6 de novembro de 2025

OS 40 MÁRTIRES DO BRASIL E O BEATO FRANCISCO ÁLVARES: O CARDADOR DA COVILHÃ QUE DEU A VIDA PELA FÉ QUARENTA MÁRTIRES JOVENS!





 

A história do martírio destes jovens começou muitos anos antes do nascimento da maior parte deles… Foi Inácio de Azevedo, um nobre da zona do Porto, nascido em 1526, que, abandonando o sucesso que a vida lhe prometia, seguiu a Cristo, na Companhia de Jesus (jesuítas). As notícias que iam chegando do Congo, Angola, Índia e Japão, encantavam-no!

Do Brasil pediam reforços e alguém capaz de reorganizar o trabalho já iniciado. Pelo seu carácter empreendedor, ativo e enérgico, Inácio foi escolhido. Trabalhou no Brasil, de 1566 a 1568. De regresso, fez campanha para recrutar jovens que o quisessem acompanhar. Reuniu uma expedição de 73 jovens religiosos, de idade entre os 16 e os 30 anos, que, com vários leigos, técnicos de diversas profissões, chegaram a cerca de 100 pessoas! Foi a maior expedição missionária jamais enviada por Portugal para terras ultramarinas.

Durante quase meio ano, prepararam-se na Quinta de Val de Rosal, Charneca da Caparica, ao sul do rio Tejo. O resultado da generosidade demonstrada por todos esses jovens, iria, em breve, ser conhecido por todo o mundo católico.

A 5 de junho de 1570 zarparam rumo à Ilha da Madeira, primeira etapa da viagem, onde permaneceram cerca de três semanas. Antes de partir dali, tendo notícias da existência de corsários, Inácio de Azevedo lançou o repto: “só deve seguir viagem quem estiver disposto a ser mártir”. Assim, na nau Santiago, partiram os 39 que aceitaram este desafio. E, a 30 de junho, reembarcaram e continuaram viagem. Quando navegavam junto a La Palma, uma das Ilhas Canárias, a 15 de julho, surgiu uma frota de piratas huguenotes, comandados por Jacques Sória. A nau foi atacada e dominada após breve luta. Ferido na cabeça e coberto de sangue, Inácio de Azevedo ainda proclamou: “Não choreis, meus filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos, hoje, um colégio no Céu”.

Inácio de Azevedo de Ataíde Abreu e Malafaia, era filho ilegítimo, depois legitimado, aos 12 anos, de Manuel de Azevedo e D. Francisca Abreu. À data do seu nascimento, S. Francisco Xavier frequentava, havia escassos meses, o Colégio de Santa Bárbara, em Paris, encetando por essa altura o convívio com Santo Inácio de Loiola e demais companheiros que vieram a ser os fundadores da Companhia de Jesus.

Durante a sua infância, Inácio de Azevedo levou a vida normal dum filho da fidalguia portuguesa de Entre Douro e Minho. Para ele, como para os seus irmãos, o pai acalentava um futuro brioso, que deveriam alcançar pelas armas ou na administração de um Portugal cujo monarca estendia o seu poder às mais recônditas partes do mundo.

Em chegando à idade de casar, queria seu pai achar-lhe noiva para que constituísse família, mas Inácio de Azevedo, sentindo-se confuso quanto ao seu futuro, pediu ao pai que lhe desse algum tempo de reflexão. Recolheu-se então na Quinta de Barbosa, em Paço de Sousa, cujo solar o pai mandara já reconstruir, para que aí se viesse a instalar com a futura família.

Através do conselho amigo de Henrique Nunes de Gouveia, Inácio foi à cidade do Porto ouvir os sermões do padre Francisco Estrada, da recém-constituída Companhia de Jesus, que lhe terão despertado o desejo de, também ele, servir o país e o rei, não pelas armas, mas através da Evangelização proposta pelos jesuítas. Aqui entrou a 23 de dezembro de 1548, com 22 anos.

