19 de abril de 2023

PENHORADAMENTE

 

Mário Zambujal escreveu o livro “Já não se escrevem cartas de amor”. Sim, não só estas como outras, de outrora.

No tempo do correio, que nos trazia a avidez das notícias, num bom serviço, paradoxalmente ao que passou a ser prestado pelos CTT dos tempos que correm (penso que já começou a ser refletido), uma das principais tarefas, para além das encomendas postais, era a entrega das cartas, mormente nos tempos da guerra do Ultramar.

Depois veio o 25 de Abril, que, dentro de dez dias, irá comemorar o seu 49ª aniversário. O maior número de cartas passou então a ser as dos emigrantes. E também as respeitantes aos pedidos de emprego, com o envio dos currículos.

Havia, e alguns ainda vão existindo, os bilhetes-postais, com destaque para os postais de “Boas Festas”, que caíram a pique em desuso, de há poucos anos a esta parte.

A iliteracia também teve cada vez mais os seus dias negros, felizmente, e as novas tecnologias foram o forte contributo para a alteração do panorama que existia.

Este baluarte tecnológico é imparável, e em minutos ou segundos faz-se o que levaria dias, meses ou anos para se conseguir. Neste âmbito, se por um lado é um grande avanço da ciência, por outro a nova revolução através do algoritmo baseado na inteligência artificial – Chat GPT – conduz a que se criem situações deveras complicadas em termos da autenticidade do que se escreve, se não será fruto desse copianço/plágio com base num clique, ou do estado baseado em estudos e pesquisas sérias, em que se perde muito tempo.

Mas, tendo por base o título desta crónica, reportada aos tempos em que muitos comiam o pão que o diabo amassou, alguns jovens, e não só, que não pretendiam emigrar, muito menos “ir de assalto”, escreviam em desespero, pedindo emprego numa instituição pública, dirigindo essas missivas diretamente ao presidente do Conselho, António Oliveira Salazar; aos presidentes da República da ditadura, dita Estado Novo:  general Francisco Craveiro Lopes e almirante Américo Thomaz; e algumas até dirigidas às primeiras-damas, como D. Berta Craveiro Lopes, ou D. Gertrudes Thomaz. Os respetivos ministérios encaminhavam-nas para os Governos Civis e estes para as Câmaras Municipais. Alguns lá se conseguiam encaixar nas Repartições de Finanças. Pedidos dirigidos a Marcello Caetano ou à esposa, D. Teresa Elisa Teixeira de Barros, que viria a falecer em 1971, não se deu conta.

Havia a preocupação do respeitinho no teor das mesmas, e, então, às vezes bastava uma letra para mudar tudo. Ou nem sequer uma letra. Penhorado, num certo sentido da palavra quer dizer grato. “Agradeço penhoradamente a atenção de vossa excelência”, escrevia-se no remate das cartas de antanho. Estas penhoras foram passando de moda. Agora, as mais usuais, são as que o fisco determina para encher o cofre dos impostos.

Era muito em voga nos anos de aperto, as casas de penhores e o seu negócio de agiotagem. Penso que já terão perdido de moda, não tenho a certeza. Mas os mais aflitos iam diretos aos anúncios de “ouro, prata ou joias” e entregavam em definitivo o que lhes restava dos ancestrais.

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

(In “O Olhanense”, de 15-04-2023)


14 de abril de 2023

OS “CAÍDOS” DO BANCO




 

Memórias da minha vida profissional por terras do distrito da Guarda são muitas. Amizades geradas foram mais. Algumas ainda perduram. Nostalgia por aqueles que já partiram.

Mais de sete décadas e meia ainda a caminhar neste planeta, enquanto Deus o permitir, prometi recordar algumas facetas daquelas amizades dos anos de 70 e 80 do século passado, se o semanário “A Guarda” assim anuir, a fim de satisfazer a vontade de alguns interessados.

São pedaços de algumas páginas contextualizadas dos meus livros “O DOCUMENTO ANTIGO – Uma Outra Forma de Ver os Seguros”, que se encontra em todas as Bibliotecas Municipais do Distrito, ou da última obra: “DA MONTANHA AO VALE – As Viagens de um Grupo de Tertulianos”.

