A história do martírio destes
jovens começou muitos anos antes do nascimento da maior parte deles… Foi Inácio
de Azevedo, um nobre da zona do Porto, nascido em 1526, que, abandonando o
sucesso que a vida lhe prometia, seguiu a Cristo, na Companhia de Jesus
(jesuítas). As notícias que iam chegando do Congo, Angola, Índia e Japão,
encantavam-no!
Do Brasil pediam reforços e
alguém capaz de reorganizar o trabalho já iniciado. Pelo seu carácter empreendedor,
ativo e enérgico, Inácio foi escolhido. Trabalhou no Brasil, de 1566 a 1568. De
regresso, fez campanha para recrutar jovens que o quisessem acompanhar. Reuniu
uma expedição de 73 jovens religiosos, de idade entre os 16 e os 30 anos, que,
com vários leigos, técnicos de diversas profissões, chegaram a cerca de 100
pessoas! Foi a maior expedição missionária jamais enviada por Portugal para
terras ultramarinas.
Durante quase meio ano,
prepararam-se na Quinta de Val de Rosal, Charneca da Caparica, ao sul do rio
Tejo. O resultado da generosidade demonstrada por todos esses jovens, iria, em
breve, ser conhecido por todo o mundo católico.
A 5 de junho de 1570 zarparam
rumo à Ilha da Madeira, primeira etapa da viagem, onde permaneceram cerca de
três semanas. Antes de partir dali, tendo notícias da existência de corsários,
Inácio de Azevedo lançou o repto: “só deve seguir viagem quem estiver disposto
a ser mártir”. Assim, na nau Santiago, partiram os 39 que aceitaram este
desafio. E, a 30 de junho, reembarcaram e continuaram viagem. Quando navegavam
junto a La Palma, uma das Ilhas Canárias, a 15 de julho, surgiu uma frota de
piratas huguenotes, comandados por Jacques Sória. A nau foi atacada e dominada
após breve luta. Ferido na cabeça e coberto de sangue, Inácio de Azevedo ainda
proclamou: “Não choreis, meus filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos,
hoje, um colégio no Céu”.
Inácio de Azevedo de Ataíde Abreu
e Malafaia, era filho ilegítimo, depois legitimado, aos 12 anos, de Manuel de
Azevedo e D. Francisca Abreu. À data do seu nascimento, S. Francisco Xavier
frequentava, havia escassos meses, o Colégio de Santa Bárbara, em Paris,
encetando por essa altura o convívio com Santo Inácio de Loiola e demais
companheiros que vieram a ser os fundadores da Companhia de Jesus.
Durante a sua infância, Inácio de
Azevedo levou a vida normal dum filho da fidalguia portuguesa de Entre Douro e
Minho. Para ele, como para os seus irmãos, o pai acalentava um futuro brioso,
que deveriam alcançar pelas armas ou na administração de um Portugal cujo
monarca estendia o seu poder às mais recônditas partes do mundo.
Em chegando à idade de casar,
queria seu pai achar-lhe noiva para que constituísse família, mas Inácio de
Azevedo, sentindo-se confuso quanto ao seu futuro, pediu ao pai que lhe desse
algum tempo de reflexão. Recolheu-se então na Quinta de Barbosa, em Paço de
Sousa, cujo solar o pai mandara já reconstruir, para que aí se viesse a
instalar com a futura família.
Através do conselho amigo de
Henrique Nunes de Gouveia, Inácio foi à cidade do Porto ouvir os sermões do
padre Francisco Estrada, da recém-constituída Companhia de Jesus, que lhe terão
despertado o desejo de, também ele, servir o país e o rei, não pelas armas, mas
através da Evangelização proposta pelos jesuítas. Aqui entrou a 23 de dezembro
de 1548, com 22 anos.
