Natural de Malpique, freguesia
de Caria do concelho de Belmonte, o seu nascimento ocorreu no dia 2 de setembro
de 1933.
Tendo vivido a sua infância antes
da II Grande Guerra, o mesmo já não iria acontecer com a sua adolescência que
passaria por esse malfadado tempo. Embora tivesse a indústria laneira ali
perto, na Covilhã, com os seus altos e baixos duma industrialização ainda pouco
adiantada, seria com seu pai, na agricultura, que ocuparia os seus primeiros
tempos até aquela juventude que o chamaria a cumprir o serviço militar.
Assim, foi incorporado no
Batalhão de Caçadores 2, na Covilhã, em 1954, altura em que nessa altura se
atingia a maioridade, então aos 21 anos.
Surgiriam, entretanto, convites
para Companhias de Caçadores Especiais. Reis Cariano acabaria por fazer
concurso para Furriel, em cuja categoria seria promovido em fevereiro de 1960. Estas
Companhias foram formadas no Batalhão de Caçadores 5, em Campolide, sendo que,
em abril de 1960, foram para o Centro de Operações Especiais de Lamego.
Tendo regressado ao Batalhão
de Caçadores 5, com recrutas para os juramentos de bandeira nos dias 3 e 4 de
junho, viria a embarcar para Angola no dia 6 de junho de 1960. A sua Companhia
– Companhia de Caçadores Especiais – foi para o Norte de Angola, localizada no
Toto, fazendo aquela área de Ambrizete, Tomboco, Bessa Monteiro, Noqui (que
fica na fronteira com a República Democrática do Congo), na margem esquerda do
Rio Zaire.
No Toto esteve cerca de 15
meses; daqui foi para Malange e, com o seu pelotão, durante um mês, esteva em
Mussende. Era então já Furriel do Quadro Permanente.
Regressou a Portugal em agosto
de 1962, depois de, na sua missão situada nos primeiros tempos da guerra
colonial, várias vezes ter sido atacado, principalmente em emboscadas. Entretanto,
a seu pedido, foi colocado na 1ª Companhia Disciplinar em Penamacor, onde
esteve até 1965.
A partir daqui, foi mobilizado
para Moçambique, tendo sido colocado numa Companhia de Caçadores em Inhambane,
que por sinal era uma Companhia de Caçadores de indígenas. Passados 4 dias,
saiu da Companhia com o seu pelotão e foi colocado em Vilanculus, onde fizeram
patrulhamentos a diversas populações, tendo aqui estado durante seis meses,
regressando a Inhambane, onde cumpriu o resto da Comissão. Regressou então a
Portugal em fevereiro de 1967, sendo colocado na Guarda, no Regimento de
Infantaria nº. 12 (RI 12), com o posto de 2.º Sargento do Quadro Permanente.
Surgiria nova mobilização para
Moçambique, desta feita em agosto de 1967, indo formar batalhão no antigo
Regimento da Amadora. Depois de formado embarcou para Moçambique no dia 4 de
janeiro de 1968, sendo o batalhão colocado em Mocimboa da Praia, no Norte de
Moçambique. Aqui esteve 18 meses. Entretanto o batalhão foi deslocado para
Montepoez, regressando a Portugal em fevereiro de 1970.
Foi colocado novamente no RI 12
onde esteve até agosto de 1971. Neste ano voltou a ser mobilizado, agora para
Angola, sendo colocado numa Companhia em Aldeia Viçosa – Quitexe, onde esteve
cerca de 15 meses, então já como 1.º Sargento do Q.P. Passados 15 meses
regressou a Luanda onde fizeram a Comissão Liquidatária da Companhia, sendo
colocado, para completar a Comissão, na chefia dos Serviços Religiosos do Exército.
Regressou a Portugal em setembro de 1973, sendo colocado, a seu pedido, na
Companhia Disciplinar de Penamacor, onde esteve cerca de quatro meses, sendo
transferido novamente para o RI 12, na Guarda, onde esteve até agosto de 1975.
Nesta data, embora já depois do 25 de Abril de 1974, mas ainda antes da
independência de Angola, foi novamente mobilizado para Angola, indo formar
batalhão a Évora, tendo embarcado no dia 6 de setembro de 1975 e sido colocado
numa Companhia dum batalhão que já lá se encontrava.
Regressou de Angola no dia 6
de novembro de 1975, cinco dias antes da independência, tendo ficado em Lisboa,
no Batalhão de Caçadores 5 a fazer a Comissão Liquidatária da Companhia, onde
esteve até fevereiro de 1976. A seu pedido, foi novamente para a Companhia
Disciplinar de Penamacor, onde esteve durante oito meses, indo novamente para o
RI 12, na Guarda.
Em 1978 foi para a Amadora,
para a Academia Militar, para frequentar o Curso para Sargento-Chefe, findo o
qual regressou ao RI 12. Em agosto de 1980 foi colocado no Batalhão de
Caçadores 6, em Castelo Branco. Em agosto de 1982 foi transferido para o
Batalhão de Apoio de Serviço da Brigada Independente, em Santa Margarida, já
com o posto de Sargento-Chefe. Em agosto de 1984, já como Sargento-Mor, foi
convidado para ir para o gabinete do Ministro da Defesa, Prof. Mota Pinto.
Passou, entretanto, à situação de reserva em junho de 1986.
Durante todo o período por que
passou, quer em Angola quer em Moçambique, teve momentos de ter baixas nas
forças que comandava, mas, no fundo, saldou-se por regressar são e salvo e sem
outros problemas de maior. Sempre foi um pouco cauteloso pelo que não se metia
em aventuras que lhe ocasionassem perigo, nos períodos de descanso.
É casado e tem uma filha,
advogada em Lisboa, tendo-se radicado na Covilhã.
(In "O Combatente da Estrela", Nº. 121 - Dezembro 2020)
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