No famigerado tempo do PREC regressava a casa, já altas horas da noite, após uma longa viagem comercial por terras do distrito, quando o Lelo, do Banco Borges & Irmão, da Covilhã, foi alvejado pela GNR por ter desobedecido às ordens de parar, na E.N. 18, à Senhora do Carmo (Teixoso). Ficou paralítico. Faleceu há anos.

Era o regresso dos nossos militares destacados no Ultramar. Até retomarem as suas anteriores atividades profissionais, ou conseguirem um novo emprego, convidei alguns amigos a acompanhar-me nas minhas viagens comerciais.

Caria, Casteleiro, Santo Estêvão e Sabugal. Com uma paragem em Vila Boa para visitarmos o empresário amigo Arménio Gonçalves, depressa chegámos ao Souto para almoçarmos. No Zé Nabeiro vai de pedirmos a canja de cornos. A empresa Refrigerantes Cristalina, Lda, dos irmãos Oliveira, ainda existia nesse tempo. Aí trabalhei no escritório no ano 1972, oriundo de funcionário da edilidade covilhanense, e aí vivi um ano. No mesmo âmbito aí permaneciam os conterrâneos Humberto Cruz e Teresa Dias. Foi a vivência num contraste entre a aldeia e a cidade. Fez-me recordar “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós. 

Já no Sabugal, na empresa de camionagem Vª. Monteiro & Irmão, Lda, uma paragem comercial obrigatória, bem acolhidos pelo Sr. Alcino Monteiro, então sócio-gerente da empresa, onde não faltava a simpatia dos amigos Raul Cunha e Luís Rasteiro, seus excelentes colaboradores.

Passagem breve pela oficina auto de António José Natário, no Sabugal.

Agora, no Banco Português do Atlântico, no Sabugal, cabia a vez ao subgerente, covilhanense João Manuel Petrucci, que tinha uma casa para residir por conta do Banco, na Rua das Tílias.

Entra um cliente no Banco e pergunta a um funcionário, em voz alta: “Ó Sr. Zé, já lá estão os caídos?”

- “Sim, já lá estão os caídos”.

Esperámos que o cliente saísse; na despedida, perguntámos ao subgerente: “Ó Petrucci, o que é isso dos caídos”?

Responde-nos, sorridente: “É o crédito dos juros na conta dele...”

E, assim, ficamos a saber o que eram os caídos, e sorrimos a caminho da Covilhã.

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

(In “A Guarda”, de 13-04-2023)

5 de abril de 2023

GENTILICAMENTE FALANDO

De passagem pelos diários online todas as manhãs, o tempo remanescente vai preencher os compromissos, em termos de prazos solicitados, com as publicações nos periódicos que me dão a honra de reservar um espaço para os meus textos.

Sim, é uma honra ter um espaço próprio, o que me leva a fazer algum esforço para que, no desenvolvimento cognitivo, a memória deixe de me pregar partidas com a sua indolência. De facto, é já a oxidação impregnada pelos anos da nossa vivência neste planeta.

Não se pode agradar a gregos e a troianos, mas o pluralismo de opiniões deve ser respeitado. Já me têm perguntado onde vou encontrar assuntos para tantas crónicas diferentes, dispersas por várias publicações, respondendo-lhes que se deve à organização que cada um imprime à sua maneira de trabalhar, e da observação que se faz do interesse do Leitor, ele, que se reveste na personalidade mais importante de uma publicação.

Os responsáveis pela minha veia da escrita foram, em primeiro lugar, meu Pai, então na antiga Biblioteca Municipal da Covilhã, ao Jardim; e, depois, professores de excelência que tive, in illo tempore dos anos 50 e 60 do século XX, no “Português”, que me marcaram, como foi o Dr. Manuel de Castro Martins, que dá o nome a uma das ruas desta Cidade. Também não posso esquecer que, no “Francês”, foi sua esposa, Drª. Edite Castro Martins, a minha melhor professora, para, no “Inglês”, se evidenciarem os dotes de ensino da Drª. Maria Leitoa Cerdeira.

