Trago para este número d’O Combatente
da Estrela uma figura recatada e amiga do seu amigo. Conheço-a há cerca de
meio século, principalmente no âmbito das lides profissionais.
Depois de me dedicar intensamente
à escrita – que iniciei há seis décadas – vim a saber que o referenciado também
é um antigo combatente das guerras do Ultramar. Daí o convite, que gentilmente
aceitou, para narrar algo da sua passagem por terras de Angola.
Armínio Gamas nasceu no dia 28 de
junho de 1946, no Vale da Senhora da Póvoa, concelho de Penamacor, mas foi na
Covilhã que encontrou o seu primeiro emprego, na indústria de lanifícios, na
fábrica de Joaquim Pereira Espiga.
É casado, tem dois filhos, quatro
netos e um bisneto.
O início do serviço militar
obrigatório ocorreu no CICA 4, no dia 20 de fevereiro de 1967. Foi depois transferido
para o R.C. 6, no Porto, em 23 de abril do mesmo ano, seguindo posteriormente para
a R.A.A.F. em 10 de junho.
Como se depreende, a sua especialidade foi a de condutor.
A mobilização para Angola surgiu
rapidamente, tendo embarcado em Lisboa a 30 de agosto de 1967, no navio Vera
Cruz, e desembarcado em Luanda a 14 de setembro do mesmo ano.
Em Luanda esteve três dias no
quartel do Grafanil. Seguiu depois de embarcação até Noqui, onde permaneceu até
ao seu regresso à Metrópole, em 9 de setembro de 1969, também no Vera Cruz.
Armínio Gamas informo-nos que, para
além de várias trocas de tiros, a companhia não teve muitos problemas,
excetuando-se uma morte em combate na CCS.
Questionado sobre se encontrou por
lá alguém da Covilhã, respondeu-nos que estiveram com ele alguns conhecidos do concelho,
entre os quais Carlos Venâncio, do Tortosendo, que pertenceu à sua companhia e se
encontrava na mesma caserna.
Pois bem, o Carlos Meireles
Venâncio, do Tortosendo, foi meu colega na Escola Industrial e Comercial Campos
Melo da Covilhã.
Entretanto, Armínio Robalo Gamas,
depois de regressar de Angola e cumprir o serviço militar obrigatório, retomou
a sua atividade profissional na Covilhã, agora através da Praça de Táxis.
Terminou a sua carreira como motorista de longo curso na empresa covilhanense
Águias, Neves & Couto.
J. J. Nunes -
Covilhã
(In "O Combatente da Estrela", nº. 139 - JUL/2025)
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