Francisco Pinto Manteigueiro |
Foi a sepultar na sua terra natal, no dia de S. Martinho, o covilhanense Francisco Pinto Manteigueiro, de 78 anos, velha glória do Sporting Clube da Covilhã (
Acometido de doença, há já algum tempo, em Elvas, onde vivia há vinte e cindo anos, veio a deixar de ter a sua presença amiga, entre nós. Era encontrado, várias vezes, nos eventos da colectividade serrana, e mormente tendo como origem as boas memórias da sua passagem pelo clube serrano. Representou o mesmo durante muitos anos, duma forma quão alegre como aguerrida, deixando marcas vincadas do seu real valor de atleta de excelência.
Iniciou-se no futebol num clube da então FNAT (hoje Inatel) – o extinto Estrela de S. Pedro, da Covilhã.
Em 1951 inscreveu-se nos juniores do SCC , tendo efectuado um único jogo. Dando de imediato nas vistas, no ano seguinte jogou logo na primeira equipa.
Com vinte anos ganhou um lugar na equipa principal do SCC , então na Primeira Divisão Nacional, emparceirando com atletas de renome, nomeadamente os irmãos Cavem (o Domiciano iria para o Benfica), Cabrita, Carlos Ferreira, Simony, Martin, Nicolau e Lanzinha.
E, assim, nas épocas áureas do SCC na I Divisão Nacional, desde 1953/54 a 1961/62, não deixou de ser escolhido para integrar as equipas principais, inclusive, participou na Final da Taça de Portugal, com o Benfica, em 02-06-1957, sendo um dos esteios da sua equipa.
Depois, seria ainda Campeão Nacional da II Divisão Nacional, na época 1957/58, e uma das suas pedras basilares, a par de Cabrita, Suarez, Rita, e outros.
Marcou 16 golos durante a I Divisão, não obstante ter grandes goleadores como seus parceiros, nomeadamente Simonyi. Domiciano Cavem e Suarez, mas, já na fase derradeira do SCC na I Divisão Nacional, Francisco Manteigueiro ainda ajudaria a sua equipa com golos, sendo o melhor marcador, com seis, na época 1960/61.
Veio depois a dar um grande contributo na II Divisão Nacional, jogando então com colegas mais novos, a quem terá incutido a sua garra e o seu exemplo, nomeadamente ao grande goleador, durante vários anos, do clube serrano – Fazenda.
Para além da final da Taça de Portugal, já referida, integrou quase todas as equipas nos jogos da Taça, desde a época de 1954/55 a 1969/70, tendo marcado alguns golos, como o do empate, a uma bola, contra o F C Porto, no Estádio Santos Pinto, no dia 27 de Março de 1960.
Foi pretendido pelos chamados clubes grandes do futebol nacional, com os quais não chegaria a acordo. Chegou a ser-lhe prometida a internacionalização pelo seleccionador Dr. Tavares da Silva, que, entretanto, falecera.
Terminou a sua carreira de atleta, sempre ao serviço do SCC , em 1972, após 21 anos de envergar a sua camisola, pela qual sempre teve grande amor.
Manteigueiro é o último, de pé curvado |
A sua acção teve papel influente no comportamento da equipa. E, com todo este grande empenhamento, duma carreira brilhante, onde conheceu bons e maus momentos com a única camisola verde-branca, não teve qualquer festa de homenagem, depois de muitos anos de bons serviços, logo após terminar a carreira, ao contrário do que aconteceu com alguns dos seus colegas.
Mas, não obstante este injusto esquecimento, Francisco Manteigueiro ainda serviu o SCC como treinador e dirigente, em vários mandatos, sempre de semblante alegre, como lhe era peculiar.
Viria ainda a treinar o Desportivo de Castelo Branco, o Belmonte, Teixosense, Benfica e Castelo Branco, Benfica do Tortosendo, Unhais da Serra e Associação Desportiva da Guarda.
Esteve também envolvido na vida autárquica e associativa, onde sempre granjeou muitos amigos..
Manteigueiro e Marcelino numa festa da APAE de homenagem |
Manteigueiro e Lanzinha numa homenagem do SCC |
O seu funeral, apesar de sentido pelos seus bons amigos e alguns colegas do futebol serrano, que marcaram presença – Pires, Lanzinha, Fazenda e Prata – e também duma voz do Brasil, que ocasionalmente foi objecto de um telefonema, durante o velório – Vitoriano Suarez Montero –merecia que tivesse mais covilhanenses, e por que não a edilidade covilhanense, para além de mais dirigentes antigos e actuais do clube serrano, sendo que alguns estiveram presentes e colocaram sobre a sua urna a bandeira do seu clube de sempre – o Sporting Clube da Covilhã.
( In “Tribuna Desportiva” de 15.11.2011, e no “Notícias da Covilhã” e “Jornal do Fundão” de 17.11.2011)
2 comentários:
Embora com algum atraso, não posso deixar de endereçar condolências pela partida deste senhor. Jamais o vi actuar mas recordo-me bem do seu nome como fazendo parte das equipas do SCC durante muitos anos. Aproveito para saudar a pessoa que escreveu a notícia, pois não fora a sua acção e o desaparecimento de Manteigueiro ter-me-ia passado despercebida. Obrigado e um abraço.
Embora com algum atraso, não posso deixar de endereçar condolências pela partida deste senhor. Jamais o vi actuar mas recordo-me bem do seu nome como fazendo parte das equipas do SCC durante muitos anos. Aproveito para saudar a pessoa que escreveu a notícia, pois não fora a sua acção e o desaparecimento de Manteigueiro ter-me-ia passado despercebida. Obrigado e um abraço.
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