Com o objetivo de levar o Evangelho ao novo mundo, muitos se quiseram juntar ao padre que, logo ali, foi fazendo uma primeira seleção, ponde especial interesse naqueles que, pela sua juventude ou empenhamento, dessem mostras de serem capazes de se entregar com dedicação à missão ou também àqueles que, pelas suas ocupações, fossem de maior valimento para as comunidades, pois bem sabia o padre Inácio que braços experientes e capazes para as diferentes profissões escasseavam no Brasil e eram de maior utilidade para a construção da cristandade. Então, no grupo, ele havia o pintor, o músico, o cantor, o tecelão, o carpinteiro, o bacharel, o pastor, ou o simples estudante, com muita vontade de cumprir a sua missão na Companhia. Assim, havia o irmão experimento na arte da carpintaria, outro pintor, outro alfaiate, mas também o cozinheiro, ajudante de cozinha, enfermeiro, bordador, cantor, músico, sapateiro, padeiro, pastor, entre outros.

Reunido em Lisboa, o grupo vai instalar-se na Quinta de Val de Rosal, que os padres possuíam na outra banda, na margem do Rio Tejo.

No terceiro quartel do século XVI, Lisboa, cabeça do Império e uma das maiores cidades da Europa, lutava com enorme escassez de água para satisfação de tão enorme população. Por isso, grassava nela frequentemente a peste. Essa foi então a razão principal pela qual o padre Inácio de Azevedo, no início daquele ano de 1570, procurou a Quinta de Val de Rosal, para recolher os seus companheiros, enquanto aguardavam a partida para o Brasil.

Tinham passado já cinco meses, desde que no Inverno daquele ano de 1570 se haviam reunido em Val de Rosal, à espera da nau que os levasse ao Brasil. Porque esta tardava, estava então decidido o padre Inácio em embarcar na armada do Governador. Por isso, deu instruções para que os companheiros se preparassem para deixar a quinta e rumar a Lisboa. O Inverno e a Primavera, naquelas paragens da outra banda, são sempre muito suaves e nem o calor do início do Verão apoquentava o grupo que tinha vivido aquele tempo de formação em plenitude. Mas a notícia que estaria próxima a partida a todos entusiasmou. Após a necessária preparação e depois de ouvida a missa, partiram para Cacilhas e daí, de barco, atravessaram o Tejo até Lisboa.

Em Lisboa, o padre Inácio não permitiu que o grupo amolecesse e a todos incumbiu de trabalhos.

Mas estavam já em S. Roque havia quinze dias, prestes a embarcarem na armado do Governador, quando um dia o irmão António Soares, de Belém, chegou à casa dos jesuítas com a boa nova que a nau do Porto tinha entrado na barra. Nisto, sentiram grande alegria porque dessa forma não teriam de se distribuir pelas diversas naus mas iriam viajar todos juntos, continuando assim e em grupo o bom trabalho que haviam iniciado em Val de Rosal.

Estavam então reunidos os 40 companheiros na nau Santiago. O padre Pero Dias e uma vintena de irmãos embarcaram na nau do Governador e o padre Francisco de Castro com outros dois irmãos tomou a nau dos Órfãos.

Ao ver embarcados em seu redor os 39 companheiros, folgou o padre Inácio de Azevedo por se dar conta que aqueles seriam os que com ele iriam desbravar as consciências levando o Evangelho aos Brasis.

A 5 de junho do ano de 1570, a armada deixou a barra de Lisboa, rumo ao imenso oceano, que era a estrada que os deveria levar ao Brasil. Levaram sete dias até chegarem à Ilha da Madeira.

