Vá-se lá saber porquê, o Notícias da Covilhã, que muitos
imaginavam já vê-lo passar por um placard de necrologia, continua a fazer pela
vida, suportando, ainda que a pão e água, esta fraca alimentação que alguns
senhores disto tudo não se preocuparam em revigorar a sua vida fragilizada, ou
seja, a vida do semanário mais antigo da Beira Baixa.
Muito já se disse, muito já se
pensou, muito já se deduziu, mas a apatia daqueles que deviam estar no comando
da frente de combate e se retiraram para um silêncio tumular, é que é
condenável.
Na linha da frente lá continuam
os incansáveis jornalistas do Notícias da
Covilhã, votados ao ostracismo,
sem uma informação fidedigna de que o semanário terá os dias contados. Isto
para já não falar de muitos dos seus dedicados leitores e assinantes, para quem
se marimbaram e, toma! - Lês o online, pelo que te oferecemos o pdf,
mas papel isso é por causa do manguito do Zé Povinho. Saudoso Rafael Bordalo
Pinheiro que hoje ainda fazes muita falta.
Quanto à (ir)responsabilidade diocesana pelo infeliz caminho em que
deixaram cair este importante órgão da comunicação social, ou a uma direção mal
escolhida, numa administração que se desconhece, ignoram-se quaisquer ações
tendentes a encontrar medicação para a situação mórbida em que o semanário foi
deixado cair, sem rei nem roque.
Onde está o antídoto para debelar este mal? Alguma coisa foi feita,
abertamente, criando comissões idóneas para ir de encontro a vozes que gostam
da Covilhã – dos lanifícios e universitária?
Sabemos que a atual edilidade não se vê aguerrida a fazer das tripas
coração para salvar este semanário. Pudera! Já passaram as eleições.
O Notícias da Covilhã comemora hoje 103 anos (mais de um
século!) desde a sua primeira edição como NC, mas é muito mais antigo,
se considerarmos que em janeiro completou 109 anos, então sob o título A
Democracia.
É uma data memorável, em que não pode vestir o fato de gala face à melancolia
da sua indefinição, pelo que se apresenta com o seu fato habitual de trabalho.
Vamos dar uma nova vida ao Notícias da Covilhã, uma publicidade
mais forte, com uma campanha de assinaturas para a sua edição em papel. Só
assim o Semanário poderá ser atrativo.
O Notícias da Covilhã não pode ser silenciado. O Notícias da Covilhã tem que voltar à vida refrescante d’outrora.
Parabéns ao Notícias da Covilhã e aos seus verdadeiros obreiros
que ainda conseguem manter a navegar o barco ainda que por águas turbulentas.
João de Jesus Nunes
(In “Notícias da Covilhã”, de 19-05-2022)
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