Vários pequenos pormenores destes Mestres do Ensino ficaram assinalados na minha memória para sempre, o que me levou, por algumas vezes, no seguimento da vertente de várias facetas, a publicá-los ao longo de quase 60 anos de escrita.

É segunda-feira e sento-me para escrever a minha crónica para entregar até sexta-feira, já que acabei de enviar a que me pediram, para o quinzenário algarvio sair no dia 1 de abril.

Comecei manhã cedo, entre uns raios de sol que sorridentemente entravam pelo meu escritório, sobrepondo-se à palmeira do quintal.

Os pássaros ainda não se veem e já os teclados do computador são silenciosos em contraste com as antigas máquinas de escrever, que utilizava para os primeiros textos das décadas de 60 a 90 do século passado.

Está um tempo convidativo para uns passeios pelos encantos deste nosso País, onde a gastronomia marca pontos. Neste contexto, não me apraz escrever sobre as crises atuais, às quais já dei algum desenvolvimento em números anteriores. Escrevo, antes, sobre um tema mais prosaico – os gentílicos.

E isto vem a propósito de há uns anos, num almoço proveniente de uma confraternização em Fátima em que nos encontramos na mesma mesa com um casal desconhecido, fomos perguntando a proveniência de cada um, tendo esse casal dito que era calipolense. Alguns não sabiam que o calipolense é o natural de Vila Viçosa.

Já Bagão Félix se referia num seu artigo de 2017, in Público, que “Os substantivos gentílicos (se adjetivos igualmente conhecidos por adjetivos pátrios) são as palavras que designam uma pessoa de acordo com o seu local de nascimento ou de residência. Se observarmos a maioria dos gentílicos, verificamos que nem seguem um padrão escrito para as suas terminações, antes variam de uma maneira tão alargada que torna a coisa complicada, mas divertida. Alguns são até independentes dos nomes com que estão relacionados. Por exemplo, carioca do Rio de Janeiro (se cidade) e fluminense (se Estado), gaúcho do Rio Grande do Sul”.

Do meu tempo de escola já se conheciam os nomes gentílicos: flaviense (Chaves), escalabitano (Santarém), albicastrense (Castelo Branco), egitaniense (da Guarda ou de Idanha-a-Velha), nabantino (de Tomar, também chamados tomarenses). Existe ainda o coliponense, relativo á cidade de Leiria, com o sinónimo geral leiriense. Já salaciano é o natural ou habitante de Alcácer do Sal. O cubense (mas não cubano, nem cubista) de Cuba no Alentejo. Lacobrigense ou lacobricense é o natural de Lagos; o senense, de Seia; o amarantino, de Amarante, assim como o barranquenho é o natural Barrancos.

Gosto também do sistema duplo de alguns gentílicos menos conhecidos: em Cartaxo, cartaxeiro ou cartaxense; em Minde, minderico; em Penaguião, penaguiense e penaguiota; no Pico, picuense e picaroto.

Esta é uma pequena amostra gentílica, pois muito mais haveria a dizer, por exemplo no que concerne a cidades estrangeiras.

 

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

(In “Jornal Fórum Covilhã”, de 05-04-2023)

 

 

3 de abril de 2023

OS JORNAIS NOS MEANDROS DO TEMPO



Longe vão os tempos em que alguns jornais – os grandes jornais – eram quase como que uns pequenos “lençóis” em papel que, de certo modo, dificultavam a leitura de cada página na sua íntegra, fosse numa biblioteca municipal ou numa coletividade, ou em casa para os poucos que os adquiriam; ou, então, numa viagem de comboio ou de avião, em que havia necessidade de encolher os braços a fim de não incomodar o parceiro de viagem, para já não referir nos bancos do jardim, que, para voltar uma página, com um pouco mais de aragem, era o enrolar delas. Mas, nas décadas de 40 a 60 do século XX, no final da leitura do jornal, das gordas ou daquele título mais apelativo, por vezes mais sensacionalista que realista, em vez de terem o destino do lixo, ou servirem para embrulhar os sapatos que levaram meias-solas, ou as castanhas assadas em seu tempo, ainda eram muito úteis para acautelar peças em vidro. A venda do papel usado tinha preços míseros pelo que hoje se traduz nalgum aproveitamento para instituições de solidariedade social. Já as crianças se divertiam a fazer aviões ou barquinhos de papel de jornal, para além das cartolas, enfim, entretenimentos de outros tempos que já lá vão.