Com o objetivo de levar o Evangelho
ao novo mundo, muitos se quiseram juntar ao padre que, logo ali, foi fazendo
uma primeira seleção, ponde especial interesse naqueles que, pela sua juventude
ou empenhamento, dessem mostras de serem capazes de se entregar com dedicação à
missão ou também àqueles que, pelas suas ocupações, fossem de maior valimento
para as comunidades, pois bem sabia o padre Inácio que braços experientes e
capazes para as diferentes profissões escasseavam no Brasil e eram de maior
utilidade para a construção da cristandade. Então, no grupo, ele havia o
pintor, o músico, o cantor, o tecelão, o carpinteiro, o bacharel, o pastor, ou
o simples estudante, com muita vontade de cumprir a sua missão na Companhia. Assim,
havia o irmão experimento na arte da carpintaria, outro pintor, outro alfaiate,
mas também o cozinheiro, ajudante de cozinha, enfermeiro, bordador, cantor,
músico, sapateiro, padeiro, pastor, entre outros.
Reunido em Lisboa, o grupo vai
instalar-se na Quinta de Val de Rosal, que os padres possuíam na outra banda,
na margem do Rio Tejo.
No terceiro quartel do século
XVI, Lisboa, cabeça do Império e uma das maiores cidades da Europa, lutava com
enorme escassez de água para satisfação de tão enorme população. Por isso,
grassava nela frequentemente a peste. Essa foi então a razão principal pela
qual o padre Inácio de Azevedo, no início daquele ano de 1570, procurou a
Quinta de Val de Rosal, para recolher os seus companheiros, enquanto aguardavam
a partida para o Brasil.
Tinham passado já cinco meses,
desde que no Inverno daquele ano de 1570 se haviam reunido em Val de Rosal, à
espera da nau que os levasse ao Brasil. Porque esta tardava, estava então
decidido o padre Inácio em embarcar na armada do Governador. Por isso, deu
instruções para que os companheiros se preparassem para deixar a quinta e rumar
a Lisboa. O Inverno e a Primavera, naquelas paragens da outra banda, são sempre
muito suaves e nem o calor do início do Verão apoquentava o grupo que tinha
vivido aquele tempo de formação em plenitude. Mas a notícia que estaria próxima
a partida a todos entusiasmou. Após a necessária preparação e depois de ouvida
a missa, partiram para Cacilhas e daí, de barco, atravessaram o Tejo até Lisboa.
Em Lisboa, o padre Inácio não
permitiu que o grupo amolecesse e a todos incumbiu de trabalhos.
Mas estavam já em S. Roque havia
quinze dias, prestes a embarcarem na armado do Governador, quando um dia o
irmão António Soares, de Belém, chegou à casa dos jesuítas com a boa nova que a
nau do Porto tinha entrado na barra. Nisto, sentiram grande alegria porque
dessa forma não teriam de se distribuir pelas diversas naus mas iriam viajar
todos juntos, continuando assim e em grupo o bom trabalho que haviam iniciado
em Val de Rosal.
Estavam então reunidos os 40
companheiros na nau Santiago. O padre Pero Dias e uma vintena de irmãos
embarcaram na nau do Governador e o padre Francisco de Castro com outros dois
irmãos tomou a nau dos Órfãos.
Ao ver embarcados em seu redor os
39 companheiros, folgou o padre Inácio de Azevedo por se dar conta que aqueles
seriam os que com ele iriam desbravar as consciências levando o Evangelho aos
Brasis.
A 5 de junho do ano de 1570, a
armada deixou a barra de Lisboa, rumo ao imenso oceano, que era a estrada que
os deveria levar ao Brasil. Levaram sete dias até chegarem à Ilha da Madeira.
A nau Santiago, ao invés das
outras da armada, tinha de ir à Ilha de Palma, nas Canárias, descarregar parte
da carga que transportava e carregar outra que pretendia levar para o Brasil, para
o que tiveram de obter do Governador autorização para e desligarem das demais
que compunham a armada, licença essa que muito dificilmente lhe foi dada porque
se sabia que por ali o mar estava infestado de corsários. Obtida por parte do Governador
a necessária autorização, entendeu-se que a nau Santiago não podia esperar mais
tempo, ao que o padre Inácio, consciente dos perigos que poderiam enfrentar,
tratou de saber junto dos seus companheiros da vontade que tinham em se
aventurar a tais riscos. Todos mostraram não temer os perigos que sabiam poder
surgir, salvo quatro irmãos que pediram licença para ficar com o padre Pero
Dias.
