Já lá vão 136 anos, data em que foi inaugurada a abertura da estrada das Pedras Lavradas que ligou a Covilhã à cidade de Coimbra.
No local, que então era o prolongamento da Rua Marquês d’Ávila e Bolama, e se passara a chamar Palmatória, e, actualmente, Avenida da Universidade, foi aí colocado um monumento – a “Palmatória” – que ainda lá se encontra, numa zona verde. Existiu também um posto da Direcção de Viação e Trânsito, no entroncamento da referida estrada (para os Sete Capotes – Tortosendo) e a actual Avenida da Universidade.
Assim, em sessão extraordinária da Câmara Municipal da Covilhã, de 30 de Setembro de 1873, presidida pelo vereador Baptista Alves, em substituição do presidente Megre Restier, foi deliberado o seguinte:
“ (...) 2.º - Que constando, ainda que não oficialmente, mas com certeza, a vinda do Exm.º Ministro das Obras Públicas a esta cidade nos dias do próximo mês de Outubro, a fazer a inauguração da estrada das Pedras Lavradas, a Câmara deliberou que se devia fazer para a sua recepção, pois que, sendo a construção daquela estrada um dos melhoramentos mais importantes, não só para a Covilhã, mas também para as Beiras, e dignando-se o Exm.º Ministro vir solenizar aquele acto com a sua presença, entendia se devia fazer uma recepção brilhante e condigna de um Ministro que tanto se interessa pelos melhoramentos do País.
A Câmara concordando com as ideias apresentadas pelo Senhor Presidente, deliberou que se convidassem para reunirem nos Paços do Concelho, no dia 2 de Outubro, pelas 11 horas da manhã, todos os donos dos estabelecimentos fabris, bem como as principais pessoas da cidade, devendo também reunir a Câmara nesse mesmo dia, a fim de comum acordo, se determinar o que se deve fazer acerca da recepção do Exm.º Ministro”.
Após a inauguração, por via da acta da sessão extraordinária da edilidade, do dia 17 de Outubro de 1873, presidida pelo presidente da Câmara, Megre Restier, surgiu o seguinte registo: “(...) O Senhor Presidente declarou à Câmara, que devendo ter lugar, como teve a inauguração da estrada das Pedras Lavradas, no dia 16 do corrente mês, tinha convidado todas as autoridades, pessoas principais e donos de fábricas, bem como as filarmónicas, para assistir à solene festa da inauguração e tinha dado as competentes determinações para se cantar o Te-Deum, que teve lugar depois da inauguração da estrada”.
Posteriormente, por acta da sessão extraordinária da Câmara, de 6 de Novembro de 1873, presidida pelo vereador Baptista Alves, foi deliberado:
“(...) 4.º - O Senhor Presidente informou que as pedras que devem ser colocadas na rua que tem o nome Rua do Marquês d’Ávila e Bolama, custavam em Lisboa 2.500 réis cada uma, e que a coluna que deve ser levantada aonde se fez a inauguração da estrada das Pedras Lavradas, para comemorar aquele acto, custava em Lisboa, pronta e encaixotada, 60.000 réis.
A Câmara deliberou se mandasse vir a coluna e quatro pedras para a Rua Marquês d’Ávila e Bolama, devendo a coluna trazer a seguinte inscrição: Em 16 de Outubro de 1873 foi inaugurada a Estrada das Pedras Lavradas pelo Exm.º Ministro das Obras Públicas, Comércio e Industria, Cardoso Avelino – Par do Reino Vaz Preto e Deputado Pinheiro Chagas; e, do outro lado, Câmara Municipal de Covilhan de 1873.
5.º - Sob proposta do Senhor Vereador Cunha, a Câmara deliberou que se oficiasse ao Exm.º Director das Obras Públicas, para que, com a maior brevidade, mandasse abrir a servidão para a rua pública de S. João de Malta, na estrada real n.º 55, junto ao quintal de Manuel Teixeira”.
Mais tarde foi colocado ali o Posto n.º 70, da Polícia de Viação e Trânsito na Covilhã, onde esteve à frente o Chefe Constantino Pedrosa Gonçalves, durante dez anos, desde 1958 (ver foto). Já faleceu, no Porto, onde residia.
(In "Noticias da Covilhã de 15/10/2009)
Sem comentários:
Enviar um comentário