Em local aprazível, na zona do Bairro
Aconteceria então esse evento, nas comemorações do 50.º aniversário da proclamação dogmática da Imaculada Conceição de Maria, cujo dogma de fé foi definido em 08.12.1854, pelo Papa Pio IX.
E, tendo em 1858 acontecido as aparições de Nossa Senhora de Lourdes, em França, onde a Virgem confirmou que era a Imaculada Conceição à vidente Bernadette Soubiroug, veio originar que, tendo a imagem sido encomendada em França, foi entregue com as feições de Nossa Senhora de Lourdes, embora seja considerada pelos covilhanenses Nossa Senhora da Conceição.
Já escrevi, neste mesmo espaço, precedendo as comemorações do centenário da inauguração do monumento, reportando no texto vários eventos importantes, a alguns dos quais assisti, adolescente e jovem, como na data de 26 a 30 de Maio de 1954 em que a Diocese da Guarda promoveu, na Covilhã, um Congresso Mariano, no centenário da definição dogmática da Imaculada Conceição, com a apoteose de dezenas de milhar de pessoas.
Depois, as festas comemorativas do Centenário de Lourdes, de 27 a 29 de Junho de 1958, na Covilhã, tiveram a presença do Núncio Apostólico, D. Fernando Cento. Recordo que, como estudante, esperámos por ele e pela sua comitiva, junto á Igreja de S. João de Malta, com bandeirinhas amarelas e brancas, alusivas às cores da Santa Sé. Num daqueles dias, no grande salão que existia no r/chão do bloco mais antigo da Escola Industrial, ali também fora recebido o Núncio Apostólico, juntamente com o Bispo da Guarda, D. Policarpo da Costa Vaz, Presidente da Câmara, Director da Escola, Eng.º Ernesto Melo e Castro e outras entidades civis, religiosas e militares, para uma conferência alusiva ao acto que se vivia.
Mas o forte das comemorações aconteceu no Monumento de Nossa Senhora da Conceição.
Mais tarde, aquando da vinda das relíquias do Santo Condestável à Covilhã, com pompa e circunstância, em 20 de Maio de 1961, foi, mais uma vez, o monumento em causa objecto de festividade, nomeadamente com a colocação no mesmo, algum tempo depois, duma réplica da espada de Nun’Álvares, que se manteve durante vários anos até que um dia foi retirada, lamentavelmente, por indicações do pároco da freguesia de S. Martinho. Lá apareceu a réplica da espada, mais tarde, encontrando-se actualmente à guarda da Fraternidade Nun’Álvares.
Todas estas festividades eram palco de grandes iluminações públicas, quer no edifício dos Paços do Concelho, quer na envolvente das igrejas da cidade, e não só, fruto do trabalho inteligente e artístico, que sabia coordenar, o responsável de então pelo organismo municipal, Alexandre Galvão Aibéo.
Algumas fotografias deste trabalho, que embelezaram as aludidas comemorações, podem ser consultadas no 2.º volume do meu livro “Vida e Obra dos Bombeiros Voluntários da Covilhã”, fruto da prestimosa colaboração de D. Isabel Maria Aibeo.
Também do monumento se desfruta uma excelente panorâmica da cidade e região, assim como da Serra da Estrela. Lugar de silêncio que se traduz também numa tranquilidade de espírito, onde muita gente faz visitas diárias ou periódicas, algumas no cumprimento de promessas.
Em tempos houve a preocupação de efectuar uma escadaria que desse acesso à parte sul para integrar mais o monumento dentro da cidade, tendo este semanário servido de recolha de subscrições para comparticiparem no melhoramento do local e do monumento, o que veio a acontecer, durante várias semanas.
E foi Mário do Carmo Martins que me fez recordar a generosidade dos covilhanenses, iniciada com o número de 6 de Dezembro de 1991, do “Notícias da Covilhã”, então num apelo do Padre José Batista Fernandes , entregando-me um conjunto de documentação deste jornal, fazendo questão da sua entrega se verificar exactamente no dia em que se completavam 20 anos desse evento, ou seja, no dia 06/12/2011.
Depois, numa demonstração de quanto o lugar do monumento, e o espaço envolvente, são acolhedores, e geradores da esperança, agradecimento e uma certa tranquilidade de espírito, junto de Nossa Senhora, Padroeira dos Covilhanenses, foi-me feito reparo, algo de alguma preocupação, por quem o visita regularmente, dado o facto de, na zona do acendimento das velas, o seu específico espaço não se encontrar devidamente protegido, com as mesmas a tombarem, algumas caindo.
Penso que a edilidade poderá dar uma ajudinha no sentido de resolver a situação, pois o local bem o merece, e só o não terá feito por desconhecimento.
(In “Notícias da Covilhã” de 19.01.2012)
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