No entanto, não deixava de ser um deleite ver também as fotos de figuras importantes, entre a leitura daquelas enormes páginas, repletas de fotografias meio desnudadas para a época, como acontecia nos jornais O Século e o Diário Popular e as beldades na revista Flama. 

Hoje, tudo se modificou, se bem que na maioria dos casos para melhor, mas ainda existem jornais, mais pela via dos semanários, em que se nota a fragilidade da escassez de leitores, obrigando alguns deles a reduzir páginas, a desvalorizar a qualidade do papel, numa contribuição para o afastamento dos leitores, e seguindo, alguns, na tentativa de renascerem das cinzas, a via do jornal gratuito.  Isto leva a que as bancas se desinteressem da sua distribuição, colocando-os quase escondidos, e as autarquias a suportarem esses encargos, para que o nome da terra não deixe de encabeçar o jornal, entrando, quantas vezes, em desnecessárias polémicas de concorrência desleal.

A qualidade dum jornal vê-se também pelo elevado número dos seus colaboradores permanentes com os seus artigos de opinião, o que acontece com o Jornal Olhanense, e o Jornal Fórum Covilhã, só para dar dois exemplos de um quinzenário e dum semanário do sul e do centro-norte do país, respetivamente. Mas há mais.

Qual terá sido o primeiro jornal da história? Não era de papel. Nem estava nas bancas...porque não as havia. O precursor do que viria a ser um jornal foi o romano Acta Diurna (“Atos Diários”, em latim). Lançado em 59 a. C. Era esculpido em pedra ou metal, dependendo da época, e ficava exposto em locais públicos, como o Fórum de Roma. Apresentava desde avisos oficiais do império, como decretos do imperador, decisões do Senado e de magistrados, até eventos da sociedade: nascimentos, casamentos e óbitos de cidadãos notáveis. Foi criado por ordem de Júlio César (100 a. C – 44 a. C.). Ele era guardado para fins de pesquisa e também tinha cópias enviadas para partes distantes do Império Romano, de modo que os governadores ficassem a par de novas leis.

E o primeiro jornal português? Nasceu um ano depois de Portugal recuperar a independência, a 1 de dezembro de 1640. A Gazeta da Restauração foi acarinhada por D. João IV e seus apoiantes que viram neste periódico “um excelente instrumento de propaganda” de legitimação do novo poder e uma forma de denegrir os efeitos dos espanhóis.

O primeiro número da “Gazeta em Que Se Relatam as Novas Que houve Nesta e Que vieram de Várias Partes” – que haveria de ficar conhecida como Gazeta da Restauração – foi publicada em novembro de 1641 e posto a circular a 3 de dezembro do mesmo ano. Tinha 12 páginas.

A Gazeta de Lisboa foi o principal periódico de informação política portuguesa entre 1715 e 1820, tendo algumas caraterísticas de um jornal oficial. Funcionou como uma arma de propaganda durante as guerras com Castela após a aclamação de D. João IV. Mas só se começou a publicar em 1715, durante o reinado de D. João V, sendo considerado o primeiro jornal oficial português.

Mas já aqui começou a haver censura. Por ordem do Ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, o jornal esteve suspenso de junho de 1762 a agosto de 1778, embora não se sabendo a causa imediata e concreta desta suspensão, todos os estudiosos na matéria invocam o desagrado do ministro com alguns artigos menos favoráveis à sua governação. O facto é que o jornal não voltou a publicar-se durante o reinado de D. José. Dois meses depois de ter sido suspensa, a Gazeta da Restauração, voltou a ser impressa..., mas com novas orientações editoriais e novo cabeçalho. Foi assim que nasceu a “Gazeta Primeira do Mês de Outubro de Novas Fora do Reino”.

No início do reinado de D. Maria I, no dia 4 de agosto de 1778, a “Gazeta de Lisboa” reapareceu, conservando este título até 30 de dezembro de 1820.

Ao longo dos tempos, até aos dias de hoje, muitas alterações houve nos jornais, e no âmbito da atividade jornalística. A modernidade com as novas tecnologias a isso se deveu. O mundo não para de girar.

