17 de maio de 2014

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É numa vertente de colaboração que mantenho, com muito gosto, e empenho, o registo de alguns textos ou crónicas n’O Combatente da Estrela, desde há já algum tempo.

 Neste número 95, algumas alterações surgiram na ficha técnica, passando, assim, a ter a responsabilidade, que até aqui me era alheia, de uma cooperação com o diretor deste órgão periódico do Núcleo da Covilhã da Liga dos Combatentes.

Sendo certo que esta publicação tem vindo a crescer desde que veio à luz do tempo, em janeiro de 1988, com o seu primeiro número, também é certo que a responsabilidade da sua feitura tem recaído, sempre, desde a sua génese, na pessoa do seu diretor, ombreando assim, praticamente sozinho, com o peso de todas as responsabilidades inerentes à sua conceção.

“O Combatente da Estrela” chega às mãos de cerca de dois milhares de leitores, mormente para os seus associados, mas também é lido em várias instituições, associações e coletividades. Bate à porta de cada um, quer pela via papel, quer também online.

Para além de textos de opinião, com óbvia incidência sobre a vida e as memórias dos combatentes, histórias e vivências das lutas nas guerras do Ultramar, também as pessoas, covilhanenses de raiz ou de coração, e os factos, têm nas páginas deste jornal, oportunidade de fazer jus ao registo dessas mesmas figuras e desses mesmos factos.

Tudo isto assenta na pedra basilar de que este jornal, pequeno no seu formato mas, paradoxalmente, grande na sua alma, será sempre intransigente na defesa dos caminhos da estrela que guia a Covilhã, onde se encontra inserido, e sua região, e, consequentemente, também nos valores da vida que devem desfraldar na nossa Pátria.

Não obstante as dificuldades económicas que grassam por todo o lado, poderemos pensar, com um aumento substancial de associados, ainda que com sacrifício, de passar a periodicidade deste jornal para mensal. Fica aqui o desafio.

Uma dúvida que pode emergir no que concerne à qualidade de associados, na sua obrigatoriedade, é oportuno que se esclareça que podem ser associados do Núcleo da Liga dos Combatentes da Covilhã, também outras pessoas, de ambos os sexos, independentemente de terem sido antigos combatentes, integrando a categoria estatutária.

No meu caso concreto, eu que cumpri o serviço militar obrigatório, de 16/1/1968 a 20/7/1971, também não fui mobilizado para o Ultramar, e, por conseguinte, não fui antigo combatente, o que não que dizer que não comungue das memórias contadas de familiares, amigos e antigos colegas que combateram nas Colónias, pela Pátria; e, também, não deixe de me interessar, e preocupar, com os efeitos nefastos que levaram muitos antigos combatentes a sofrerem, ainda hoje, física e psicologicamente, a sua passagem pelo mundo da guerra, sob a obrigatoriedade de um regime ditatorial de então.

No entanto, não posso deixar de também sentir que a juventude das décadas de 60 e 70, até ao 25 de abril de 1974, em cujo período me incluo, sofreu ainda em território continental, os efeitos negativos de não poder resolver a sua vida profissional, adequada às suas aptidões, numa altura em que o emprego não tinha as dificuldades como as de hoje, pelo facto das entidades patronais não desejaram assumir compromissos antes da conclusão do serviço militar obrigatório.

E, por vezes, como foi o meu caso, juntávamo-nos no serviço militar, obrigatório, mais que um elemento do agregado familiar.

Ao mesmo tempo, estivemos no serviço militar, eu e um irmão (eu, no Continente, e meu irmão, na Guiné), com as dificuldades inerentes para as famílias. Muitos outros casos análogos existiram.

É, pois, com este espírito de boa vontade, que nos propomos dar continuidade, mais forte, ao jornal “O Combatente da Estrela”.
 

Agradecemos que nos façam chegar as vossas opiniões.
 
(In "O Combatente da Estrela", n.º 95, de Janº. a Maio de 2014)

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