A nau Santiago, ao invés das outras da armada, tinha de ir à Ilha de Palma, nas Canárias, descarregar parte da carga que transportava e carregar outra que pretendia levar para o Brasil, para o que tiveram de obter do Governador autorização para e desligarem das demais que compunham a armada, licença essa que muito dificilmente lhe foi dada porque se sabia que por ali o mar estava infestado de corsários. Obtida por parte do Governador a necessária autorização, entendeu-se que a nau Santiago não podia esperar mais tempo, ao que o padre Inácio, consciente dos perigos que poderiam enfrentar, tratou de saber junto dos seus companheiros da vontade que tinham em se aventurar a tais riscos. Todos mostraram não temer os perigos que sabiam poder surgir, salvo quatro irmãos que pediram licença para ficar com o padre Pero Dias.

Ao outro dia de manhã, a nau Santiago levantou ferros e deixou a Ilha da Madeira. Tinham já passado sete dias desde que a nau Santiago deixara a Madeira, navegando sempre debaixo de uma grande calmaria, mas estando então, a pouco mais de duas léguas e meia da cidade de Palma. Eis senão quando lhe dá um vento contrário que a leva perto de um ancoradouro que dava pelo nome Tazacorte e onde desembarcaram no dia seguinte. Quando todos se dispunham a tomar os cavalos e camelos decidiu o padre Inácio de Azevedo alterar os planos da viagem, pois sentiu que estaria a ser fraco ao evitar o mar com medo dos corsários. Dirigindo-se então aos seus companheiros, comentou que o único mal que os piratas lhes podiam fazer seria mandá-los mais cedo para o céu.

No dia seguinte, decidiram então deixar Tazacorte, rumando na direção da Ilha de Gomeira, para depois darem a volta para a cidade de Palma. A bordo, iam todos entusiasmados com a ideia de chegarem a terra quando da gávea o marinheiro deu sinais de que avistava uma grande vela, a qual vinha acompanhada de outras quatro mais pequenas. Mas, à medida que se aproximavam da nau Santiago, perceberam que, em vez da armada portuguesa, eram os navios do pirata Jacques Sória, capitão da rainha de Navarra.

Estavam agora à vista da nau Santiago, as velas do famoso corsário Jacques Sória. Dias antes, já a nau Santiago tinha deixado a Madeira, tentara ele um ataque no Funchal. A desproporção de forças era enorme. Por um lado, eram os navios mais o galeão Príncipe contra uma nau, por outro, em termos de combatentes, a Santiago levava a bordo, entre a tripulação, 40 soldados cuja arma era a palavra de Cristo, de pouca valia para aquele combate frente aos validos da rainha protestante de Navarra.

Os navios de Sória estavam cada vez mais perto da nau Santiago. Então, o padre Inácio de Azevedo, dando cumprimento à promessa de apoio que fizera ao capitão, selecionou um grupo de companheiros para que com a sua palavra assistissem e animassem os combatentes. Os primeiros embates foram renhidos. À primeira tentativa que os corsários fizeram para abalroar a nau Santiago, os nossos dispararam a artilharia que matou uns quatro deles, causando baixas que os piratas pareciam não fazer caso, face a serem tão numerosos. Dando conta que, do lado dos nossos, os combatentes não seriam mais de 30, Jacques Sória afastou-se ligeiramente, deixando os seus homens abater os da Santiago. Dava-se então uma luta corpo a corpo, desigual no número dos combatentes e no ímpeto dos intervenientes, pois dos missionários não se esperava mais do que palavras para tentar suster os corsários.

Do galeão de Sória, vendo os piratas os seus desígnios, dispararam alguns tiros de arcabuz que o atingiram o padre Bento de Castro, mas não derrubaram, continuando o padre, com redobrada vontade, a impelir os assaltantes com as suas palavras, até receber sete ou oito punhaladas dos piratas que o ergueram e lançaram meio vivo ao mar. Estava feita a primeira vítima. Ao padre Inácio de Azevedo, descarregaram-lhe um golpe que lhe fendeu a cabeça, tendo os piratas lhe lançado umas quantas estocadas até cair. O capitão da nau estava exausto de tanta luta e ferido de tanto golpe, pelo que também ele se recolheu a uma câmara onde acabou por sucumbir às cutiladas dos piratas que o perseguiram e lançaram ao mar. Com a morte do capitão, terminava a luta, onde tinham morrido uns quinze ou dezasseis dos nossos contra uns trinta dos corsários, entre os que tinham sido abatidos pela artilharia e os aniquilados na luta.

