É hoje, dia 31 de maio do ano da
graça de 2024, que a Liberty Seguros se desvanece no nosso País à beira-mar
plantado, neste pequeno torrão retangular chamado Portugal, que muito amo, e
que tem a alma de muitas gentes que se sentem fortes como os relevos notáveis
do Cântaro Magro, destacado do planalto da Torre, na Serra da Estrela, depois
de duas décadas a revolucionar o País. Quem se lembra da Volta a Portugal em
Bicicleta onde a marca Liberty Seguros era um nome sonante e muitas vezes teve
aqui a sua meta, onde estive quase sempre presente?
Bom, o que me leva a escrever
este texto e a transcrever a minha resposta e a que o Homem que esteve quase
sempre ao leme desta grande Seguradora, o Dr. José António de Sousa, no Linkedln,
é o facto de ser difícil a leitura do que partilhei, pela redução do seu
conteúdo. Então, aí vai:
“José António
Duarte de Sousa
Economist, retired
insurance executive
21º aniversário da Liberty
Seguros em Portugal. E último. A marca desaparece do mercado português no fim
do mês de Maio. Dos corações de quem viveu e ajudou a construir o sonho, a lady
Liberty só desaparece no entanto quando o nosso coração deixar de bater.
Vou recordar um episódio
que é apropriado à efeméride. No dia 23 de Maio de 2003, o dia em que formalmente
se assinou o contrato de compra, e que passou a constituir o dia do nosso
aniversário, fizemos uma grande festa no hotel Meridiam em Lisboa. Umas largas
centenas de colaboradores e de parceiros de negócios. Um grande e leal amigo da
casa, João de Jesus Nunes da Covilhã, no final das minha palavras, perguntou se
podiam confiar numa companhia americana, porque tinham a (má) fama de não se
comprometerem a longo prazo com os mercados, de entrarem e saírem com demasiada
frequência. Eu respondi na altura que a Liberty estava a entrar no mercado
português porque uma companhia Suíça, o Crédit Suisse/Winthertur (Europeia)
tinha decidido sair do mercado. E uns anos antes todas as companhias inglesas
tinham abandonado o mercado português também. Portanto, sendo certo que as
companhias americanas têm a fama, outras fazem o mesmo se as condições de
operação no mercado não são as adequadas para garantir a rentabilidade esperada
aos acionistas… Disse também que a Liberty tinha chegado a Portugal para ficar,
sempre e quando trabalhássemos bem. Em Agosto de 2004 o Presidente do Liberty Mutual
Group veio a Portugal, foi entrevistado pelo Expresso e garantiu o mesmo.
Bastou uma mudança no topo da
sede em Boston, e o que ontem era verdade… deixou de o ser. Aproveito este
momento para agradecer a todos os que ajudaram a construir a marca em Portugal
o esforço, paixão, lealdade e dedicação que puseram no desafio. Parceiros de
negócios, segurados, fornecedores e os meus colaboradores e amigos e assim como
as suas famílias. It was a hell of a ride!”
Também o meu agradecimento:
“Foi um privilégio e com
enorme orgulho que colaborei durante anos com a Liberty Seguros sob a égide do
Dr. José António de Sousa, figura incontornável na atividade seguradora, o que
não encontrei na Europeia de Seguros. Se foi uma grande alegria,
paradoxalmente, logo senti uma tristeza ao ter conhecimento do desfecho que
tomou a Liberty, que havia revolucionado Portugal de lés a lés. Mas isto é
assim: nem sempre a cereja se mantém em cima do bolo. Um abraço a todos os que
ainda comigo nos irmanámos, e continuamos a confraternizar, como o Dr. José
António de Sousa, ficando sempre na memória a Liberty Seguros!”.
Covilhã, às zero horas do dia 31
de maio de 2024.
João de Jesus Nunes