Ao outro dia de manhã, a nau
Santiago levantou ferros e deixou a Ilha da Madeira. Tinham já passado sete
dias desde que a nau Santiago deixara a Madeira, navegando sempre debaixo de
uma grande calmaria, mas estando então, a pouco mais de duas léguas e meia da
cidade de Palma. Eis senão quando lhe dá um vento contrário que a leva perto de
um ancoradouro que dava pelo nome Tazacorte e onde desembarcaram no dia
seguinte. Quando todos se dispunham a tomar os cavalos e camelos decidiu o
padre Inácio de Azevedo alterar os planos da viagem, pois sentiu que estaria a
ser fraco ao evitar o mar com medo dos corsários. Dirigindo-se então aos seus
companheiros, comentou que o único mal que os piratas lhes podiam fazer seria
mandá-los mais cedo para o céu.
No dia seguinte, decidiram então
deixar Tazacorte, rumando na direção da Ilha de Gomeira, para depois darem a
volta para a cidade de Palma. A bordo, iam todos entusiasmados com a ideia de
chegarem a terra quando da gávea o marinheiro deu sinais de que avistava uma
grande vela, a qual vinha acompanhada de outras quatro mais pequenas. Mas, à
medida que se aproximavam da nau Santiago, perceberam que, em vez da armada
portuguesa, eram os navios do pirata Jacques Sória, capitão da rainha de
Navarra.
Estavam agora à vista da nau
Santiago, as velas do famoso corsário Jacques Sória. Dias antes, já a nau
Santiago tinha deixado a Madeira, tentara ele um ataque no Funchal. A
desproporção de forças era enorme. Por um lado, eram os navios mais o galeão
Príncipe contra uma nau, por outro, em termos de combatentes, a Santiago levava
a bordo, entre a tripulação, 40 soldados cuja arma era a palavra de Cristo, de
pouca valia para aquele combate frente aos validos da rainha protestante de
Navarra.
Os navios de Sória estavam cada
vez mais perto da nau Santiago. Então, o padre Inácio de Azevedo, dando
cumprimento à promessa de apoio que fizera ao capitão, selecionou um grupo de
companheiros para que com a sua palavra assistissem e animassem os combatentes.
Os primeiros embates foram renhidos. À primeira tentativa que os corsários
fizeram para abalroar a nau Santiago, os nossos dispararam a artilharia que
matou uns quatro deles, causando baixas que os piratas pareciam não fazer caso,
face a serem tão numerosos. Dando conta que, do lado dos nossos, os combatentes
não seriam mais de 30, Jacques Sória afastou-se ligeiramente, deixando os seus
homens abater os da Santiago. Dava-se então uma luta corpo a corpo, desigual no
número dos combatentes e no ímpeto dos intervenientes, pois dos missionários
não se esperava mais do que palavras para tentar suster os corsários.
Do galeão de Sória, vendo os
piratas os seus desígnios, dispararam alguns tiros de arcabuz que o atingiram o
padre Bento de Castro, mas não derrubaram, continuando o padre, com redobrada
vontade, a impelir os assaltantes com as suas palavras, até receber sete ou
oito punhaladas dos piratas que o ergueram e lançaram meio vivo ao mar. Estava
feita a primeira vítima. Ao padre Inácio de Azevedo, descarregaram-lhe um golpe
que lhe fendeu a cabeça, tendo os piratas lhe lançado umas quantas estocadas
até cair. O capitão da nau estava exausto de tanta luta e ferido de tanto
golpe, pelo que também ele se recolheu a uma câmara onde acabou por sucumbir às
cutiladas dos piratas que o perseguiram e lançaram ao mar. Com a morte do
capitão, terminava a luta, onde tinham morrido uns quinze ou dezasseis dos
nossos contra uns trinta dos corsários, entre os que tinham sido abatidos pela
artilharia e os aniquilados na luta.