Procuraram então os piratas pilhar a nau e o que esta pudesse transportar, iniciando uma batida por todas as câmaras. Numa delas, encontrando alguns dos irmãos em oração e de joelhos frente a imagens santas, com tanta fúria a eles se lançaram que os fizeram perecer.

Enquanto os irmãos davam à bomba, uns quantos corsários iam atirando ao mar os mortos e feridos que iam encontrando até que, dando conta do corpo do padre Inácio de Azevedo, ainda agarrado à imagem da Virgem, o lançaram à água.

Naquele sábado, 15 de julho de 1570, do promissor grupo de 40 missionários, que o padre Inácio de Azevedo preparara tão esforçadamente para evangelizar os territórios do imenso Brasil, só mesmo escapara à morte o irmão João Sanches, que haveria de ser a testemunha do martírio dos 39 companheiros, a que se juntou depois também João Adauto, e a 16 de julho, o irmão Simão da Costa.

Os Mártires

Um cardador que sonhou ser missionário

ÁLVARES, irmão auxiliar, Francisco – Português, nascido na Covilhã em 1539, tendo entrado para a Companhia em 1554, em Évora. Era por ofício tecelão e cardador. A cidade era um dos grandes centros da indústria de lanifícios portuguesa. Dedicava-se à cardação, um ofício modesto mas essencial, símbolo do esforço e da dignidade do trabalho, partilhando a vida simples e laboriosa dos operários têxteis da sua terra. Homem de fé viva e carácter humilde, sentiu o chamamento de Deus e decidiu consagrar-se à vida religiosa, ingressando na Companhia de Jesu como irmão coadjutor – um dos jesuítas leigos que apoiavam as missões com o trabalho manuel e o testemunho de vida.  O seu destino cruzou-se com o padre Inácio de Azevedo, visitador das missões jesuítas no Brasil, que regressara a Portugal para recrutar novos missionários. Francisco Álvares             respondeu ao apelo e alistou-se na expedição missionária, integrando o grupo dos “companheiros do Brasil”, que partiria de Lisboa em 1570.

O martírio em alto-mar

A viagem decorreu sob ameaça constante. As rotas atlânticas eram frequentadas por corsários e piratas, muitos deles a soldo das potências protestantes que viam nos jesuítas inimigos da sua causa.

A 15 de julho de 1570, quando a nau Santiago, comandada por Inácio de Azevedo, navegava ao largo da ilha de La Palma, nas Canárias, foi atacada por corsários franceses sob o comando de Jacques Soria, um calvinista feroz.

Os jesuítas recusaram renegar a fé católica. Um a um, foram mortos e lançados ao mar – alguns ainda com vida – entoando cânticos e orações.

O covilhanense Francisco Álvares foi lançado vivo ao mar.

Os restantes companheiros

ADAUTO, irmão, João – Português, de Entre Douro e Minho, sobrinho do capitão da nau Santiago, foi confundido com os jesuítas, mas aceitou o martírio por desejar entrar para a Companhia. Foi lançado vivo ao mar.

ÁLVARES, irmão auxiliar, Gaspar – Português do Porto. Apunhalado, foi lançado vivo ao mar.

ÁLVARES, irmão auxiliar, Manuel – Português de Extremoz, nasceu em 1536 e entrou para a Companhia em 1559, em Évora. Era pastor de ofício. Foi lançado vivo ao mar.

ANDRADE, padre Diogo de – Português, de Pedrógão Grande, nasceu em 1531 e entrou para a Companhia em 1558, em Coimbra. Foi soto-ministro no Colégio de Coimbra e depois no de Santo Antão, em Lisboa. Exercia o ofício de ministro. Foi apunhalado e lançado ainda vivo ao mar.

