Mais um ano vai chegar ao fim,
nesta 2ª década, do século XXI, do terceiro milénio d. C.
Neste século em que ainda nos
vamos mantendo, nesta vida passageira, muitos acontecimentos foram e vão
surgindo, entre ventos e marés, no planeta e no meio onde vivemos.
Não podemos deixar de salientar,
nos cinco Continentes (excetuando a Oceania), os principais acontecimentos que
transformaram o mundo nestas duas primeiras décadas deste século, começando
logo em 2001, com os ataques terroristas de 11 de setembro, na América; a
Guerra do Afeganistão, no mesmo ano, na Ásia; e, também neste Continente, em
2003, a Guerra do Iraque. Iria surgir a Crise da dívida pública, em 2010, na
Europa; e, neste mesmo Continente, já em 2015, a grave Crise migratória, quando,
em 2011, na África, havia surgido uma ligeira esperança com a Primavera Árabe,
mas que, paradoxalmente, se transformaria rapidamente num Inferno.
Mas voltemo-nos para o nosso
Portugal – o melhor País do Mundo – à beira-mar plantado neste retângulo da costa
mais ocidental da Europa, como aprendemos nos livros da Primária.
Sempre fomos um país sofredor
desde os tempos imemoriais da nossa história, mas sempre soubemos aventurar-nos
com as conquistas e descobertas quando já não havia mais para conquistar. Mas
continuando no sofrimento, aí nos espevitámos contra a opressão, por várias
vezes, fosse em 1640 ou depois em 25 de Abril de 1974. Mesmo assim, tiveram os
militares portugueses que enfrentar a Primeira Grande Guerra (1914/18),
lamentavelmente sem qualquer preparação para este acontecimento bélico, de
grande mortandade; e, depois, também onde a preparação muito deixou a desejar,
nas chamadas guerras subversiva das antigas Colónias, onde muito de nós, na
nossa juventude, fomos carne para canhão, no pendor dos senhores da governação
ditatorial de então, cujas feridas em muitos ainda se mantêm, ainda que mais
não sejam pelo stress pós-traumático, doença que também afetou as famílias.
Chega a vez da Liga dos
Combatentes, sob a tutela do Ministério da Defesa Nacional, com os seus vários
núcleos diversificados pelo País fora, que, nos seus objetivos se define por
promover a exaltação do amor à Pátria e a divulgação, em especial entre os
jovens, do significado dos símbolos nacionais, bem como a defesa intransigente
dos valores morais e históricos de Portugal; promover o prestígio de Portugal,
designadamente através de ações de intercâmbio com associações congéneres
estrangeiras; promover a proteção e auxílio mútuo e a defesa dos legítimos
interesses espirituais, morais e materiais dos sócios; cooperar com os órgãos
de soberania e da Administração Pública com vista à realização dos seus
objetivos, nomeadamente no que respeita à adoção de medidas de assistência e
situações de carência económica dos associados e de recompensa daqueles a quem
a Pátria deva distinguir por atos ou feitos relevantes praticados ao seu
serviço; e criar, manter e desenvolver departamentos ou estabelecimentos de
ensino, cultura, trabalho e solidariedade social em benefício geral do País e
direto dos seus associados.
Já na parte que concerne aos
sócios, eles podem ser sócios combatentes, sócios efetivos, sócios
extraordinários, sócios honorários, sócios beneméritos, e sócios apoiantes.
Como podem verificar, não é
vedada a qualidade sócio a quem não foi antigo combatente, e, como tal, possui
a faculdade de integrar o Núcleo da Liga dos Combatentes, nas restantes
hipóteses de admissão, a saber: são sócios efetivos os cidadãos que prestem ou
tenham prestado serviço nas Forças Armadas Portuguesas, mas que não preencham
as condições referidas no número anterior (ou seja, de “sócios combatentes”);
são sócios extraordinários os cônjuges, os cônjuges sobrevivos e os ascendentes
e descendentes até ao 2.º grau dos sócios combatentes e dos sócios efetivos; são
sócios apoiantes as pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras,
que apoiem de forma regular com donativos ou quotização os núcleos em que
estejam filiados.
E é nesta vertente que
convidamos, neste Natal de 2016, para que venham engrossar o número dos
associados deste Núcleo da Liga dos Combatentes da Covilhã. Recordamos que,
neste mesmo ano, lhe foi atribuída a Medalha de Mérito Municipal - Grau Prata,
pela edilidade covilhanense.
A dinâmica duma instituição vale
pelo que são os seus obreiros, desde as atividades desenvolvidas em prol dos
seus associados e no âmbito dos seus estatutos, à transparência dos seus atos,
os quais estarão sempre na linha da frente nas Assembleias do Núcleo, o que só
assim se pode enquadrar no título deste editorial. Que todos sejam fortes
participantes na próxima Assembleia do Núcleo a realizar em 2017.
Vamos comemorar o Natal de 2016
junto das nossas Famílias, na fé dos Combatentes, tendo ou não integrado os
contingentes do Ultramar, nas memórias de quantos passaram o Natal em vários
momentos, alguns nos navios que os transportavam a caminho das Colónias; outros
que nem sequer tinham hipótese de receber uma carta da família porque os seus
familiares não sabiam escrever; e outros ainda, que se sentiam sofredores ao
ver os seus camaradas lerem as cartas ou aerogramas de familiares; e lá surgia,
de vez em quando, como bálsamo, numa carta de um amigo, uma referência: “tua
mãe manda dizer: está tudo bem por cá. Espero que tudo te esteja a correr bem
por aí”, conforme foi contado por dois antigos combatentes, sócios deste
Núcleo, numa entrevista ao programa “Hora do Combatente”, da RCB.
Vamos terminar, porque o espaço e
o tempo não permitem alongar, sem que nos sintamos orgulhosos porque no dia em
que escrevemos estas linhas, dois portugueses, um deles de origem beirã,
honraram o nome de Portugal e registam, a letras de ouro, mais uma página da sua
História: o Engenheiro António Guterres, antigo Primeiro-Ministro de Portugal
fez o seu juramento nas Nações Unidas como Secretário-Geral da ONU. Outro
português, na área desportiva, Cristiano Ronaldo, acaba por ganhar, pela 4.ª
vez, a Bola de Ouro, continuando assim a ser considerado o Melhor Jogador do
Mundo.
Desejamos a todos os que integram
esta grande instituição que é o Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes,
Sócios e suas Famílias, um Santo Natal e um Feliz Ano 2017.
(In "O Combatente da Estrela", n.º 105, de janeiro a março de 2017)
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