Procuraram então os piratas
pilhar a nau e o que esta pudesse transportar, iniciando uma batida por todas
as câmaras. Numa delas, encontrando alguns dos irmãos em oração e de joelhos
frente a imagens santas, com tanta fúria a eles se lançaram que os fizeram
perecer.
Enquanto os irmãos davam à bomba,
uns quantos corsários iam atirando ao mar os mortos e feridos que iam
encontrando até que, dando conta do corpo do padre Inácio de Azevedo, ainda
agarrado à imagem da Virgem, o lançaram à água.
Naquele sábado, 15 de julho de
1570, do promissor grupo de 40 missionários, que o padre Inácio de Azevedo
preparara tão esforçadamente para evangelizar os territórios do imenso Brasil,
só mesmo escapara à morte o irmão João Sanches, que haveria de ser a testemunha
do martírio dos 39 companheiros, a que se juntou depois também João Adauto, e a
16 de julho, o irmão Simão da Costa.
Os Mártires
Um cardador que
sonhou ser missionário
ÁLVARES, irmão auxiliar,
Francisco – Português, nascido na Covilhã em 1539, tendo entrado para a
Companhia em 1554, em Évora. Era por ofício tecelão e cardador. A cidade era um
dos grandes centros da indústria de lanifícios portuguesa. Dedicava-se à cardação,
um ofício modesto mas essencial, símbolo do esforço e da dignidade do trabalho,
partilhando a vida simples e laboriosa dos operários têxteis da sua terra.
Homem de fé viva e carácter humilde, sentiu o chamamento de Deus e decidiu
consagrar-se à vida religiosa, ingressando na Companhia de Jesu como irmão
coadjutor – um dos jesuítas leigos que apoiavam as missões com o trabalho
manuel e o testemunho de vida. O seu destino
cruzou-se com o padre Inácio de Azevedo, visitador das missões jesuítas no
Brasil, que regressara a Portugal para recrutar novos missionários. Francisco
Álvares respondeu ao apelo e
alistou-se na expedição missionária, integrando o grupo dos “companheiros do
Brasil”, que partiria de Lisboa em 1570.
O martírio em
alto-mar
A viagem decorreu sob ameaça
constante. As rotas atlânticas eram frequentadas por corsários e piratas,
muitos deles a soldo das potências protestantes que viam nos jesuítas inimigos
da sua causa.
A 15 de julho de 1570, quando a
nau Santiago, comandada por Inácio de Azevedo, navegava ao largo da ilha de La
Palma, nas Canárias, foi atacada por corsários franceses sob o comando de
Jacques Soria, um calvinista feroz.
Os jesuítas recusaram renegar a fé
católica. Um a um, foram mortos e lançados ao mar – alguns ainda com vida –
entoando cânticos e orações.
O covilhanense Francisco Álvares
foi lançado vivo ao mar.
Os restantes
companheiros
ADAUTO, irmão, João – Português,
de Entre Douro e Minho, sobrinho do capitão da nau Santiago, foi confundido com
os jesuítas, mas aceitou o martírio por desejar entrar para a Companhia. Foi
lançado vivo ao mar.
ÁLVARES, irmão auxiliar, Gaspar –
Português do Porto. Apunhalado, foi lançado vivo ao mar.
ÁLVARES, irmão auxiliar, Manuel –
Português de Extremoz, nasceu em 1536 e entrou para a Companhia em 1559, em
Évora. Era pastor de ofício. Foi lançado vivo ao mar.
ANDRADE, padre Diogo de –
Português, de Pedrógão Grande, nasceu em 1531 e entrou para a Companhia em
1558, em Coimbra. Foi soto-ministro no Colégio de Coimbra e depois no de Santo
Antão, em Lisboa. Exercia o ofício de ministro. Foi apunhalado e lançado ainda
vivo ao mar.
