Estamos, de facto, a caminho de mais uma etapa das nossas vidas, que é o
ano que está prestes a findar, ou já terá findado para quem ler este nosso
jornalzinho já depois de 2023.
As perspetivas vão no sentido de que seja acolhido em casa dos nossos
prezados Leitores, Amigos e Camaradas, antes da Festa Natalícia, desejando
assim que o Menino Deus abençoe todos, crentes, como eu, e também os não
crentes.
Muito se falou sobre a vida do País e do Mundo. Quanto ao primeiro momento,
com reflexos do mundo, ainda não estávamos libertos de uma guerra entre duas
nações dentro do Velho Continente, com repercussões económicas e não só, quando
outra surge tanto ou mais feroz no seio duma quase mesma geografia (Israel está
localizado na Ásia, mais precisamente no Médio Oriente, mas possui muitos laços
políticos e económicos com os países da Europa), onde duas vertentes religiosas
jamais se entenderam ao longo de muitos anos, num ódio que não se dissipa.
Num contexto deste segundo momento – o Mundo – é confrangedor assistirmos
a autênticas carnificinas, atentados à dignidade e direito às vidas humanas.
Mas, voltando ao nosso País, longe estaríamos, penso eu, de chegarmos à
situação de que o mesmo se vê rodeado nesta altura, envolvido numa crise
política com a qual não se contava, dada a maioria absoluta do partido que
lidera na governação. As novas eleições para o próximo ano serão uma nova etapa
na vida deste Portugal de todos nós, no bom sentido, ou mais do mesmo?
Ao longo do que tenho vindo a escrever em várias publicações, vinco
sempre que oportuno, a vertente da credibilidade, fator importantíssimo para
todos, inteligentes ou menos dotados, apáticos ou com aquele cunho de aceitarem
confiar ainda nesta ou naquela personalidade, nesta ou naquela instituição, que
obviamente, implicitamente, tem nela, mais que uma agora badalada inteligência
artificial –, a Pessoa Humana.
Ao longo deste ano que agora finda, entre guerras externas e crises
internas, debateram-se e tomaram-se decisões sobre comportamentos/hábitos/vícios,
alguns entre a hilaridade e a revolta, como foi o caso dos jogos sociais, nomeadamente
o Eurosorteio (sobre este assunto escrevi há oito anos, num ex-semanário
covilhanense, um artigo alusivo, sob o título “A Raspadinha”) em que lançavam
para a miséria algumas pessoas viciadas no jogo.
As reivindicações dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Portugal, numa
frequência de greves sem precedentes, ou há muito não vistas, na persistência
de setores como os médicos (que, certamente, muitas vezes se terão esquecido do
seu Juramento de Hipócrates), os Professores, Funcionários Públicos, surgem, na
sua legitimidade, havendo notícias de um endividamento da economia ter
acelerado para 811,2 mil milhões até agosto, ou seja, um aumento de 1,4 mil
milhões de euros.
No entanto, Portugal deixou o pódio dos países da UE mais endividados no
2º semestre e obteve o 2.º maior excedente público no segundo trimestre.
No que se reporta à segurança no País, e depois de termos assistido a
situações graves de terrorismo, com o Hamas na Faixa de Gaza, aquela fação
palestiniana deixou pasmado o Mundo face à facilidade com que perpetraram o
atentado numa festa judaica, quando, afinal, apanharam de surpresa Israel, com
os seus serviços de inteligência e de alta segurança a falharem.
Quando o autor do atentado em Bruxelas, suspeito de ter matado a tiro
dois cidadãos suecos, havia sido detido em Portugal pelo então SEF, em 2015, o
Tribunal da Guarda decretou-lhe apenas a medida de coação e termo de identidade
e residência e de apresentações semanais às autoridades. Isto apesar de, à
época, o SEF ter pedido a detenção e expulsão do território nacional uma vez
que o suspeito tinha já uma ordem de interdição de entrada na Suécia. O tribunal
da Guarda decretou-lhe apenas as medidas atrás descritas. O atentado foi em
Bruxelas mas poderia ter sido em Portugal. Não haverá que ter mais rigorosidade
na aplicação das penas?
É que as profecias de Natália Correia, do ano 1993, “para as primeiras
décadas do próximo milénio”, em Portugal, são assustadoras.
Fazemos votos para que este Natal de 2023 seja repleto de esperança no
reflexo de melhores tempos, e que no Novo Ano possamos encontrar a PAZ de que
tanto necessitamos.
BOAS FESTAS!
João de Jesus Nunes
(In “O Combatente da
Estrela”, n~. 133 – DEZ/2023)
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