Por todo o planeta vamos encontrando relatos de acontecimentos
algo estranhos. Para os dias que correm, quase não é surpresa. Noutros tempos, pelas
bandas de cá, se não era conveniente a notícia, abafava-se.
Há algum tempo o Daily Mail informava que um homem do
Mississippi, nos Estados Unidos, foi dado como morto e já estava na morgue,
quando se descobriu que ainda respirava. Já se encontrava dentro de um saco, na
morgue, quando os funcionários o viram a mover-se e descobriram que afinal
estava vivo. Os médicos acreditaram que o pacemaker lhe parou, tendo voltado a
funcionar algumas horas depois. William, o “ressuscitado”, viria a afirmar
sentir-se feliz por ainda estar vivo.
Também na China, um bebé declarado morto, escapou da
cremação ao chorar. Salvou-se assim de ter sido cremado vivo. O certificado de
óbito foi passado e o bebé, do sexo masculino, foi enviado para uma funerária,
tendo os funcionários da empresa ouvido a criança a chorar.
São notícias de um horror tremendo mas não pensem que isto
só se passou nos outros países e continentes.
Por cá, neste Portugal de outros tempos, como também de
hoje, situações se contaram que merecem uma profunda reflexão. A forma como
algumas pessoas são consideradas já falecidas, na negligência da sua autenticidade,
é arrepiante. Como o caso que conto abaixo. Para além de outros, do
conhecimento público, inseridos na comunicação social, objeto de vias judiciais.
Também sabemos que, em hospitais e lares de terceira idade, por vezes coisas se
passam, de menos atenção com aqueles que, já de tão fragilizados nem se sabem
queixar, originando o dormir para um sono eterno. Todavia, existe uma aparente
contradição de sorrisos e formas de trato, na frente dos familiares.
O Jorge, anualmente participa comigo na confraternização dum
grupo de casais amigos, recordando velhos tempos da meninice e juventude. É um
bom amigo. Nos anos sessenta teve um grave acidente automóvel, quando viajava
num mini cooper, juntamente com mais quatro colegas militares, a caminho da
unidade militar. Ele ia à civil e os seus colegas fardados. A notícia repentina
surgia nos jornais (ainda não havia Internet nem as novas tecnologias): “Um
grave acidente automóvel, do qual resultou quatro militares gravemente feridos
e um civil morto”.
O Jorge (o “civil morto” mas ainda vivo) foi levado para a
morgue e a família já se preparava para o luto quando alguém, que ia levantar o
“cadáver”, vê cair-lhe o braço do corpo e, na observação imediata, constata que
o morto, afinal, estava vivo.
Vamos a outras formas de “ressurreição” dum desaparecido,
ainda que seja um palito importante e, por isso, a necessidade dum exército, de
polícias, para ver se se encontra o dito cujo, que, pela sua óbvia dificuldade,
é como encontrar uma agulha no palheiro…
Manuel Baltazar , o Manuel “Palito” fica nos anais da
justiça à portuguesa por ser como que um
Tarzan ou um Robin dos Bosques, conseguindo fugir à Polícia Judiciária e à GNR,
depois de ter matado a sogra e uma tia e ferido a ex-mulher e a filha. Resistiu
à perseguição destas forças a pé e a cavalo, durante 34 dias.
O que é estranho é que este foragido consegue colocar no
ridículo as forças de segurança que, não obstante tantos meios empregues para o
“caçar”, e a quantidade de elementos na sua busca, é ele próprio que se dirige
a sua casa, onde dormiu e tomou banho, quando se apregoa que a PJ é uma polícia
do melhor que há no Mundo e a GNR que ombreou em operações internacionais desde
o Iraque a Timor, passando pelo Afeganistão, profissionais treinados para
enfrentar sem medo terroristas experimentados. Isto é a força policial do nosso
País, agora colocada a ridículo, neste Portugal profundo.
E se a GNR, enquanto andou à procura do palito pelas matas
do imenso território de São João da Pesqueira, tivesse também sido incumbida,
como os agentes da PSP, em Lisboa, de participarem na preparação para a criação
duma mega bandeira nacional para o 10 de junho, de tampinhas recicláveis,
então, ainda hoje o ressuscitado Manuel “Palito” podia ir passeando pelos
arredores até à sua casa.
(In "Notícias da Covilhã", de 29.05.2014)