Surgiram os diários digitais, sendo que o designado Diário Digital – o primeiro jornal online português fechou após 17 anos. Ao fim de quase 18 anos a dar notícias, o jornal Diário Digital encerrou numa sexta-feira, 30 de dezembro de 2016. Foi o primeiro jornal de cobertura nacional totalmente online em Portugal, chegando a ter cerca de 80 pessoas na redação.

Depois todos os jornais em papel tiveram também a sua versão online, surgindo assinaturas para o conjunto das duas versões ou só para cada uma delas.

Entretanto, apareceram os jornais gratuitos, mormente nos grandes meios populacionais. Crê-se que o primeiro jornal diário gratuito do mundo seja o Contra Costa Times, fundado em 1947 na Califórnia, EUA. A história da imprensa de distribuição gratuita que obedece às regras do jornalismo é bastante mais recente. Na Europa, o primeiro foi o sueco Metro, fundado em 1995.

Em Portugal, o Destak, fundado em 2004, foi o primeiro diário gratuito português, tendo sido distribuído em 8 cidades. O seu grande rival foi o Metro. Em setembro de 2007 foi lançado o Global Notícias, extinto em 2010, tal como o Meia Hora. Na vertente económica, surgia o gratuito OJE. Entre outros, que tiveram um prematuro fim, na Covilhã havia surgido o Diário XXI e o mensário Já Agora.

A primeira vez que vi jornais gratuitos, colocados na via pública, foi no ano de 2006, em Praga ou Viena de Áustria, já não me recordo. Por cá, em Lisboa ou no Porto, era usual isso verificar-se. Hoje estão a perder de moda, penso que não têm a aceitação dum jornal a ser adquirido nas bancas, ou por assinatura, onde não são impostas tantas restrições ou seleção de colaboradores, o que leva muita a gente a olhá-los de soslaio.

Para terminar, já que tenho abusado do espaço do jornal, fruto do entusiasmo que à escrita devoto, lembro aos prezados Leitores, interessados nesta curiosidade, algumas das várias alterações de formato dos jornais em papel (na generalidade ainda não havia jornais online), e da configuração dos títulos dos mesmos. Para uns deixou saudades, para outros nem tanto.

Consultados alguns primeiros e últimos números de edições jornalísticas, aqui vão alguns exemplos:

- DIÁRIOS EXTINTOS: - “A Capital” e “O Comércio do Porto” , o último número, de cada um, reporta-se a 30-07-2005, e tinham o formato 40 x 29; “O Independente”, o último número é de 01-09-2006, com o mesmo formato dos anteriores;

- DIÁRIOS QUE ALTERARAM O FORMATO: - “Expresso”, o último de grande formato (57 x 35) foi, em 02-09-2006, substituído o formato para 49 x 29, na edição seguinte: 09-09-2006; “Diário de Notícias”, se em 15-04-1974 e 03-05-1974 mantinham o grande formato (58 x 39), já em 20-02-2006, no seu número 50.000, tinha o formato reduzido para 40 x 38; o “Jornal de Notícias”, em 17-01-1998 o seu formato era 57 x 38, passando em 18-01-1998 para 45 x 28. Nos desportivos, o Jornal “A Bola” sempre contrastou em formato com o seu congénere “Record”. Enquanto que “A Bola” no dia 09-01-1995 possuía as dimensões de 56 x 38, já na edição de 10-02-1995, passou a optar pelo formato 40 x 27. O Jornal “Record” manteve quase sempre a mesma linha de formato, entre 43 x 28 (17-11-1951). O Jornal mais antigo do País – “Aurora do Lima”, na data do aniversário dos seus 150 anos, em 15-12-2005, possuía o formato 43 x 29. Os jornais “O Sol” e o “Público” têm-se mantido no formato entre 40 x 27. A extinta revista “Flama” , muito lida, variava entre os formatos 32 x 23 e 30 x 21.

E por hoje é tudo, Caros Leitores. Não percam os hábitos de boas leituras.

 

João de Jesus Nunes

jjnunes6200@gmail.com

 

(In “O Olhanense”, de 01-04-2023)