AZEVEDO, padre Inácio de – Português, do Porto, nasceu em 1526 e entrou para a Companhia em 1548, em Coimbra. Foi Visitador do Brasil e o mentor do grupo de missionários que levava como Provincial do Brasil, nomeado pelo Padre Geral.

BAENA, irmão auxiliar, Afonse de – Espanhol, de Villalobas (Toledo), nasceu em 1539 e entrou para a Companhia em 1567. Era de profissão ourives e foi lançado vivo ao mar.

 

CALDEIRA, irmão estudante, Marcos – Português, de Santa Maria da Feira, nasceu em 1547 e entrou para a Companhia em 1569. Foi lançado vivo ao mar.

CASTRO, irmão estudante, Bento de – Português, de Chacim (Macedo de Cavaleiros), nasceu em 1543 e entrou para a Companhia em 1561, em Lisboa. Em 1569, estudava filosofia em Coimbra. Era Mestre de noviços e encarregado da catequese. Ferido com tiros e punhaladas, foi lançado ainda vivo ao mar, sendo o primeiro mártir.

CORREIA, irmão estudante, António – Português, do Porto, nasceu em 1553 e entrou para a Companhia em 1569. Estava em oração, quando recebeu violenta estocada na cabeça e foi lançado vivo ao mar.

CORREIA, irmão estudante, Luís – Português, de Évora. Foi lançado vivo ao mar.

COSTA, irmão auxiliar, Simão da – Português, do Porto, terá nascido por volta de 1551 e entrou para a Companhia pouco antes da viagem. Por ser noviço, ainda não trazia o hábito, no que foi tomado por filho de comerciante. Levado à presença de Sória, confirmou ser missionário, foi degolado e o seu corpo lançado ao mar a 16 de julho.

DELGADO, irmão estudante, Aleixo – Português, de Elvas, nasceu em 1555 e entrou para a Companhia em 1569, em Évora. Era excelente cantor e o mais jovem dos mártires. Foi lançado vivo ao mar.

DINIS, irmão estudante, Nicolau – Português de Bragança, nasceu em 1553 e entrou para a Companhia em 1570, em Val de Rosal. Tinha boa arte para representar. Foi lançado vivo ao mar.

ESCRIBANO, irmão auxiliar, Gregório – Espanhol, de Viguera (Logroño). Foi lançado vivo ao mar.

FERNANDES, irmão auxiliar, António – Português, de Montemor-o-Novo, nasceu em 1552 e entrou para a Companhia em 1570. Em Val de Rosal, era chefe de oficina de carpintaria. Foi apunhalado e lançado vivo ao mar.

FERNANDES, irmão auxiliar, Domingos – Português, de Borba, nasceu em 1551 e entrou para a Companhia em 1567, em Évora. Foi trespassado com uma lança e ainda vivo lançado ao mar.

FERNANDES, irmão estudante, João – Português, de Braga, nasceu em 1547 e entrou para a Companhia em 1569, em Coimbra. Foi lançado vivo ao mar.

FERNANDES, irmão estudante, João – Português, de Lisboa, nasceu em 1551 e entrou para a Companhia em 1568, em Coimbra. Foi lançado vivo ao mar.

FERNANDES, irmão auxiliar, Manuel – Português, de Celorico da Beira. Foi lançado vivo ao mar.

FONTOURA, irmão auxiliar, Pedro de – Português, de Chaves. Estando em oração, recebeu uma cutilada no rosto que lhe cortou a língua, sendo depois lançado ao mar.

GONÇALVES, irmão estudante, André – Português, de Viana d o Alentejo, tinha estudado na universidade de Évora. Foi lançado ao mar depois de apunhalado.

