Em 1966 concluiu na Escola Industrial e Comercial Campos Melo
da Covilhã o Curso de Formação Geral do Comércio, tendo recebido o diploma de
prémio do melhor aluno. Logo começou a sua atividade profissional como
escriturário na empresa Ernesto Cruz, na secção de importação-exportação.
Necessitando de ter mais conhecimento de inglês, concluiu em 1967 o curso de
inglês do Instituto de Linguaphone de Lisboa. Em 1969 foi admitido na
Lanofabril como correspondente-tradutor para o departamento de exportação.
Chegada a altura de cumprir o serviço militar obrigatório, em
11 de janeiro de 1971 apresentou-se no RI 5, em Caldas da Rainha, para a
frequência do 1º. Ciclo do Curso de Sargentos Milicianos, e, em 4 de abril do
mesmo ano, no CISMI, em Tavira, para o 2º. Ciclo (Transmissões de infantaria).
Foi promovido a 1º. Cabo Miliciano em 19 de julho. Mas já antes, em 3 de julho
iniciou no BRT Trafaria a especialidade de Analista de Informação de
Transmissões. Foi entretanto promovido a Furriel Miliciano graduado em 17 de
novembro, data em que embarcou para Angola no navio Vera Cruz onde chegou a 29
de novembro. Antes de partir para Angola ainda fez um estágio no CEM. Iniciou a
sua função na SECOP – equipa de escuta nos arredores de Luanda e, passados seis
meses, integrou a equipa de análise e informação no QG Cheret Angola. Era um
trabalho de extrema responsabilidade que consistia em traduzir as mensagens
captadas pelas várias equipes de escuta espalhadas por Angola que chegavam
diariamente a Luanda via aérea. Mensagens essas vindas do MPLA, FNLA, UNITA,
FLEC e forças armadas do Congo Brazaville-RPC e Congo Kinshaza-RDC. Essas
mensagens vinham muitas vezes em Francês e Inglês, outras criptadas. Executavam
toda a documentação confidencial e difusão. A meio da comissão teve a
infelicidade da morte da sua mãe e não conseguiu arranjar transporte para vir à
metrópole ao seu funeral, mas foi apoiado pelo grande amigo Álvaro,
covilhanense, residente em Luanda, que todos os dias, naquela semana, se
encontrava com ele; e também colegas. Em dezembro de 1973 terminou a sua missão
e chegou a Lisboa via aérea a 23 do mesmo mês. Recebeu a Medalha Comemorativa
das Campanhas de Angola 1971/2/3 e foi louvado pelo Chefe do Estado
Maior/QG/RMA.
Em 1974 regressou à Lanofabril como ajudante de técnico de
contas, e em 1976, na firma Paulo de Oliveira, para o Departamento de
Exportação-Vendas. Ingressou depois na Carveste, no ano 1983, para o
Departamento Comercial/Exportação. No ano seguinte, a convite de Rudolf
Schweizer, entrou para a ERES-Fundão, pertencente à R. Schweizer Menswear AG em
Wange/AAre Suiça, uma das maiores empresas de confeção europeias. Foi
responsável pela importação-exportação e assistência na compra de tecido e
acessórios nacionais. Paralelamente, de 1986 a 1989 fez parte da firma
Vestebem. Após falência da Eres integrou em 2002 o departamento comercial da
firma DressUomo, sendo que em fevereiro de 2004 passou a ser diretor comercial
para a firma Tessimax, do grupo Paulo de Oliveira. Aposentou-se em 2011 quase a
caminho de meio século de trabalho. Gosta de caminhar, fazer natação,
jardinagem, bricolagem, música, cinema, teatro e futebol.
E para terminar a sua vasta carreira do que se pode chamar um
Homem às direitas, atualmente é voluntário na Conferência de São Vicente de
Paulo de S. Martinho, católico, tendo, em jovem, pertencido à JOC, e é também
secretário na Assembleia do Grupo Recreativo Refugiense.
Muito mais haveria a dizer deste amigo e camarada, mas o
espaço deste periódico não o permite.
(In “O Combatente da Estrela”, n.º 134, ABR/2024)
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