11 de setembro de 2023

À SOMBRA DE UM CHAPARRO

 

Tempo de férias. Agosto. Que calor! UF! Para uma grande parte dos portugueses assim acontece. De vez em quando lá vem uma brisa, um ventinho para aliviar o calorento dia.

A Volta a Portugal em Bicicleta já terminou. Mas ainda há muitos emigrantes. Aproveitam as festas e romarias existentes por todas as regiões, onde o sagrado e o profano se misturam. As JMJ que fizeram fervilhar o país, também já terminaram. O mês de agosto a caminhar para o seu final. O que ainda não terminaram são os incêndios que continuam a grassar pelo território.  E os mais de 40 graus de temperatura em boa parte deste País.

Os turistas estrangeiros dão um forte contributo à vida social, onde encontram na restauração, por exemplo, um prazer alimentar mais acessível. Não é que a sua curiosidade não deixe de visitar pontos de grande interesse histórico, e não só, que mais não seja, o sol e o mar, que é sempre um atrativo desta varanda da Europa sobre o Atlântico.

Também já começou o futebol para os periódicos desportivos e os comentadores televisivos se poderem entreter na discussão do golo mal anulado, ou daquela irregularidade que o VAR deixou passar, lançando a incredibilidade na chusma dos mandantes no desporto, ou que do mesmo se alimentam.

Daquela garota espanhola, Jenny Hermoso, campeã mundial do futebol feminino, que foi beijada na boca pelo presidente da federação espanhola, Rubiales, isso não é connosco. Nem tão pouco nos importa a morte do famigerado chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, pois isso é lá com Putin.

Mesmo assim, temos um tempo de procrastinação. Quase com a sealy season no seu expoente máximo. Os artigos de opinião são de alguma pobreza e os nossos políticos, por muito graves que sejam os problemas do País, foram a banhos. Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa optou por uma viagem até à Ucrânia, para dar um abraço ao seu amigo Volodymyr Zelensky.

Pois é, estamos em pleno verão, tempo de férias. Como acontece todos os anos nesta época, o número de espetadores da televisão diminuiu. Os canais de televisão, que eu raramente vejo, preenchem este período com repetições e alguns programas que tiveram êxito no passado. Durante a semana preenchem-se os dias com telenovelas à tarde e/ou à noite. E nem mesmo a publicidade é agradável. Aquela enfadonha publicidade da NOS não tem nada que dela se aproveite de atraente.

É um agosto “a gosto ou sem ele...” conforme refere a escritora Antonieta Garcia, numa das suas últimas crónicas.

Mas este tempo é por demais cansativo para quem pretende escrever. O que vai valendo é o ar condicionado para dar alguma tranquilidade. Sabe bem a leitura fora de casa, como num banco de madeira do Parque Florestal, por exemplo. Em lugares aprazíveis da Serra da Estrela, interrompidos por vezes pela passagem de rebanhos de cabras e ovelhas. O cão que os guarda também é afetado pelo calor e muitas vezes vê-se pachorrento e sentado a descansar. Pudera! Ainda não chegou a sua vez de aprender a ler. Talvez com a Inteligência Artificial isso se venha a conseguir.

Gosto de ler debaixo da sombra de árvores, sejam pinheiros ou eucaliptos, árvores de fruta por preferência, mas nunca consegui fazê-lo à sombra de um chaparro. Embora já estivesse algumas vezes sentado.

Os combustíveis, mais uma vez, aumentaram. Para a próxima quinzena há mais. Boas férias!

 

João de Jesus Nunes

Jjnunes6200@gmail.com

(In “O Olhanense”, de 01-09-2023)

 


Sem comentários: