8 de setembro de 2011

A RUA DIREITA E O ESTACIONAMENTO INDEVIDO

Na intencionalidade de se encontrar uma solução financeira para os problemas comerciais que afectam e degradam a vida dos comerciantes da zona, cujo comércio tradicional foi fortemente abalado com o emergir das grandes superfícies, que, penso, se encontram em exagero nesta cidade, e em outras mais, decidiu a Câmara Municipal da Covilhã deixar que as viaturas estacionem na parte destinada aos peões, embora por um tempo determinado, na chamada Rua Direita, desta cidade.

Acontece porém que, se poucos cumprem o tempo previsível permitido pela edilidade covilhanense para ali se estacionar, a fim de se tratarem assuntos nos vários estabelecimentos comerciais ou de serviços, bem como acompanharem os familiares doentes aos consultórios médicos (penso que quinze minutos), outros usam e abusam do espaço destinado aos peões, no tempo e na sua ocupação, em horários de abertura dos mesmos estabelecimentos.

Os silos-auto, ali tão perto, com muitos espaços disponíveis, ainda são um receio ou confusão para uns quantos, apesar de alguns comerciantes possuírem bilhetes de oferta aos seus clientes, para algumas horas, naqueles silos, pelo que não se compreende que a Rua Comendador Campos Melo, vulgo Rua Direita, se veja forçada a ter que mudar de nome e passar a ser conhecida por “Rua da Bandalheira”.

E, se isto passa à situação de vir a “pagar o justo pelo pecador”, em certos casos, é inconcebível que as viaturas estacionem nos dois lados da rua, embora de um só sentido, a torto e a direito, por tempo indeterminado, obrigando os transeuntes a substituírem-se às viaturas, no local destinado à circulação das mesmas, com os perigos que dai possam advir.

Muitas vezes, na zona mais estreita, em frente ao Banco, alguns condutores estacionam ou param ali as suas viaturas para irem tratar de assuntos, embora perto, penso, sendo confrangedor que uma pessoa que caminhe por aquele sítio, e, encontrando o mesmo impedido, por vezes tenha que aguardar que passem os carros na rua para a mesma depois se ver forçada a ter que também passar a utilizar o mesmo indevido espaço.

A PSP lá vai passando, mas, como infelizmente tem fragilizada a sua autoridade pelos poderes públicos, o que é de lamentar, não pode actuar como devia, ou seja, impondo a sua autoridade numa missão de servir os cidadãos e punir ou admoestar os infractores.

Já lá vai o tempo da “outra senhora” em que a Polícia era vista com outros olhares, e  havia os ”famigerados 23 e 35”, de triste memória, e, já depois do 25 de Abril, uns quantos que abusavam da farda que nunca deveriam ter vestido, pois actualmente a Polícia está diferente, evoluída e com trato mais humano e compreensível.

Deveria, sim, ser investida de mais autoridade, a fim de, pelos seus próprios meios, poder meter na ordem quem transgride duma forma tão notória quão de falta de civismo para com os seus semelhantes.

Para documentar o que atrás me reporto, atentem bem na foto obtida do meu telemóvel, tendo sido forçado a ligar para a PSP da Covilhã, no passado dia 1 de Setembro, eram 17,50, para poder sair do meu escritório. Muitas pessoas e vizinhos presenciaram o espectáculo.

Um condutor, sem consciência alguma, e numa total falta de respeito por quem trabalha, marimbando-se, estacionou o seu automóvel, do lado esquerdo da rua, mesmo juntinho à porta do escritório, de tal forma que nem ele conseguiu sair pelo lado do condutor, nem permitiu que quem estava no escritório pudesse sair sem que tivesse que forçar a mesma, quase tendo que passar por cima do capot.


A PSP, chamada ao local, informou, e lamentou, que não podia fazer mais que autuar o infractor, não podendo rebocar a viatura.

Isto brada aos céus! Se tivesse necessidade de sair com algum volume, ainda que fosse uma pasta ou computador, não podia, por causa duma pessoa sem escrúpulos.

A Câmara Municipal da Covilhã, que tanto faz para que esta Cidade seja de cinco estrelas, não terá uma palavra a dizer, para disciplinar o estacionamento dos veículos nesta rua, e que sejam evitáveis situações como esta, cujo caso não é único, e, ao mesmo tempo, diligenciar para que a nossa PSP tenha também autoridade de cinco estrelas?

(In Notícias da Covilhã, do dia 8/09/2011)

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