1 de outubro de 2009

UM AMIGO QUE PARTIU

Foi mais um amigo que partiu, sem o conhecer pessoalmente.
Já antes acontecera com Herculano Valente.
Agora foi Augusto Ramos Teixeira. Figura bairrista do desporto olhanense que me viria a proporcionar a ligação duma amizade com o Jornal Olhanense e gentes do Clube.
Logo na altura constatei, que, afinal, os carolas continuavam a persistir.
Já simpatizava com o Olhanense, desde a minha meninice, do tempo áureo da antiga Primeira Divisão e dos cromos de futebol de então.
Mas iria ser Augusto Ramos Teixeira a estabelecer, desde logo, um elo de ligação; na espontaneidade, entre a minha pessoa, como serrano e carola pelo meu Clube – o Sporting da Covilhã –, ele próprio, carola do Sporting Olhanense; e a vertente cultural de estórias que fazem a história dos dois clubes.
Tive a felicidade de obter a colaboração, em várias informações telefónicas de Augusto Teixeira, interessado em dar resposta a alguns pedidos de informação que eu colocara na Comunicação Social, então no ano de 1992, para a publicação da segunda obra sobre a história dos leões serranos.
Foi assim que surgiu o complemento dessa desejada informação sobre “homens do futebol”, e outros que emergiram por sua já referida colaboração, que haviam sido pedras basilares nos dois clubes.
Por terem representado dignamente as camisolas dos clubes serrano e algarvio, surgiu destes homens uma dualidade de amor aos dois clubes: Fernando Cabrita, José Rita, Eminêncio, Palmeiro, Adventino, Robério, entre outros.
Seria assim, de alguns deles, uma acha para o reforço entusiástico de manter viva a chama da amizade, que deveria ser, afinal, a verdadeira face do desporto-rei.
Nesse meu trabalho tive o prazer de registar um agradecimento a Augusto Ramos Teixeira, de Olhão, e de lhe ofereceu um exemplar.
Ao longo destes anos, e mesmo já depois da sua doença, trocávamos cumprimentos, por via de pessoas amigas que iam a Olhão ou vinham à Covilhã.
E, algo que o ano passado me sensibilizou, foi o facto de após o jogo que se disputou em Olhão, entre o SCC e o SCO, ter recebido no meu escritório, na segunda-feira imediata, um telefonema duma pessoa que me enviava um abraço do amigo Augusto Ramos Teixeira. Nesse célebre domingo de futebol, se abeirara junto de um grupo de serranos que foi ver o jogo e perguntou se eu lá estava. Logo disseram que não mas que me conheciam. Envio de um forte abraço, que agradeci!
Foram facetas da amizade que trouxeram a génese verdadeira do desporto, na aspiração nobre de “mens sana in corpore sano”, mas que já se encontra um pouco desvirtuada, nos dias de hoje. No entanto, não deixa de ser aquele espaço onde todas as classes sociais se encontram, numa linguagem entendida por multidões.
Nesta senda, eu depois viria a conhecer, pessoalmente, alguns elementos do dirigismo olhanense, como Júlio Favinha, e o entusiasta Homem da reviravolta olhanense, José Isidoro Sousa.
Espero vir a conhecer pessoalmente a actual alma deste jornal, Mário Proença, a quem aproveito para apresentar sentidas condolências pelo falecimento de sua sobrinha.
Que o Senhor tenha em paz, junto de Si, o nosso amigo Augusto Ramos Teixeira, e, à sua família, apresento também sentidas condolências.


(In "O Olhanense" de 1/10/2009)

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