostalgia de outros tempos. Afinal, até aqui éramos felizes sem o saber! Nem nos passava pela cabeça o que contaram os nossos avós. Aqueles do início do século XX. As pandemias dos seus tempos. Para já não se falar da história da humanidade. Vivíamos agora uma nova pandemia, com várias vagas. Que saturação!

Só se resolve quando for criada uma vacina! Mas ela surgiu. Foram, aliás, várias em tempo record. Continuava a contagem de infetados pelo novo Coronavírus. Também de doentes internados nos cuidados intensivos e das mortes. Leva-nos para uma situação assustadora.

Um pequeno lenitivo surge em Portugal.  Ao atingir-se a fase de imunidade à Covid 19, com o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo a dar por terminada a missão da Task Force do Plano de vacinação contra a Covid-19. Era já 85% da população vacinada.

Mas há os resistentes que não pretendem o desiderato da generalidade dos portugueses. São os negacionistas. Nem a verem a morte à frente dos olhos acreditam! Nem com o impacto dantesco que houve noutros países, como a Itália.

 A vacinação contra a Covid-19 é voluntária. Apenas é vacinado quem o deseja.

Os casos provocados por este Coronavírus persistem. A pandemia por COVID-19 ainda não está dominada. A vacina continua a ser a principal solução para tentar limitar o número de mortos e internamentos.  Nos EUA os hospitais estão sobrecarregados por surtos graves da variante delta. Os seguros americanos têm vindo a adaptar-se ao estado da pandemia. Sustentam o tratamento das doenças, incluindo as hospitalizações. Ser hospitalizado por causa da COVID-19 nos EUA fica caro. Nesse sentido, alguns hospitais estão a apresentar contas diferentes aos infetados. Os que têm ou não seguro. Há seguros que excluem simplesmente estados de pandemia. Evitam-se aumentos do seguro ou pagamentos diretos ao hospital. As pessoas são incentivadas a vacinarem-se.

A Itália passa a exigir passaporte sanitário a todos os trabalhadores. Medida aplica-se ao público e ao privado. Quem não exibir o passaporte sanitário fica impedido de aceder ao seu local de trabalho. Ou arrisca-se a pesadas multas. Determinação do primeiro-ministro, Mario Draghi. Acontece a partir de 15 de outubro. São consideradas ausências injustificadas, incluindo-se nelas  os feriados ou de descanso semanal. E isto apesar de estar excluída a hipótese de despedimento pelo facto de não possuírem passaporte sanitário.

Por que não adotar esta conduta também em Portugal?

Estamos na semana em que se sabe que uma nova subvariante da Delta, a AY.4.2, está a ter grande impacto epidemiológico. Leva alguns países de novo ao confinamento. A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas tem uma entrevista ao Diário de Notícias. Do ponto de vista do vírus, “ainda há para saber e em aberto”. As medidas de proteção individual continuam a ser fundamentais. No Plano Referencial Outono-Inverno 2021-2022 estão previstos três cenários. “O primeiro é o que vivemos, perfeitamente estável. O segundo é aquele em que a efetividade da vacina começa a cair. Haverá necessidade de fazer reforços para aumentar a proteção da população. É o que estamos a fazer agora com os maiores de 65 anos.  O terceiro, o pior, é aquele em que apareceria uma nova variante. Mais agressiva. Com capacidade para escapar ao nosso sistema imunitário. Estas três realidades têm que estar sempre presentes até que o vírus termine o seu percurso entre nós.”

Vamos todos ser responsáveis. Não só para nosso bem como também para os que nos rodeiam.

(In "Notícias da Covilhã", de 04-11-2021)


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