Entrámos no mês quente de verão, que, de quente, por vezes prega-nos umas partidas. Que o digam algumas noites. Alguns estudantes preparam-se para iniciarem suas férias enquanto outros se veem a braços com exames, sejam presenciais ou online. Com esta maldita pandemia, tudo se alterou, até mesmo as normas de conduta.
Se mais uma cadeira fora conseguida,
para os universitários, ou a confirmação daquele Erasmus, para não dizer a
conclusão dos seus cursos, isto já não é como era há uns tempos atrás, não
muito longos, porque o coronavírus ainda anda saltitando por aí. E, quando
menos se pensa, tudo se modifica. Como, mais uma vez, o chico-espertismo de
alguns responsáveis pelas vacinações. Aqui, a diretora do Agrupamento de
Centros de Saúde do Porto Oriental, já suspensa, “desobedeceu” ao plano,
conforme referiu o coordenador da task
force, com a vacinação de jovens de 18 anos, numa fase em que o auto
agendamento está disponível apenas para maiores de 35 anos. Não sendo Portugal
uma república das bananas, há que punir os infratores não esquecendo os
primeiros que foram objeto desse atrevimento e de que a comunicação social deu
ênfase na devida altura.
O precedente mês de junho foi
o dia dos Santos Populares, que o bicho mau pretendeu lhes retirar toda a
popularidade, não conseguindo ser concretizada no seu pleno. No Porto, do
silêncio dos martelos às enchentes de foliões, a noite de São João viveu-se com
poucas restrições. “De um lado, a tristeza dos comerciantes da zona de diversão
das Fontaínhas, obrigados a fechar às 18 horas, do outro, o crescente movimento
que tomou conta das esplanadas na Ribeira e na Cordoaria em vários
ajuntamentos”. Tal como sucedeu com os tripeiros também um pouco por todo o
país houve aqueles desenfiados como se dizia na tropa. E, vai daí, toca a
abusar, onde as regras de distanciamento e sanitárias não tinham regra.
Depois, tivemos o governo e o
presidente da República a duas vozes. Se por um lado há o dramatismo, como o
momento “crítico”, “grave” e “complexo” – os casos vão “continuar a aumentar”,
por outro quem ouve Marcelo vai pelo lado da esperança. O que é certo e verdade
é que com a variante Delta da peste dos nossos dias, foi dado um passo atrás
nalgumas zonas do país, nomeadamente Lisboa e Vale do Tejo, onde se verifica a
maior permanência do novo coronavírus. Entretanto a boa notícia é que quem já
tem o certificado digital vai ter luz verde para andar pelo país sem
restrições.
Em Portugal, com o fulgor possível
do Campeonato Europeu de Futebol, não vai haver aquele período da silly
season, pois continuarão também as conversas sobre a responsabilidade
política de uma delação grave pelas bandas do município alfacinha. É que já
estamos habituados ao caricato de atuações duma forma tão de hilariante quão de
angústia. Para que serviu tanto empenho nos trabalhos da proteção de dados
individuais de todos nós? Foram assinaturas e mais assinaturas de declarações
de aceitação e conhecimento por essas variadíssimas instituições fora. Dá para
pensar.
A Seleção de Portugal, aquela
de todos nós, também nos pregou uma partida, tal como o tempo. Quando
esperávamos continuar na efervescência do entusiasmo pela Seleção das Quinas, surgiu-nos
aquele balde de água fria em cima do banho de entusiasmo e lá saltámos fora.
Paciência, fria tem que ser agora a cabeça e passar novamente a olhar em frente
para podermos voltar ao quente entusiasmo das próximas jornadas do Mundial.
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