AZEVEDO, padre Inácio de –
Português, do Porto, nasceu em 1526 e entrou para a Companhia em 1548, em
Coimbra. Foi Visitador do Brasil e o mentor do grupo de missionários que levava
como Provincial do Brasil, nomeado pelo Padre Geral.
BAENA, irmão auxiliar, Afonse de
– Espanhol, de Villalobas (Toledo), nasceu em 1539 e entrou para a Companhia em
1567. Era de profissão ourives e foi lançado vivo ao mar.
CALDEIRA, irmão estudante, Marcos
– Português, de Santa Maria da Feira, nasceu em 1547 e entrou para a Companhia
em 1569. Foi lançado vivo ao mar.
CASTRO, irmão estudante, Bento de
– Português, de Chacim (Macedo de Cavaleiros), nasceu em 1543 e entrou para a
Companhia em 1561, em Lisboa. Em 1569, estudava filosofia em Coimbra. Era
Mestre de noviços e encarregado da catequese. Ferido com tiros e punhaladas,
foi lançado ainda vivo ao mar, sendo o primeiro mártir.
CORREIA, irmão estudante, António
– Português, do Porto, nasceu em 1553 e entrou para a Companhia em 1569. Estava
em oração, quando recebeu violenta estocada na cabeça e foi lançado vivo ao
mar.
CORREIA, irmão estudante, Luís –
Português, de Évora. Foi lançado vivo ao mar.
COSTA, irmão auxiliar, Simão da –
Português, do Porto, terá nascido por volta de 1551 e entrou para a Companhia
pouco antes da viagem. Por ser noviço, ainda não trazia o hábito, no que foi
tomado por filho de comerciante. Levado à presença de Sória, confirmou ser
missionário, foi degolado e o seu corpo lançado ao mar a 16 de julho.
DELGADO, irmão estudante, Aleixo
– Português, de Elvas, nasceu em 1555 e entrou para a Companhia em 1569, em
Évora. Era excelente cantor e o mais jovem dos mártires. Foi lançado vivo ao
mar.
DINIS, irmão estudante, Nicolau –
Português de Bragança, nasceu em 1553 e entrou para a Companhia em 1570, em Val
de Rosal. Tinha boa arte para representar. Foi lançado vivo ao mar.
ESCRIBANO, irmão auxiliar,
Gregório – Espanhol, de Viguera (Logroño). Foi lançado vivo ao mar.
FERNANDES, irmão auxiliar,
António – Português, de Montemor-o-Novo, nasceu em 1552 e entrou para a
Companhia em 1570. Em Val de Rosal, era chefe de oficina de carpintaria. Foi
apunhalado e lançado vivo ao mar.
FERNANDES, irmão auxiliar,
Domingos – Português, de Borba, nasceu em 1551 e entrou para a Companhia em
1567, em Évora. Foi trespassado com uma lança e ainda vivo lançado ao mar.
FERNANDES, irmão estudante, João
– Português, de Braga, nasceu em 1547 e entrou para a Companhia em 1569, em
Coimbra. Foi lançado vivo ao mar.
FERNANDES, irmão estudante, João
– Português, de Lisboa, nasceu em 1551 e entrou para a Companhia em 1568, em
Coimbra. Foi lançado vivo ao mar.
FERNANDES, irmão auxiliar, Manuel
– Português, de Celorico da Beira. Foi lançado vivo ao mar.
FONTOURA, irmão auxiliar, Pedro
de – Português, de Chaves. Estando em oração, recebeu uma cutilada no rosto que
lhe cortou a língua, sendo depois lançado ao mar.
GONÇALVES, irmão estudante, André
– Português, de Viana d o Alentejo, tinha estudado na universidade de Évora.
Foi lançado ao mar depois de apunhalado.
GODOY, irmão estudante, Francisco Pérez – Espanhol. De
Torrijos (Toledo), nasceu em 1540 e entrou para a Companhia em 1569. Era
parente de Santa Teresa de Jesus (de Ávila). Bacharel em cânones pela
Universidade de Salamanca, sabia música e tocava vários instrumentos.