GODOY, irmão estudante, Francisco Pérez – Espanhol. De Torrijos (Toledo), nasceu em 1540 e entrou para a Companhia em 1569. Era parente de Santa Teresa de Jesus (de Ávila). Bacharel em cânones pela Universidade de Salamanca, sabia música e tocava vários instrumentos. Apunhalado, foi lançado ainda vivo ao mar.

HENRIQUES, irmão estudante, Gonçalo – Português, do Porto, era diácono. Foi lançado ao mar.

LOPES, irmão estudante, Simão – Português, de Ourém, entrou para a Companhia durante a viagem. Foi lançado vivo ao mar.

MAGALHÃES, irmão estudante, Francisco de – Português, de Alcácer do Sal, nasceu em 1549 e entrou para a Companhia em 1568, em Évora. Tinha aptidão para bom administrador e excelente voz de tenor. Foi lançado vivo ao mar.

MAIORGA, irmão auxiliar, João – Espanhol, de S. Jean Pied de Port (na época do domínio de Navarra), nasceu em 1533 e entrou para a Companhia em 1568. Era pintor de ofício. Foi lançado vivo ao mar.

MARTIM, irmão estudante, João de São – Espanhol, de Yuncos (Toledo), nasceu em 1550 e entrou para a Companhia em 1570, em Évora, quando estudava na Universidade de Alcalá. Foi ferido e lançado vivo ao mar.

MENDES, irmão estudante, Álvaro – Português, de Elvas, era excelente cantor. Foi lançado vivo ao mar.

NUNES, irmão estudante, Pedro – Português, de Fronteira. Foi lançado vivo ao mar.

PACHECO, irmão estudante, Manuel – Português, de Ceuta. Foi lançado vivo ao mar.

PIRES (Mimoso), irmão estudante, Diogo – Português, de Nisa, frequentou o curso de filosofia na Universidade de Évora. Foi trespassado com uma lança e o seu corpo deitado ao mar.

RIBEIRO, irmão auxiliar, Brás – Português, de Braga, nasceu em 1546 e entrou para a Companhia em 1569, no Porto. Estando recolhido a rezar, foi morto com uma cutilada na cabeça e o seu corpo lançado ao mar.

RODRIGUES, irmão estudante, Luís – Português, de Évora, nasceu em 1554 e entrou para a Companhia em 1570, em Évora. Foi lançado vivo ao mar.

RODRIGUES, irmão estudante, Manuel – Português, de Alcochete. Foi lançado vivo ao mar.

SANCHES, irmão estudante, Fernando – Espanhol, de Castela-a-Velha, foi estudante m Salamanca. Foi lançado vivo ao mar.

SOARES, irmão estudante, António – Português, de Trancoso, entrou para a Companhia em 1565, em Évora, onde passou todo o noviciado. Serviu como cozinheiro e enfermeiro e assumiu na nau o ofício de soto-ministro. Foi apunhalado e lançado vivo ao mar.

VAZ, irmão auxiliar, Amaro – Português, de Benfazer (Marco de Canavezes), nasceu em 1553 e entrou para a Companhia em 1569, no Porto. Foi lançado vivo ao mar, depois do seu corpo ser atravessado com punhaladas.

ZAFRA, irmão auxiliar, João de – Espanhol, de Jérez (Badajoz), entrou para a Companhia em 1570, em Évora. Foi lançado vivo ao mar.

ZUDAIRE, irmão auxiliar, Estêvão – Espanhol, de Zudaire (Navarra). Tinha o ofício de bordador. Foi lançado vivo ao mar.

Todos estes mártires foram beatificados a 11 de maio de 1854 pelo Papa Pio IX. Foram solenemente recordados por São João Paulo II no Jubileu do Ano 2000, que confirmou o culto aos Mártires do Brasil.

Biografia consultada: Os 40 Mártires o Brasil, de Eduardo Kol de Carvalho, Wikipédia, Biblioteca- Arquivo Municipal da Covilhã.

 

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

 

 

(In “Jornal Fórum”, de 06-11-2025)

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