Tempo de férias. Agosto. Que
calor! UF! Para uma grande parte dos portugueses assim acontece. De vez em
quando lá vem uma brisa, um ventinho para aliviar o calorento dia.
A Volta a Portugal em Bicicleta
já terminou. Mas ainda há muitos emigrantes. Aproveitam as festas e romarias
existentes por todas as regiões, onde o sagrado e o profano se misturam. As JMJ
que fizeram fervilhar o país, também já terminaram. O mês de agosto a caminhar
para o seu final. O que ainda não terminaram são os incêndios que continuam a grassar
pelo território. E os mais de 40 graus
de temperatura em boa parte deste País.
Os turistas estrangeiros dão um
forte contributo à vida social, onde encontram na restauração, por exemplo, um
prazer alimentar mais acessível. Não é que a sua curiosidade não deixe de
visitar pontos de grande interesse histórico, e não só, que mais não seja, o
sol e o mar, que é sempre um atrativo desta varanda da Europa sobre o
Atlântico.
Também já começou o futebol para
os periódicos desportivos e os comentadores televisivos se poderem entreter na
discussão do golo mal anulado, ou daquela irregularidade que o VAR deixou
passar, lançando a incredibilidade na chusma dos mandantes no desporto, ou que do
mesmo se alimentam.
Daquela garota espanhola, Jenny
Hermoso, campeã mundial do futebol feminino, que foi beijada na boca pelo
presidente da federação espanhola, Rubiales, isso não é connosco. Nem tão pouco
nos importa a morte do famigerado chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, pois
isso é lá com Putin.
Mesmo assim, temos um tempo de
procrastinação. Quase com a sealy season no seu expoente máximo. Os
artigos de opinião são de alguma pobreza e os nossos políticos, por muito
graves que sejam os problemas do País, foram a banhos. Já o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa optou por uma viagem até à Ucrânia, para dar
um abraço ao seu amigo Volodymyr Zelensky.
Pois é, estamos em pleno verão,
tempo de férias. Como acontece todos os anos nesta época, o número de
espetadores da televisão diminuiu. Os canais de televisão, que eu raramente
vejo, preenchem este período com repetições e alguns programas que tiveram
êxito no passado. Durante a semana preenchem-se os dias com telenovelas à tarde
e/ou à noite. E nem mesmo a publicidade é agradável. Aquela enfadonha
publicidade da NOS não tem nada que dela se aproveite de atraente.
É um agosto “a gosto ou sem ele...”
conforme refere a escritora Antonieta Garcia, numa das suas últimas crónicas.
Mas este tempo é por demais
cansativo para quem pretende escrever. O que vai valendo é o ar condicionado para
dar alguma tranquilidade. Sabe bem a leitura fora de casa, como num banco de
madeira do Parque Florestal, por exemplo. Em lugares aprazíveis da Serra da
Estrela, interrompidos por vezes pela passagem de rebanhos de cabras e ovelhas.
O cão que os guarda também é afetado pelo calor e muitas vezes vê-se
pachorrento e sentado a descansar. Pudera! Ainda não chegou a sua vez de
aprender a ler. Talvez com a Inteligência Artificial isso se venha a conseguir.
Gosto de ler debaixo da sombra de
árvores, sejam pinheiros ou eucaliptos, árvores de fruta por preferência, mas
nunca consegui fazê-lo à sombra de um chaparro. Embora já estivesse algumas
vezes sentado.
Os combustíveis, mais uma vez,
aumentaram. Para a próxima quinzena há mais. Boas férias!
João de Jesus Nunes
(In “O Olhanense”, de 01-09-2023)
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