4 de agosto de 2020

NO VIRAR DA PÁGINA

Uma dúzia de anos!... Celebrados em maio. É obra!... Para os tempos que correm.  Chama-se SELFIESeguros. A news-letter fora então batizada de ESSENCIAlseguros. Na edição 18 a minha primeira colaboração. E a última na 30. Vai fazer dez anos. A amizade é uma festa! Assim considerados os convívios marcantes da atividade seguradora. Num dia da “história” duma seguradora. A americana que adquirira a suíça. Esta em apuros pela sobrevivência. A nova na exuberância do desfraldar da sua bandeira. Deu-se a conhecer rápido, de norte a sul do país. Ao leme da embarcação um grande timoneiro. Outros tempos. De alegria. De entusiasmo. De expansão. Tudo corria sob rodas. Até que começa a surgir uma certa nebulosidade. Os ventos da atividade seguradora querem mudar. Rápido e em força. O mundo está em movimento. O chinês Cai Lun inventou o papel no ano 105. E o alemão Johannes Gutenberg a imprensa, no século XV. Hoje há que poupar árvores, muitas árvores, dar voz ao clima. A revolução já havia chegado. Na base do seguro, pode considerar-se que ao longo dos séculos a sua evolução foi marcada por cinco revoluções pacíficas. Segundo Ruy de Carvalho. A Revolução Comercial, no século X. Relançou o comércio após o longo período de depressão económica que se seguiu à queda do Império Romano do Ocidente. A Revolução Científica, nos séculos XVI e XVII. Proporcionou as condições necessárias para o tratamento estatístico dos dados. O que permitiu o cálculo dos prémios do seguro marítimo em bases técnicas mais rigorosas.  E para a criação da ciência atuarial. Instrumento fundamental para que o seguro de vida pudesse ser explorado em molde de rigor científico.  E de eficácia. A Revolução Industrial, dos anos 1750 a 1850. Estimulando a produção, a distribuição e a transação de bens que levaram à explosão do capitalismo. Abriu novas e consideráveis oportunidades ao desenvolvimento e diversificação do seguro. Por esta altura, criadas novas modalidades de seguro. A Revolução Financeira, dos anos 90 do século XX. Criou os produtos que deram origem à segunda grande modernização do seguro. Tanto Vida como Não Vida. Conferiu-lhes uma visibilidade acrescida. E uma nova projeção dentro das áreas financeiras. Alguns destes produtos, aquando da crise financeira iniciada em meados de 2007, criaram problemas consideráveis. Por último, a Revolução Tecnológica, sobretudo a partir do ano 2000. Deu lugar ao seguro novos instrumentos de comunicação. E de tratamento da informação. Que podem alterar profundamente o marketing das seguradoras. E a sua aproximação aos clientes. Assim como o processamento de dados em tempo real. Auxiliar essencial da modernização da gestão das seguradoras.

Hoje vivemos um tempo totalmente diferente daquele em que iniciámos as nossas carreiras. A vida nesta atividade sempre em movimento, não deixa de ser sedutora. Independentemente de terminarmos as nossas atividades. Optando por outro ciclo de vida. Que mais não seja o arrumar as botas para um certo descanso. Mais apaziguador nas famílias. E nas nossas vidas. Fica-nos sempre o bichinho. Não aquele que hoje nos atormenta. E por que jamais passámos nas nossas gerações.

Somos viventes do aparecimento das novas tecnologias. A Internet, surgida a partir de pesquisas militares no auge da Guerra Fria. Inicia-se em Portugal a partir de abril de 1994. Foram várias as alterações acontecidas. É a partir de 1999/2000 que tudo muda. Em grande medida devido à liberalização do mercado das telecomunicações.

E depois é a chegada dos telemóveis ao mercado. Nos primeiros anos, entre 1983 e 1998 foi a Motorola a liderar as vendas. Mas logo de seguida surgiu em primeiro lugar a Nokia. Também o gigante sueco acabou por ser superado. Desde 2012 que é a Samsung a líder mundial de vendas de telemóveis. O crescimento dos smartphones tem levantado alguns desafios à sociedade. O mesmo acontece com os computadores. Um problema partilhado por estes dois dispositivos é a adição dos utilizadores. Que se podem alhear de tudo o que os envolve.

No final dos anos 80 existiam cerca de 2000 telemóveis registados em Portugal. Num serviço gerido pelos CTT-TLP. Mas o primeiro grande impulso a esta tecnologia é dado em 1991. Quando surge a TMN. Que, entretanto, deu origem à MEO. Em 1993 são dados passos importantes para a afirmação do telemóvel. Os smartphones, que começaram a surgir em 2008, dominam atualmente o mercado.

E é neste contexto das novas tecnologias que nos habituámos ao trabalho. Que não admite retrocessos. E são o meio de encontrar as variadas soluções para os tempos pandémicos por que estamos passando. A todos os níveis.

Termino com duas datas históricas do seguro. A primeira forma de seguro em Portugal ocorreu no reinado de D. Dinis. Em 10 de maio de 1293. Por via da constituição de uma bolsa comum dos mercadores portugueses. Destinada a suportar os prejuízos de navegação nos portos exteriores. Carta régia de confirmação dessa organização a mais antiga de todas as instituições seguradoras no nosso país.  E uma das mais antigas na Europa. Informação de José Hermano Saraiva. Mas Ruy de Carvalho diz que deve situar-se o aparecimento do seguro na primeira metade do século XIV. Quando se identificam os primeiros contratos de seguro marítimo em cidades italianas.

Interessantes formas de dar continuidade ao desenvolvimento do seguro, ao longo dos tempos.

(In SELFIESeguros, n.º 06/2020) 
 
 

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