Um visionário é alguém capaz de ver além do momento presente, antecipando
necessidades que muitos sequer conseguem vislumbrar. Acima de tudo, são pessoas
ambiciosas, movidas pela convicção de que podem transformar o mundo.
Steven Paul Jobs (Steve Jobs), Mark Elliot Zuckerberg (Mark Zuckerberg),
Thomas John Watson (Thomas Watson), Henry Ford, entre outros, foram empreendedores
que demostraram essa visão ao longo das suas trajetórias profissionais.
Um exemplo claro da falta de visão pode ser observado diariamente nas
transmissões televisivas das famosas discussões parlamentares. Isso não é visão
– é perda e tempo. O mais importante parece ser o politicamente correto,
agradar a todos, evitar a disrupção. Em suma, ser apenas mais um entre muitos.
Ser visionário implica saber e querer agir.
Steve Jobs não foi, nem será, o único visionário. Mas foi corajoso o
suficiente para enfrentar negações, contradições e descrenças ao longo da sua
vida. Este inventor, empresário e magnata norte-americano destacou-se como cofundador,
presidente e diretor executivo da Apple Inc., revolucionando seis indústrias:
computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e
publicações digitais. Faleceu em 5 de outubro de 2011.
ERNESTO CRUZ –
Um Visionário da Indústria, Um Industrial do seu Tempo.
Sobre esta figura marcante da Covilhã, escrevi um pequeno livro biográfico
a pedido da Câmara Municipal da Covilhã, em 2010 que depressa se esgotou.
Deste valoroso industrial laneiro covilhanense, emergem episódios
fascinantes da sua vida multifacetada. Destaco aqui um momento que revela o seu
humor e destemor:
Durante uma viagem de negócios de avião, acompanhado pelo industrial
António Pereira Nina, ocorreu o seguinte episódio:
“Numa bela noite, em viagem de Londres para Lisboa, na companhia de dois
bons amigos – Ernesto Cruz e José Cruz Alves da Silva – num avião a jato, aconteceu
algo que ainda hoje guardo na memória. Num dado momento, eu, que viajava junto
à janela, notei que dos escapes dos reatores saíam enormes línguas de fogo,
aparentemente além do normal. Preocupado, dirigi-me ao amigo Ernesto Cruz, que
ia ao meu lado, e disse-lhe:
– Ó Ernesto, parece-me que estamos
correndo risco; o avião dá ideia de que vai pegar fogo! Ao que ele, com aquela
filosofia que lhe era peculiar, respondeu:
– O que é que você tem com isso? O
avião é seu?
Quem teve o privilégio de conviver com tão saudoso amigo recorda bem, através
deste episódio, o porte altivo que ele possuía – aqui bem demonstrado.”
João de Jesus Nunes
(In “O Olhanense”, de 15-10-2025)
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