Trazemos neste número as memórias
de um antigo combatente na Guiné – Aníbal Manuel Silva Saraiva, nascido a 30 de
abril de 1949, em Santo António d’Alva, freguesia de Penalva de Alva, concelho
de Oliveira do Hospital. Desde os três anos, porém, passou a ser também covilhanense
de coração, ao vir residir para a Covilhã com os pais.
É casado, tem dois filhos e quatro
netos.
O pai, trabalhador da construção
civil, como tantos dos seus conterrâneos, veio trabalhar para a Covilhã, onde
se fixou com a família. Assim se estabeleceu definitivamente o jovem Aníbal,
que nunca esqueceu, contudo, a sua terra natal.
Frequentou a primeira classe da
instrução primária em Penalva de Alva e concluiu-a já na Covilhã, na escola do
Asilo.
Como era comum entre os jovens da época,
começou a trabalhar muito cedo – aos 11 anos – no comércio, como marçano. Aos
14 anos, ingressou na empresa António Carlos Pereira Sucessores, Lda., dedicada
a materiais de construção, onde permaneceu 40 anos, até à reforma.
Cumpriu o serviço militar
obrigatório, iniciando a recruta no RI 14, em Viseu, a 12 de janeiro de 1970.
Fez a especialidade de Transmissões
de Artilharia no R.A.P 3, na Figueira da Foz, e, posteriormente, frequentou a Escola
Prática de Artilharia de Vendas Novas, a partir de 1 de junho de 1970.
Foi então mobilização para a Guiné,
sendo colocado nos Adidos, aguardando embarque. Este realizou-se em 18 de
setembro de 1970, tendo desembarcado em Bissau a 24 de setembro, data em que foi
promovido a 1º. Cabo.
Durante oito meses esteves destacado no mato, regressando
depois a Bissau, onde concluiu a comissão de serviço.
Como saía pouco em missão, teve a
sorte de não enfrentar grandes confrontos com o inimigo, sempre iminente. Além
disso, as peças de artilharia com que trabalhavam raramente saíam do quartel,
permanecendo ali resguardadas. Felizmente, não houve baixas no seu pelotão.
Regressou à Metrópole a 5 de
outubro de 1972.
J. J. Nunes
(In “O Combatente da
Estrela”, nº. 141, DEZ/2025)





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