Neste milénio em que vivemos no século XXI, quase alcançando duas décadas e meia do mesmo, estamos em mais um final de ano, acrescentando muito para contar no que vai ficar para a história. Se algo há de positivo, paradoxalmente temos muito de desconfortável para as nossas vidas.
Sempre assim foi. Desde os tempos primitivos. Os humanos tendem a não se entender. Muitas e longas guerras já existiram neste Planeta. No entanto, a esperança é a última coisa a desaparecer, como sói dizer-se.
Escrevo esta crónica num domingo de frio cortante. Na véspera do mesmo participei num Jantar de Natal, para Escritores e Músicos da Covilhã, num restaurante desta Cidade, onde tive o prazer de confraternizar com muitos outros do contexto literário e jornalístico onde nos inserimos, para além de outros de âmbito musical, e não só, onde a cultura manteve o vínculo do interesse que a todos se unia.
Em seis décadas foi a primeira vez que participei num evento desta natureza à volta de uma mesa onde os prazeres gastronómicos com os da confraternização cultural, num contexto de interesses do mesmo âmbito se evidenciaram na avidez de prosseguir em prol da cultura citadina e não só.
Lembrados que foram alguns dos que já partiram deste grupo literário e jornalístico, um ou outro soltaria da sua voz aquele “Grito do Ipiranga” em momentos do peso da poesia sentida. A longevidade daquele que, embora doente desprezou esse seu estado mórbido e declamou vibrantemente uma poesia de Alexandre O’Neill com que terminaria este excelente convívio foi a cereja em cima do bolo.
Também eu me senti orgulhoso, no sossego dos meus pensamentos, porquanto sabia que estava ali, sem que o grupo soubesse ou adivinhasse, a ter dedicado sessenta anos à escrita, cuja “efeméride” deste ano se iniciou em 14 de novembro de 1964 no semanário Notícias da Covilhã (NC). Neste periódico escrevi 397 crónicas e artigos até 15 de novembro de 2018, encerrando uma colaboração de 54 anos.
Mas é então que encontro lugar para transmitir muito do que escrevi. Até hoje, somam-se 866 crónicas em vários periódicos, alguns já desaparecidos. Destaco o semanário Jornal Fórum Covilhã (FC), composto por jornalistas formados na Universidade da Beira Interior. Nele, publiquei 146 crónicas entre 10/09/2013 a 27/11/2024, ou seja, em 11 anos. Acresce que agora com a Rádio Jornal Fórum tornou-se um jornal de grande atratividade.
Mas um carinho muito especial vai para o quinzenário algarvio O Olhanense, o segundo onde mais colaboro em termos de crónicas, num total de 103 exclusivas, mas que, adicionadas de mais 262 que também publicava no NC e FC, num período em que a minha vida profissional não me permitia escrever em exclusivo em tantos jornais, é o periódico por quem tenho muito respeito e simpatia. Nele colaboro ininterruptamente há 30 anos, quinzenalmente, desde 15-06-1994.
Penso, por isso, que sou o cronista há mais tempo a escrever de âmbito jornalístico, na Covilhã e talvez na Região.
Por vezes, de vários pontos do País chega-me a surpresa de que já me conhecem. À minha pergunta de qual a origem, indicam-me o Jornal.
Ao longo de 60 anos, publiquei 866 crónicas exclusivas, com 439 textos republicados em outros periódicos. O total de 1 305 textos foi publicado em 34 jornais e revistas, com destaque para: Notícias da Covilhã, Jornal do Fundão, Gazeta do Interior, Record, O Olhanense, Tribuna Desportiva, Reconquista, A Guarda, O Leão da Serra, Voz do Trabalho, Sporting, Diário XXI, O Interior, Já Agora, Notícias de Gouveia, Porta da Estrela, Essencial Seguros, Notícias Magazine, Jornal Fórum Covilhã, Boletim Português da Sociedade de São Vicente de Paulo, Selfieseguros, O Combatente da Estrela. Noutro periódicos dispersos ou revistas únicas: Fronteiros da Beira (RI 12 – Guarda), em 1971; Ecos da APAE; Associação de Futebol de Castelo Branco – Covilhã Desportiva – I Torneio Quadrangular Cidade da Covilhã, em 1995; Boletim Informativo nº. 1 (Casa da Covilhã, em Lisboa), em 2014; Maisfutebol (digital), em 2014; Euronotícia (Europeia de Seguros); WinInforma – Revista de Mediadores (Europeia/Winterthur), em 1996; Verde e Branco – Sporting Clube da Covilhã – 2022; Velhas Glórias do Sporting Clube da Covilhã num encontro de amizade no Futebol Clube Estrela de Unhais da Serra; Vida Económica (Separada de Seguros); Liberty em Acção; Cinco Quinas.
No entanto, a veia para a escrita foi ainda para a publicação de 12 obras, algumas delas por solicitação interessada de entidades: “APAE – Associação dos Antigos Professores, Alunos e Empregados da Escola Campos Melo da Covilhã – 9 Anos de Actividades Culturais ao Serviço da Cidade e do Concelho – 1983 -1992”; “Subsídios para a História do Sporting Clube da Covilhã1992”; “Figuras e Factos do Sporting Clube da Covilhã – 1993”; “Sporting Clube da Covilhã – Passado e Presente- 1998”; “A Conferência de S. Vicente de Paulo na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição da Covilhã no seu Centenário – 19-03-1903 – 19-03-2003)”; “Vida e Obra dos Bombeiros Voluntários da Covilhã (em dois volumes): I – Ontem e Hoje, II – Vultos da Sua História – 2004”; “Sporting Clube da Covilhã na Taça de Portugal – Cinquentenário da sua Participação na Final – 2007”; “Ernesto Cruz – Um Visionário da Indústria, Um Industrial do seu Tempo – 2010”; “Breve Resenha do Centro de Recreio Popular Estrela Desportiva de São Pedro – 1944 – 1972, no ano 2015”; “O Documento Antigo – Uma Outra Forma de Ver os Seguros – 2018”; “Da Montanha ao Vale – As Viagens de Um Grupo de Tertulianos – 2022”; “Recordar é Viver – 2022”.
Por último, porquanto este detalhe certamente já estará a ser objeto de enfado para os prezados Leitores, informo que foram feitas 61 referências às minhas obras em algumas das várias publicações atrás mencionadas, e mais as seguintes: O Jogo (1992), A Bola (1992), El Adelanto (Salamanca) – 1993, Correio da Manhã (1993, Diário de Coimbra (1993), Agenda Cultural da Covilhã – Edição CMC (1999), Florinda (1999), Boletim Municipal da CMC, Ubi et Orbi – 2010, Revista do Jornal do Fundão (2010), Kaminhos (digital) – 2010.
Com estas palavras, desejo a todos os Prezados Leitores, suas famílias e a todos os obreiros deste jornal, um Santo Natal e um Próspero Ano Novo.
João de Jesus Nunes
jjnunes6200@gmail.com
(In “Jornal Fórum Covilhã”, de 11-12-2024)
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