Apunhalado, foi lançado ainda vivo ao mar.
HENRIQUES, irmão estudante, Gonçalo – Português, do Porto,
era diácono. Foi lançado ao mar.
LOPES, irmão estudante, Simão – Português, de Ourém, entrou
para a Companhia durante a viagem. Foi lançado vivo ao mar.
MAGALHÃES, irmão estudante,
Francisco de – Português, de Alcácer do Sal, nasceu em 1549 e entrou para a
Companhia em 1568, em Évora. Tinha aptidão para bom administrador e excelente
voz de tenor. Foi lançado vivo ao mar.
MAIORGA, irmão auxiliar, João –
Espanhol, de S. Jean Pied de Port (na época do domínio de Navarra), nasceu em
1533 e entrou para a Companhia em 1568. Era pintor de ofício. Foi lançado vivo
ao mar.
MARTIM, irmão estudante, João de São
– Espanhol, de Yuncos (Toledo), nasceu em 1550 e entrou para a Companhia em
1570, em Évora, quando estudava na Universidade de Alcalá. Foi ferido e lançado
vivo ao mar.
MENDES, irmão estudante, Álvaro –
Português, de Elvas, era excelente cantor. Foi lançado vivo ao mar.
NUNES, irmão estudante, Pedro –
Português, de Fronteira. Foi lançado vivo ao mar.
PACHECO, irmão estudante, Manuel –
Português, de Ceuta. Foi lançado vivo ao mar.
PIRES (Mimoso), irmão estudante,
Diogo – Português, de Nisa, frequentou o curso de filosofia na Universidade de
Évora. Foi trespassado com uma lança e o seu corpo deitado ao mar.
RIBEIRO, irmão auxiliar, Brás –
Português, de Braga, nasceu em 1546 e entrou para a Companhia em 1569, no
Porto. Estando recolhido a rezar, foi morto com uma cutilada na cabeça e o seu
corpo lançado ao mar.
RODRIGUES, irmão estudante, Luís –
Português, de Évora, nasceu em 1554 e entrou para a Companhia em 1570, em Évora.
Foi lançado vivo ao mar.
RODRIGUES, irmão estudante,
Manuel – Português, de Alcochete. Foi lançado vivo ao mar.
SANCHES, irmão estudante, Fernando – Espanhol, de
Castela-a-Velha, foi estudante m Salamanca. Foi lançado vivo ao mar.
SOARES, irmão estudante, António
– Português, de Trancoso, entrou para a Companhia em 1565, em Évora, onde
passou todo o noviciado. Serviu como cozinheiro e enfermeiro e assumiu na nau o
ofício de soto-ministro. Foi apunhalado e lançado vivo ao mar.
VAZ, irmão auxiliar, Amaro –
Português, de Benfazer (Marco de Canavezes), nasceu em 1553 e entrou para a
Companhia em 1569, no Porto. Foi lançado vivo ao mar, depois do seu corpo ser
atravessado com punhaladas.
ZAFRA, irmão auxiliar, João de –
Espanhol, de Jérez (Badajoz), entrou para a Companhia em 1570, em Évora. Foi
lançado vivo ao mar.
ZUDAIRE, irmão auxiliar, Estêvão –
Espanhol, de Zudaire (Navarra). Tinha o ofício de bordador. Foi lançado vivo ao
mar.
Todos estes mártires foram
beatificados a 11 de maio de 1854 pelo Papa Pio IX. Foram solenemente
recordados por São João Paulo II no Jubileu do Ano 2000, que confirmou o culto
aos Mártires do Brasil.
Biografia consultada: Os 40
Mártires o Brasil, de Eduardo Kol de Carvalho, Wikipédia, Biblioteca- Arquivo
Municipal da Covilhã.
João de Jesus Nunes
(In “Jornal Fórum”, de 06-11-2025)




Sem comentários:
Enviar um comentário