As eleições autárquicas constituem sempre um importante momento de clarificação das vontades das populações. Nestas eleições, escolher um candidato não estava tão dependente das simpatias partidárias, como na generalidade acontece nas eleições legislativas. Outros fatores surgiram como as propostas, ideias e o trabalho já efetuado, para resolver problemas concretos que afetam os territórios onde se inserem, neste caso, o concelho da Covilhã.
Todos os quatro candidatos (eram cinco, mas o do CHEGA nada adiantou, e
foi desaparecendo) se confrontaram entre si com nobreza de caráter ainda que em
determinados momentos houvesse situações naturalmente um pouco acirradas. O que
é certo e verdade, numa noite eleitoral renhida, mas ordeira, aguardaram-se
sempre com enorme expetativa os resultados finais. Havia que contar o número de
vereadores que poderiam tombar para um lado ou outro, daí se inferindo na
possibilidade de poder resultar numa maioria absoluta para a Câmara da Covilhã,
na pessoa do presidente reeleito, Vitor Pereira – o que veio a verificar-se,
com 46,18% na votação –, ou então com a entrada dum vereador para a CDU, o qual
foi pena não ter sido eleito, dada a forte tenacidade de Jorge Fael.
Também Pedro Farromba que efetuou uma forte campanha e se muniu de hábeis
pessoas para a sua equipa, conseguiu ser eleito forçando o Partido Socialista a
sofrer até quase ao último minuto, já passava da meia-noite. Pode ser, mais uma
vez, uma boa contribuição para os destinos que a cidade laneira e universitária
bem necessitam. Daí a sua grande influência que teve nos resultados para a
Câmara Municipal e nas Juntas de Freguesia.
Quanto ao candidato do movimento independente “Covilhã tem força”, João
Morgado, os seus resultados eleitorais ficaram aquém das suas expetativas.
Resta-nos a reeleição de Vitor Pereira, pela segunda vez com maioria
absoluta, sinal de que os Covilhanenses também estão atentos ao trabalho
efetuado, e não se deixam ludibriar pelos momentos que fazem agitar as águas.
De notar a quantidade de independentes que ganharam para as Juntas de
Freguesia, grande sinal de cidadania.
Concluído o ato eleitoral donde emergiram as pessoas que a maioria quis
nos representassem nestes próximos quatro anos, para o concelho da Covilhã, haverá
tão só o forte desejo de que, religiosamente, se venham a cumprir as promessas
feitas, e não se dissipe aquela qualidade de quem não tem nada a esconder – a transparência.
Aceitar os que democraticamente foram a maioria da escolha dos
Covilhanenses é uma atitude nobre se também na sublimidade de esquecer as
intrigas do passado, na permuta do dar as mãos em prol das muitas tarefas que
há a fazer.
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